Pesquisar neste blogue

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Boas Festas

A todos oa que me leem, aqui no blogue, desejo festas felizes.

sábado, 23 de dezembro de 2023

A catástrofe de Gaza (é Natal, mas temos e falar desta guerra)

O grau de destruição, na Faixa de Gaza, é avassalador. Primeiro na zona norte, a seguir na zona sul e agora em qualquer lado, não há nenhum lugar seguro. Os israelitas atacaram e destruíram hospitais, escolas, campos de refugiados, mesquitas, bairros residenciais…, e mataram mais de 20 mil civis palestinianos. É a maior tragédia humana a que assistimos, porque não há como fazer chegar ajuda humanitária capaz de minorar a fome, as doenças e a insegurança, vivendo entre entulho e escombros. Junta-se a completa ausência de futuro para aq ueles quase dois milhões de pessoas.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

COP28 CImeira sobre a Ação Climática, no Dubai

Quando já se pensava que não ia existir nenhum avanço significativo, foi possível acordar na eliminação dos combustíveis fósseis, até 2050. Agora, como em muitos outros acordos, importa que os países que o assinaram desenvolvam políticas e práticas para a sua concretização. Só assim, a catástrofe anunciada - temperatura global a subir, glaciares a derreter, água dos mares a subir, ilhas e zonas costeiras a desaparecer, entre outros efeitos das alterações climáticas – pode ser controlada. Cimeira Mundial sobre a Ação Climática (foto: ONU News)

domingo, 10 de dezembro de 2023

10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proclamada, em Paris, a 10 de dezembro de 1948. 75 anos depois, a humanidade, que já progrediu tanto e em tantos campos, no que se refere à violência, está sempre de regresso ao pior de si, seja da mais subtil violência psicológica (às vezes mais humilhante que a física), à mais elaborada guerra, com planos e armas cada vez mais sofisticadas para matar. Não podemos deixar de pensar na guerra entre o Hamas e Israel, na destruição completa da faixa de Gaza, onde a situação humanitária, se continuar como está, levará à morte de uma população inteira. Os israelitas de vítimas, na II Guerra Mundial, passaram a carrascos e a cometer crimes contra a humanidade. O Hamas é um grupo terrorista, não tem desculpa, mas a população inocente não pode morrer assim! Quando a vida, já não é vida, na destruição de Gaza (Foto: RFI)

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

A morte de Sara Tavares

Estamos tristes, pela morte da grande cantora que era. Agradecemos a sua humanidade que transparecia em tudo, nos gestos, nas palavras, nas músicas… Esta tarde, ouvirei músicas, de Sara Tavares, em silêncio, e no final baterei palmas. Sara Tavares (Foto da Internet)

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

A operação Influencer e o Ministério Público

Nos últimos dias, muitas críticas se têm feito ao Ministério Público. Não me parece que sejam justas. O que esperamos é que investigue, sempre que há indícios, e dê igual tratamento a todas as pessoas, sejam elas quem forem, no estrito cumprimento da lei e dos deveres funcionais, estatutários e institucionais que definem o seu trabalho. Não pode haver para políticos e governantes tratamento diferente, vivemos numa democracia e num estado de direito. A Procuradoria Geral da República

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Crise política em Portugal

De algum modo, era um desfecho anunciado, com tudo o que já se tinha passado, com a impunidade e a promiscuidade entre a política e os negócios. Podemos dizer que é a natureza humana no seu pior: ganância, mentiras, jeitinhos, passar por cima, abuso de poder, tráfico de influências, corrupção... Contudo, a mesma natureza humana é capaz do melhor: decência, dignidade, responsabilidade, honestidade, sentido do bem comum….

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Palmas para o Secretário-Geral da ONU: António Guterres

Ontem, no Conselho de Segurança, sobre o conflito israelo-árabe, reafirmou o óbvio: o que o Hamas fez dia 7 de outubro é terrorismo, inaceitável, condenável. O direito de Israel a retaliar, tem de cumprir o direito humanitário internacional, o que não está a acontecer. Há uma catástrofe humanitária em curso, que Israel não quer ver. A vida humana tem igual valor! Guterres no Conselho de Segurança (Foto: Jornal Público)

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

A questão humanitária

Israel está a cometer crimes de guerra, devidamente tipificados no direito humanitário internacional, por exemplo: - Não há proporcionalidade na resposta militar – bombardeiam com mísseis centenas de alvos por dia, com mortes de civis inocentes (mais de 3 mil, dizem), sendo mais de um terço crianças. - O cerco total à Faixa de Gaza – cortaram água, eletricidade, alimentos…: - A deslocação forçada de pessoas – pediram a saída dos civis, mais de um milhão de pessoas, do norte para o sul de Gaza, quando sabem bem que não há condições objetivas para isso poder acontecer. - A falta de corredores humanitários seguros – para que a ajuda de emergência que já está no Egito possa chegar às populações de Gaza. Não é coisa pouca, depois de 12 dias de conflito e quando a tal intervenção terrestre ainda nem sequer começou. Tem de haver um cessar-fogo imediato, entre as partes, mas a dificuldade parece grande, quando nem o Conselho de Segurança das Nações Unidas consegue fazer aprovar uma resolução sobre o assunto. Temo que uma catástrofe humanitária de grandes proporções, esteja próxima…

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

O conflito israelo-árabe

Em 1947, a ONU dividiu aquele território, onde havia judeus (30%) e árabes (70%), em duas partes, para a formação de dois estados independentes, sem Jerusalém, que ficaria sob administração internacional. Os judeus aceitam e, em 1948, formam o Estado de Israel; os palestinos, reduzidos à Cisjordânia e Faixa de Gaza, consideram que aquela divisão é uma injustiça e não aceitam. Começa um conflito, que dura até hoje. No passado dia 7, o Hamas, um grupo islâmico, terrorista, que administra a faixa de Gaza, um pequeno território, de 360 quilómetros quadrados, massacrou, matou e fez reféns centenas de pessoas no sul de Israel, algo, inaceitável. Israel declarou guerra, bombardeou, cercou Gaza e ameaça entrar com forças terrestres. O resultado vai ser devastador, não tenho dúvidas. Rua bombardeada em Gaza (Foto:SAPO 24)

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Contra todas as indiferenças - um poema do Brecht

A Indiferença Primeiro levaram os comunistas, Mas eu não me importei Porque não era nada comigo. Em seguida levaram alguns operários, Mas a mim não me afectou Porque não sou operário. Depois prenderam os sindicalistas, Mas não me incomodei Porque nunca fui sindicalista. Logo a seguir chegou a vez de alguns padres, mas como não sou religioso, também não liguei. Agora levaram-me a mim E quando percebi, Já era tarde Bertolt Brecht

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

O inferno da Líbia

É um país com dois governos, um em Tripoli (reconhecido pela ONU) e o outro nas zonas controladas pelos rebeldes. As inundações foram devastadoras. Devidas, ao tal furacão, para o qual não houve os avisos meteorológicos necessários; às infra-estruturas inexistentes ou tão precárias que, sem manutenção, não resistiram, como as duas barragens que ruíram, uma à beira da cidade de Derna, arrasando tudo. Mais de 11 mil mortos já contados, mas que podem atingir os 20 mil, segundo as autoridades. Somam-se, as dificuldades da ajuda humanitária, em chegar e em ser devidamente distribuída, pelas mesmas divisões politicas e estruturais do país.Ameaça a cólera e outras doenças…

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

“Esta tarde vou trançar”, disse-me

A cabeça das meninas parece uma obra de arte. Literalmente, tais são os feitios e os modos de trançarem os cabelos. Passam horas a fazer aquelas trancinhas pequeninas, tantas, que parecem não acabar nunca! Umas ficam coladas à cabeça formando linhas, umas vezes paralelas, outras vezes curvas, ou formando uma espécie de figuras, simétricas, em ordem ou desordenadas, mas sempre bonitas. Outras vezes, fazem tranças soltas, trançando com a ajuda de um fio ou de um cabelo sintético, próprio. São muitas as maneiras de trançar, quase tantas como a imaginação de cada uma. Trançar exige saber, paciência, disponibilidade e, também, amizade. São as amigas que trançam às amigas, quem não tem amigas disponíveis fica, dias a fio, com a toalha enrolada à cabeça, à espera que alguém lhe queira trançar os cabelos.

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Não há determinismo

Quando a criação humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança a sua alma, todo o universo conspira a seu favor”. Goethe Sei que serão os poetas, os escritores, os filósofos, os músicos, os pintores, os cientistas... os primeiros a sonhar, a inventar e a mudar a realidade. Sei que há um potencial e uma redenção para a humanidade que passa por aqui, pelo que formos capazes de criar. Criar do nada, da parte ou do todo. A importância da escrita é incomensurável (Foto: Istock)

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Mais dezenas de mortes ...

Foi na semana passada. Eram 101 migrantes clandestinos, todos do Senegal, à exceção de um da Guiné-Bissau. Passaram 41 dias à deriva no mar, numa piroga, sem combustível e alimentos. Durante este tempo, 56 morrem à fome e são atirados ao mar (não podiam fazer outra coisa). Quando o barco de pesca espanhol, os resgata e leva para um porto na ilha do Sal, Cabo Verde, restavam 45 e destes 7 já cadáveres. Salvaram-se 38. É grande a tragédia que se repete, dia sim, dia não, no Atlântico, no Mediterrâneo e noutros locais do mundo. É-me incompreensível que os líderes mundiais não consigam encontrar respostas mínimas para a pobreza extrema em que vivem milhões de seres humanos. O barco à deriva (Foto: Lusa e SIC notícias)

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Povos sem Estado

Há por todo o mundo, povos com uma identidade nacional, territorial, cultural, linguísti-ca…, mas que, em algum momento da história, foram dominados, divididos ou anexa-dos por povos invasores, perdendo a sua independência. Alguns têm milhões de pessoas: Curdos: 32 milhões, vivem no Curdistão, uma vasta área, a maior parte fica na Tur-quia, mas também no Iraque e Irão, Síria e Arménia. Palestinos: 7 milhões, vivem Palestina, parte das suas terras são hoje do Estado de Israel que continua a construir colonatos. Tibetanos: 6,2 milhões, vivem nas montanhas mais altas do mundo, anexados pela China. Bascos: 2,2 milhões, reivindicam as terras, onde sempre viveram, entre a Espanha e a França, países que os anexaram. Chechenos: são 1,2 milhões, vivem na Chechénia, nas montanhas do Cáucaso e são dominados pela Rússia. Como é que estes povos, podem aceitar estas injustiças históricas? Dificilmente, em todos há movimentos políticos separatistas, compreensíveis, desde que não usem a violência e o terrorismo. Tem de ser à luz do direito internacional. O nmaa do Curdistão

terça-feira, 8 de agosto de 2023

A humanidade do Papa (JMJ, 2023, Lisboa)

Está lá, inteira. Está na proximidade, nas palavras, nos olhos que fixam, no sorriso, nos gestos que abençoam crianças, tocam e cumprimentam muitas pessoas. Está, quando abraça e é abraçado. Recordo aquela peregrina da Guatemala que, depois de ser confessada pelo Papa, lhe pede: «somos ambos latino-americanos, posso dar-lhe um abraço? E o Papa deu, como não ia dar! Todos querem tocar o Papa!

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Jornada Mundial da Juventude 2023, Lisboa

Estou a acompanhar, em alguns momentos, a Jornada Mundial da Juventude e fico particularmente tocada pelas imagens de pessoas, mostrando a sua individualidade mais autêntica. De alguém que reza, canta, se emociona e recolhe para uma interioridade de que não somos capazes de falar…, se calhar nem os próprios. Há uma dimensão, da ordem dos sentimentos e das emoções, no acontecimento, que nos ultrapassa, verdadeiramente. Missa inaugural (Foto: RTP)

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Povos sem Estado

Há por todo o mundo, povos com identidade territorial, cultural, linguística…, mas que, em algum momento da história, foram dominados, divididos ou anexados por po-vos invasores, perdendo a sua independência. Alguns têm milhões de pessoas: Curdos: 32 milhões, vivem no Curdistão, uma vasta área, a maior parte fica na Tur-quia, mas também no Iraque e no Irão. Palestinos: 7 milhões, vivem Palestina, parte das suas terras são hoje do Estado que continua a construir colonatos. Tibetanos: 6,2 milhões, vivem nas montanhas mais altas do mundo, anexados pela China Bascos: 2,2 milhões, reivindicam as terras onde sempre viveram entre a Espanha e a França, países que os anexaram. Chechenos: são 1,2 milhões, vivem na Chechénia, nas montanhas do Cáucaso e são dominados pela Rússia.

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Conflito israelo-árabe: mais uma cidade bombardeada

Este conflito vem de muito longe, há décadas que ouvimos falar dele, e parece de re-solução impossível. Há duas semanas, um raide israelita sobre a Cisjordânia devastou a cidade de Jenin, matou, segundo a Autoridade Palestiniana, 13 pessoas e deixou feridas mais de 140. Com este governo de extrema direita em Israel, a situação degrada-se. Esquecidos, encurralados, os palestinianos lutam por uma terra, que é deles, mas Israel vai anexan-do, construindo mais e novos colonatos. A cidade arrasada de Jenin (Foto: New York Timmes)

segunda-feira, 3 de julho de 2023

O cantor de ópera

Encontrei-o, dias seguidos, num jardim de Lisboa, manhã cedo. No primeiro dia, eu subia e ele descia uma espécie de ladeira que dá para uma das saídas. Surgiu-me de repente, quase a correr e a cantar ópera em espanhol. Como viu que me assustei, pa-rou e disse-me: - Bom dia. - Bom dia – respondi. No dia seguinte, estava sentado num banco e continuava a cantar. - É espanhol – pergunto-lhe? - Não, sou da América Latina. - Canta muito bem! - Eu era cantor de ópera. Estranho que me diga que era cantor de ópera, como se já não fosse. Penso no que teria acontecido na vida deste jovem, visivelmente, em situação de sem abrigo, tão longe de casa. Que escolhas, infortúnios ou derrotas o levaram ali? Quantos «cantores de ópera» vaguearão pelas ruas e jardins de Lisboa, em desintegração pes-soal e social? Não sabemos. Certamente, são muitas as razões. Jardim da Praça de Espanha, onde encontrei o jovem

terça-feira, 20 de junho de 2023

20 de junho dia internacional dos refugiados

Nunca houve, no mundo, tantos refugiados: mais de 110 milhões (Fonte: ACNUR). Não aprendemos nada! A maldade que nos habita, continua à solta, mais guerra, mais violência, mais fome, mais discriminação…
Multidão em fuga (Foto: ONU)

sábado, 17 de junho de 2023

Tráfico de seres humanos no futebol

Podia ser de mulheres para a prostituição, de trabalhadores migrantes para as estufas de Odemira ou muitos outros trabalhos, onde há exploração, negação de direitos básicos, humilhações constantes (privados de documentos, trancados, vigiados…). Mas, desta vez, foi de crianças, a quem uma academia, em Famalicão, vendia sonhos no mundo do futebol. Daí, foram resgatadas 114 crianças e jovens adultos, angariados na América Latina, África e Ásia. Destas, o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) identificou 47 vítimas de tráfico humano (38 crianças e 9 jovens). Desta vez, parece ter existido um sobressalto cívico generalizado: ações policiais, comunicados, abertura de processos, constituição de arguidos, demissões…, vamos ver se as autoridades põem ordem neste submundo, onde, pelos vistos, o crime é comum, apesar das leis. Portugal ratificou, em 2004, tanto a Convenção como o Protocolo Adicional contra a Criminalidade Organizada Transnacional relativo à Prevenção, à Repressão e à Punição do Tráfico de Pessoas, em especial de Mulheres e Crianças, de 2000. A Academia de onde resgataram crianças

quinta-feira, 1 de junho de 2023

1 de Junho – Dia Internacional da criança

Há uma Convenção sobre os Direitos das Crianças, com 54 artigos, divididos em 4 categorias de direitos – sobrevivência, desenvolvimento, proteção e discriminação – e enunciados em 10 princípios fundamentais. Toda a criança tem direito: 1. à garantia de todos os seus direitos. 2. ao pleno desenvolvimento. 3. a ter um nome e uma nacionalidade. 4. à alimentação, lazer e assistência médica. 5. ao atendimento adequado se for portadora de necessidades especiais. 6. ao amor e compreensão. 7. a receber educação. 8. a ser a primeira a receber proteção e socorro. 9. a ser protegida contra qualquer tipo de crueldade e exploração. 10. a ser protegida contra atos de discriminação.

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Sessão de autógrafos - Feira do Livro de Lisboa

Convido a todos à sessão de autõgrafos do meu livro no dia 29 de maio, às 19h.

sábado, 20 de maio de 2023

Quando as instituições desmoronam...

João Galamba é o responsável político pela balbúrdia (a cena de pancadaria é do outro mundo) que houve e continua a haver no Ministério das Infraestruturas. É triste vermos a ligeireza e a falta de bom senso com que são tratados os assuntos no seu Gabinete (omitem, contradizem-se, arranjam desculpas, ultrapassam deveres...), como se não tivessem regras claras de funcionamento. Então, não há arquivo, nem sobre dossiers importantes como o da TAP? Mesmo que não existisse, passados mais de quatro meses desta nova equipa (10 elementos, só no gabinete do ministro) ainda não houve tempo de fazer esse arquivo? Um ministério é uma instituição do Estado; e uma instituição é por natureza algo instituído, com estatutos, organização, normativos e arquivos sobre o trabalho realizado. É isso que lhe confere uma identidade e uma continuidade para lá de quem temporariamente ocupa cargos. João Galamba (Foto: Expresso)

segunda-feira, 15 de maio de 2023

A favor de uma atitude filosófica

Vou aqui defender a filosofia (o que em mim não é raro, diga-se). Noto, às vezes, em certas áreas ou contextos, quer das ciências da educação, quer da educação em geral, aquilo a que vou chamar de um certo “preconceito filosófico”, um certo desconfiar, que nunca é explicitado, por quem o exibe, como se a filosofia fosse uma coisa à parte e o questionar fosse algo que incomoda, em vez de ajudar a esclarecer. Parece, até, nalguns casos, que a opinião mais subjetiva vale mais do que um argumento elaborado que todos possam discutir. Tal é injustificado, pois, a filosofia não é nada de transcendente, ao contrário, é algo que todos podemos exercer, usando simplesmente a razão. Se formos curiosos, interrogativos, reflexivos e críticos, todos podemos ter uma atitude filosófica. É disto que se trata, tão só. Não se trata de ser filósofos, que só muito poucos são, nem sequer estudiosos da filosofia, que só alguns (também, poucos) querem ser. Trata-se de pensar, levantar questões, seguir e contrapor argumentos, fazer análises, críticas e comentários…, ser capaz de compreender, de concordar ou de discordar do que se expõe e discute do ponto de vista racional. As ideias, os conceitos, os raciocínios…, não são menos “reais” que os factos que observamos e descrevemos. O que aqui está em causa,, é a capacidade de compreensão, para lá da descrição ou da explicação simples.

quinta-feira, 11 de maio de 2023

António Guterres: recebe Prémio Europeu Carlos V

Guterres é Secretário Geral da ONU. No discurso, falou da guerra na Ucrânia, no Sudão e em outros países do mundo, onde se sucedem conflitos armados, contra os valores universais, consagrados na Carta das Nações Unidas e no direito internacional. Falou de direitos humanos, paz, desenvolvimento, igualdade, solidariedade, ambiente… e também de relações multilaterais entre países e da necessidade de um novo Contrato Social. Em relação ao prémio (30 mil euros), disse que o ia dividir entre o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) e bolsas para jovens que queiram fazer estudos avançados em direitos humanos. É assim, Guterres! Insuperável!

sexta-feira, 5 de maio de 2023

O desnorte de António Costa

Assistimos ao descalabro do governo e custa a crer no que vemos. Não é o grau zero da política, são muitos pontos abaixo: as mentiras, os esquemas, as afrontas, o completo desgoverno em áreas essenciais…, e tanta gente a passar mal, e tanta gente sem saber como vai pagar as contas. Mas, que importa isso! Contudo, temos de dizer que não são todos iguais, há no governo pessoas sérias, ainda que, varridas pela onda, digam, desdigam, voltam a dizer... Até quando, não se sabe, porque o Presidente da República que, neste momento não tinha outra opção, já avisou o passo seguinte, se tudo continuar como até aqui.

domingo, 30 de abril de 2023

Que abandono é este!

No espaço de uma semana, são encontradas mortas em casa , na zona de Lisboa, três pessoas. Duas, em Linda-a-Velha, onde uma senhora viveu com o cadáver do pai, mumificado, durante quinze anos. Só agora depois da sua morte, quando o cheiro se tornou insuportável, apareceram as denúncias dos vizinhos e chegaram as autoridades. Uma, em Mem-Martins, onde um homem vivia sozinho, depois da morte dos pais. Morre-se, assim, sem família, com doença física e mental, sem capacidade, sequer, de pedir ajuda, na maior solidão! Por que é que os serviços sociais, em primeiro lugar, os da Junta de Freguesia, não têm sinalizados estes casos? A GNR, nas zonas rurais, faz regularmente censos aos idosos, para saber quem são, onde vivem, o que precisam e lhes dar o apoio e o encaminhamento devidos. Então, a polícia, nos centros urbanos, não sabe de nada? Não podia haver um censo também sobre os idosos e outras pessoas em igual situação que vivem em prédios cheios de gente, mas é como se não houvesse lá ninguém?

terça-feira, 25 de abril de 2023

25 de Abril – a revolução dos cravos

Hoje, haverá cravos, nos arranjos da sessão solene da Assembleia da República, na lapela e nas mãos de governantes, ministros, deputados, convidados e povo em geral. A história dos cravos: os donos de um restaurante, na rua Braancamp, para festejar um ano de negócio bem sucedido, mandaram comprar cravos. Quando os empregados chegam para trabalhar, é lhes dito que não vão abrir, mas que, para os cravos não murcharem, passem pelo armazém e cada um leve um ramo de cravos. Celeste Caeiro, uma das empregadas, ao regressar a casa, no Chiado, deparasse com a revolução. Um soldado pede-lhe um cigarro; ela diz-lhe que não tem, mas que lhe pode dar um cravo; ele aceitou e colocou-o no cano da espingarda; depois, distribuiu todos os cravos que tinha pelos soldados. Passado pouco tempo, apareceram outras pessoas a distribuir cravos, muitos cravos! Foi assim, por acaso. Mas foi bonito. É bonito! O cravo da revolução (Foto: Vogue)

quinta-feira, 13 de abril de 2023

As dificuldades do sistema global dos direitos humanos

Esperávamos que a Organização das Nações Unidas (ONU) e as suas 15 Agências Especializadas (a que se juntam outras entidades e programas) não falhassem na exigência e capacidade efetiva de garantirem os direitos humanos. Esperávamos que não existissem os impasses e bloqueios que membros permanentes, com direito a veto, fazem no Conselho de Segurança, impedindo a aprovação de importantes resoluções, na prevenção e resolução de conflitos. Esperávamos que em 2023 não existissem guerras de agressão; não existissem crimes de guerra, contra a humanidade…, como os que estão a acontecer na Ucrânia.
A sede das Nações Unidas (foto: Getty Images)

sábado, 8 de abril de 2023

Feliz Páscoa

Desejo a todos uma boa Páscoa.

quarta-feira, 5 de abril de 2023

Livres e iguais

Há valores intrínsecos ao humano, próprios da sua natureza racional, que não dependem de nenhuma cultura, ideologia, religião, governo… - por serem anteriores e independentes de qualquer contexto. Estão consagrados, logo, no 1º princípio da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948): “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Dotados de razão e consciência, devem agir uns com os outros em espírito de fraternidade”.

segunda-feira, 20 de março de 2023

Putin - um criminoso de guerra

ia 17 de março de 2023, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu dois mandados de detenção internacionais, para Vladimir Putin e a sua comissária para os direitos das crianças, Maria Lvova- Belova. São acusados da deportação ilegal de milhares de crianças que viviam nos territórios ucranianos invadidos e anexados pela Rússia. Cerca de 16 mil, foram retiradas aos pais, com a promessa de que iriam temporariamente para campos de férias, livrando-as das bombas e da guerra. Se a estas, juntarmos todas as estavam em orfanatos, instituições ou ficaram sozinhas o número pode ir até aos 300 mil. Passou mais de um ano e não voltaram às famílias. Agora, sabe-se que se trata de campos de reeducação espalhados pela Rússia, onde a propaganda os obriga a aprender e a repetir o ideário do regime.Segue-se a adoção por famílias russas. Putin instrumentalizou estas crianças. Apareceram imagens de muitas em aeroportos, em sítios onde os pais adotivos as aguardavam e até num comício, para mais de 100 mil pessoas, obrigando-as a elogiar a libertação, a vida que levam na nova pátria.

segunda-feira, 13 de março de 2023

Contra todas as discriminações - 2º artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos

 Os direitos humanos são de (e para) toda a humanidade: 

«…sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação». (2ºartigo, DUDH).

todos iguais e diferentes


quinta-feira, 2 de março de 2023

A guerra da Rússia contra a Ucrânia: crimes de guerra a contra a humanidade

Passado um ano de guerra, o balanço é trágico: milhões de deslocados e de refugiados, centenas de milhares de mortos, milhares de feridos, de prisioneiros…
Cidades desventradas, arrasadas, reduzidas a escombros; massacres diários a populações civis, crimes contra humanidade, tortura, violações….
Os assassinos (todos os mandantes, a começar por Putin) têm de saber que os espera um Tribunal Penal Internacional Especial para julgar os crimes cometidos na Ucrânia. Têm de saber que os seus crimes estão a ser investigados, haverá julgamentos e condenações.
Alvos civis bombardeados (Foto: G1 Globo)
Pode ser uma imagem de ao ar livre
Gosto
Comentar
Partilhar

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Escravatura: seres humanos escravizados

 Claro que as palavras magoam, discriminam, ofendem, humilham….

Ouvir dizer: «É descendente de escravos» ou: «Tem sangue negro», como se houvesse uma essência humana negra, como se a natureza dos negros não fosse igual à dos outros seres humanos.

Não há uma essência negra! Há, simplesmente, seres humanos!
Ninguém é descendente de escravos; ninguém tem sangue escravo.
Os negros descendem de seres humanos escravizados, de pessoas que alguém escravizou.


Escravatura, séc. XV e séc. XVI (Foto: Ensina, RTP)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

A favor de um rendimento mínimo garantido

Quando os discursos de extrema-direita ganham espaço; quando muita gente está contra determinados apoios sociais, nomeadamente o RSI (rendimento social de inserção), é preciso dizer o óbvio: sem esse mínimo de subsistência garantido não podemos falar de direitos humanos.

Claro que esse apoio deve ser dado a quem não tenha, por razões comprovadas (e que devem ser verificadas e fiscalizadas), outros rendimentos para sobreviver. 

Uma rua de uma cidade


domingo, 12 de fevereiro de 2023

A justa luta dos professores

A minha total solidariedade para com os professores e as suas reivindicações. É uma profissão tão exigente, tão absorvente (trabalhar com pessoas em formação, seja qual for o nível de escolaridade, não é como trabalhar num gabinete frente a um computador), que devia ser valorizada e respeitada, pela sociedade em geral e pela tutela e o poder político em particular! 

Manifestação de professores, ontem em Lisboa (Foto: Sapo 24) 


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

A desumanidade em que vivem tantos imigrantes em Portugal!

 Há poucos dias, um incêndio, num prédio da Mouraria, em Lisboa, fez dois mortos e vinte desalojados. Num espaço, que a proprietária diz ter sido alugado como loja, viviam em condições miseráveis mais de dez pessoas vindas de países do sul da Ásia. O habitual: alguém aluga um espaço que vai subalugando, clandestinamente, aos que couberem em beliches ou em colchões mínimos que, cada manhã, se levantam e encostam à parede.

A situação destes imigrantes é tão precária que não têm outra opção, a não ser a de se sujeitarem ao que as redes mafiosas de tráfico humano lhes exigem. Redes que atuam aqui e nos países de origem, compostas por portugueses e asiáticos, certamente.

Portugal tem de ter instituições (não chega existirem leis) capazes de lidar eficazmente com o problema.

O incêndio em prédio na Mouraria, Lisboa (foto: Sapo 24) 

 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

27 de janeiro - Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

 

Adicionar à tua publicação