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sábado, 20 de maio de 2023

Quando as instituições desmoronam...

João Galamba é o responsável político pela balbúrdia (a cena de pancadaria é do outro mundo) que houve e continua a haver no Ministério das Infraestruturas. É triste vermos a ligeireza e a falta de bom senso com que são tratados os assuntos no seu Gabinete (omitem, contradizem-se, arranjam desculpas, ultrapassam deveres...), como se não tivessem regras claras de funcionamento. Então, não há arquivo, nem sobre dossiers importantes como o da TAP? Mesmo que não existisse, passados mais de quatro meses desta nova equipa (10 elementos, só no gabinete do ministro) ainda não houve tempo de fazer esse arquivo? Um ministério é uma instituição do Estado; e uma instituição é por natureza algo instituído, com estatutos, organização, normativos e arquivos sobre o trabalho realizado. É isso que lhe confere uma identidade e uma continuidade para lá de quem temporariamente ocupa cargos. João Galamba (Foto: Expresso)

domingo, 12 de fevereiro de 2023

A justa luta dos professores

A minha total solidariedade para com os professores e as suas reivindicações. É uma profissão tão exigente, tão absorvente (trabalhar com pessoas em formação, seja qual for o nível de escolaridade, não é como trabalhar num gabinete frente a um computador), que devia ser valorizada e respeitada, pela sociedade em geral e pela tutela e o poder político em particular! 

Manifestação de professores, ontem em Lisboa (Foto: Sapo 24) 


segunda-feira, 25 de abril de 2022

Viva o 25 de abril, a revolução portuguesa

A jovem saiu de casa como todos os dias, sem saber que tinha havida uma revolução naquela madrugada. Ela não sabia que podia haver revoluções, que a vida podia ser diferente, que os quartéis,  as tropas, as  mobilizações e as mortes em Angola, Moçambique, Guiné..., não eram uma normalidade. Ela não sabia que o homem simpático que regava as flores e dava lustro à placa dourada da sede da PIDE/ DGS, era do regime Ela não sabia o que era o regime!

Agora sabe. Aprendeu que a liberdade, a igualdade e a democracia não são um destino,  antes, uma luta diária de pessoas e instituições nacionais e supranacionais.



sábado, 10 de julho de 2021

Por que falharam as revoluções?

 Diz-me, uma senhora com setenta e muitos anos:

- Ninguém me falhou mais que os revolucionários e a revoluções em que acreditei, na minha juventude, e julguei possíveis. Falharam todas. E as que resistem, já não são revoluções, são ditaduras que levaram o povo à miséria e à despersonalização (Correia do Norte, Cuba, Venezuela, China…). 

Criaram-se ideários revolucionários de liberdade, igualdade, justiça, mas os protagonistas continuaram com os mesmos sentimentos de prepotência, domínio, controlo, mesquinhez, egoísmo, exploração… não mudou a natureza dos indivíduos.

Triste realidade - penso eu - que também acreditei, e quero continuar a acreditar,  num mundo e em sociedades melhores.

domingo, 8 de novembro de 2020

Bom dia América - a vitória de Biden e Harris

A América virou a página. O discurso é de união, esperança, verdade e decência na política sem negacionismos, sem racismo, sem quaisquer discriminações. É o discurso, espero que seja a prática. Trabalhar pela igualdade e a justiça de todos os americanos e pelas grandes questões mundiais (relações multilaterais, pandemia, clima…) é uma tarefa gigantesca, mas nunca tão urgente.

sábado, 25 de abril de 2020

Viva o 25 de Abril!

Sou a favor das comemorações do 25 de abril, mas este ano, com convidados nas galerias (não é por acaso que muitos declinaram o convite), não faz para mim qualquer sentido.

Quando o mal-estar é geral, quando o estado de emergência nos obriga a tantas restrições, quando tantas famílias enterram os seus mortos, na mais completa solidão, como se pode achar que tudo está igual, no que toca a esta comemoração?

Mais ainda, quando se tem feito quase tudo à distância, por que razão não se fez também esta sessão solene do 25 de abril?

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Joacine Katar Moreira: a desculpa da deputada

Foto: Partido Livre


É uma jovem de 37 anos, com licenciatura em história, mestrado e doutoramento, de quem esperávamos argumentos válidos, posições fundamentadas, responsabilidade e lucidez para levar a cabo o mandado de deputada que não a representa apenas a ela, mas ao programa do partido – Livre – e a todas as pessoas que votaram nele.
O que não fez, quando se absteve na votação contra a ocupação de Gaza por Israel. Dá como justificação a falta de orientação do partido e as dificuldades de contacto – o que é irónico, num tempo como o de hoje, em que todos andam com um ou mais telemóveis.
Mas o que me parece mais triste, aqui, é a desculpa, quase infantil: «não fui eu que parti o jarro, foi o meu irmão». Claro, que o partido tem de atuar.

domingo, 21 de julho de 2019

Ilhan Omar – a congressista que enfrenta Trump


É uma das quatro congressistas pertencentes a minorias étnicas, eleitas para o congresso americano, pelo Partido Democrata, alvo de críticas e comentários racistas por parte do presidente Trump
Esta mulher, a mais nova de sete irmãos, nasceu na Somália, perdeu a mãe aos dois anos, a família fugiu da guerra civil do seu país e esteve quatro anos num campo de refugiados no Quénia, antes de obter asilo nos Estados Unidos, no Estado do Minnesota. Tem a cidadania americana desde os 17, há vinte anos. Estudou ciência política e relações internacionais e envolveu-se na política do seu estado; este ano foi eleita para o congresso federal.
Trump não a amedronta, pelo contrário, dá-lhe força para falar dos migrantes detidos em centros com condições degradantes e de muitos outros temas. Já avisou que não foi eleita para ficar calada.   

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Soledad Bravo - uma artista venezuelana

Nasceu em 1943, em Logronho, Espanha, onde viveu até aos sete anos. Tem uma voz que impressiona. Canta poetas, folclore, revoluções..., diferentes géneros de música.
Descobri-a, há muito mais de trinta anos, numa rádio espanhola e comprei vários CD’S. Ouvia-os, em silêncio, concentrada, como se fossem uma iniciação à liberdade, à justiça, ao amor, à vida, ao comprometimento, à política..., numa América Latina, cheia de latifundiários e oligarcas, onde as revoluções faziam sentido.
Mas, tudo desmoronou; a revolução fez-se morte, sangue, pobreza, miséria, dor profunda… Por que falharam as revoluções? O que fizeram os revolucionários? Por que traíram o povo?
Soledad Bravo já não canta canções revolucionárias, não esteve com Chaves nem está com Maduro; continua, como pode, a lutar por uma Venezuela livre. Descubram-na no Youtube e  confirmem o que digo.    

terça-feira, 7 de maio de 2019

Reis e rainhas

Quando, há poucos dias,  o imperador do Japão abdicou a favor do filho e um novo rei na Tailândia foi coroado, pensei na quase irracionalidade que vejo nesta forma de poder. Não encontro razões para alguém, vindo de uma determinada linhagem, poder ser rei ou rainha. A democracia devia ser antimonárquica.
O rei pode ser a melhor pessoa, ter todos os méritos, indiscutíveis qualidades, carisma, tudo mais e melhor do que qualquer possível presidente, mesmo assim, não parece justo que alguém nasça para ser rei.
Sou contra esta ideia de que o rei  tem um poder quase divino,  não falha; é Deus no céu e o rei na terra (de resto nas monarquias o rei é também o chefe da igreja). 


segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Brasil, prestes a eleger um ditador

O Brasil está prestes a eleger um ditador, Jair Bolsonaro. O que vai acontecer ninguém sabe, mas pressente-se o pior.  Como é que 50 milhões de pessoas votaram neste senhor? Parece incompreensível.
Dizem que muitos votos são de reação ao PT. Mas, na primeira volta havia outras alternativas, assistimos ao desmoronar dos partidos liberais do centro político. A sociedade radicalizou à esquerda e à direita. 
Bolsonaro fala de ordem, segurança, e pelos vistos esta é a primeira preocupação do povo brasileiro e com razão, sem segurança, todas as liberdades e todos os direitos ficam comprometidos. O pior que fala também  contra as minorias, as mulheres, os homossexuais, os negros, os pobres..., pondo em causa direitos básicos e anunciando soluções não democráticas . 

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Recordando José Afonso, cantor, poeta e tudo o mais



Hoje, no dia 25 de abril, deixo aqui um um texto que o Zeca Afonso escreveu à filha Joana quando estava preso.


«Querida Joana
 Como sabes eu estou preso mas também não sou um homem mau. Viste como foi. Não sejas rabugenta e ajuda o Pedro. Se ele estiver birrento lembra-te que ainda é bebé e tu mais crescida que ele. O que não gosto é que sejas egoísta porque é muito feio. Se alguma das tuas amigas querem tudo para elas deixa lá. Elas fazem mal mas tu não. Explica-lhes que não devem ser egoístas. Tem cuidado com os sugos e outras porcarias iguais porque podes ficar sem dentes. Depois mesmo que os queiras ter já ninguém te os pode pôr.
Ficas como os velhinhos. Alguns deles tinham a mania de comer guloseimas, gelados e caramelos. E também chocolates. Eu lembro-me muito de ti e do Pedro. O Zé ainda não cortou as barbas? Diz à Lena que eu não gosto que ela seja desarrumada. Todos têm que ajudar a mãe e a Dina.
 Muitos beijos do
Zeca Pai»
 


sábado, 7 de abril de 2018

A prisão de Lula da Silva: pobre natureza humana


Tudo indica que Lula vai hoje ser preso. É tempo para, sem histerismos, todos pensarmos no que se passou e passa com quem exerce o poder, quase parece uma inevitabilidade deixarem-se corromper. Mas não é, evidentemente.
Eu tenho pena que pessoas como Lula se tenham deixado cair nas malhas dessa generalizada corrupção. Milhões de pessoas acreditavam nele (acreditam nele ainda muitas), mas é inaceitável, negar, até ao absurdo, as evidências. Muitos acusam a justiça de politização, e isso é mau. A justiça tem de ser independente, é preciso que não haja vários pesos e várias medidas.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

O Grande Ditador, o filme (1)


Para quem não viu o filme (1940), uma nota sobre a situação: uma imensidão de soldados, todos bem alinhados e atentos, espera o discurso do grande ditador (Hitler, evidentemente). Em vez dele, Charlot (que devido à semelhança física fora confundido) faz este brilhante discurso sobre direitos humanos, falando de respeito pelos outros, de liberdade, de progresso, de justiça e de democracia.


 Discurso final de Charles Chaplin no filme “O grande Ditador”

 «Realmente sinto muito mas não aspiro a ser imperador. Isso não significa nada para mim. Não pretendo governar nem conquistar nada de nada. Ao contrário, gostaria de ajudar, se possível, cristãos e judeus, negros e brancos, todos temos o desejo de nos ajudarmos mutuamente. A gente civilizada é assim. Queremos viver da nossa sorte comum e não da nossa desgraça comum. Não queremos desprezarmos-nos nem odiarmos-nos mutuamente. Neste mundo há sítio para todos. A boa terra é rica e pode garantir a subsistência de todos.
 O caminho da vida pode ser livre e magnífico, mas perdemos esse caminho. A voracidade envenenou a alma dos homens, rodeou o mundo num círculo de ódio e fez-nos entrar na miséria e no sangue.
Melhorámos a velocidade, mas somos escravos dela, a mecanização, que traz consigo a abundância, afastou-nos do desejo. A ciência tornou-nos cínicos e a inteligência duros e brutais, pensamos em excesso e não sentimos bastante.
Temos mais necessidade de espírito humanitário do que de mecanização. Necessitamos mais de amabilidade e simpatia do que de inteligência. Sem estas qualidades a vida só pode ser violenta e tudo está perdido».
 

 (continua)

sábado, 24 de outubro de 2015

Pela vida de Luaty Beirão

17 ativistas angolanos, estão acusados de atos subversivos com o propósito de atentarem contra o Estado, o presidente a república... 15 foram presos quando liam e comentavam um livro escrito por um deles a partir de um original de um filósofo americano. Estão em prisão preventiva, há mais de quatro meses, quando o limite em Angola são três meses. Por isto, Luaty Beirão entrou em greve de fome há 34 dias, quer aguardar o julgamento em liberdade.
Sabe-se agora que a sua situação é muito crítica, pode a qualquer momento tornar-se irreversível. E mesmo assim parece que ninguém faz nada? Ninguém pode fazer nada? Tem de ser possível fazer alguma coisa.
É uma questão de direitos humanos, obviamente, o direito à liberdade de consciência, de pensamento, de expressão, é inalienável; mas é também uma questão política, de direitos e liberdades cívicas, então, aqueles jovens não podem querer para o seu país outro governo, outra política? Podem e devem.


quinta-feira, 5 de junho de 2014

A propósito da nova coroação real, em Espanha

Por que é que há reis e rainhas – é a pergunta que faço?
Por que é que se nasce rei, rainha, príncipe, princesa, etc, etc? Nenhuma razão. Nascemos indivíduos livres e iguais – é o primeiro princípio consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Ponham os príncipes e os reis a pensar sobre o que são, a ver se se descobrem outra coisa. A monarquia não tem nenhuma justificação racional, pode ter todas as outras: tradição, cultura, estabilidade política, identidade nacional…, o que seja, mas nenhuma que os coloque num patamar à parte. Sou absolutamente republicana.



terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Revolução de Jasmim, um amanhecer desfeito


Passam dois anos sobre a Revolução de Jasmim ou a Primavera árabe, começada na Tunísia e que se estendeu, depois, a outros países árabes, até aí, blindados à democracia e à livre expressão do seu povo. Foi assim na Líbia, no Egipto, no Iémen…, mas o que parecia uma aurora de liberdade e de bem-estar transformou-se, pouco a pouco, numa desilusão para muitos dos próprios e para o mundo em geral que acreditaram que outro devir fosse possível.
Por quê? Por que é que depois de eleições, aparentemente livres e justas, ganham maiorias islâmicas? Por que é que o Presidente Morsi, da Irmandade Muçulmana, acaba de convocar um referendo para chamar a si poderes para lá do que lhe permite a constituição do país? Por que é que o governo de Damasco continua, depois de tantas e tantas mortes? Por quê? Por quê? Podíamos continuar a questionar esta realidade, mas de pouco serviria, pois não a entendemos.
Há uma tal complexidade, ligada sobretudo ao fundamentalismo religioso (por mais que se apelidem de moderados), em que estado e religião se confundem, que torna impossível qualquer compreensão racional. Não temos categorias, faltam enquadramentos, teorizações (talvez, sejam impossíveis)...
É certo que é um outro estar. E ainda há quem entenda que não há conflito de civilizações. Há, certamente.



quinta-feira, 10 de maio de 2012

A extrema direita, na Europa

Assistimos, quase incrédulos, no dia das eleições gregas, ao partido da extrema direita, que acabava de eleger 20 deputados, a exigir, numa conferencia de imprensa, que os jornalistas se levantassem à entrada do líder.  Julgávamos isto do passado, mas não é, e de aqui ao lado, da velha e instruída Europa. É preciso reflectir sobre as razões deste fenómeno que não exclusivo da Grécia,  veja-se o que aconteceu com estes partidos na França, na Holanda, na Áustria e mesmo na Alemanha. Parece evidente que as democracias não sabem lidar com o problema, pois em nome da liberdade individual, entende-se que o povo tem direito a exprimir-se como quer, e tem , mas as sociedades não podem viver com quem não respeita os pilares das democracias, a dignidade humana, o respeito pelo outro e a pluralidade de valores.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Chavez, comandante e presidente.

Hugo Chavez  é um autocrata, autoritário, quase ditador, obviamente que o que se vive na Venezuela não é uma ditadura simples, há eleições, partidos políticos, mas não há separação de poderes, nele está concentrado demasiado poder, politico, militar, económico..., mas  a almejado socialismo, a igualdade, estão longe, muito longe. A pobreza continua, a violencia não diminui, parece que Caracas é das cidades mais violentas do mundo, e a vida não  melhora para a maioria do povo.
Chavez está doente, mas continua firme,  a governar, a manobrar, a conspirar..., sabe que não chega querer, nem ter ideologias, nem proclamar boas intenções, é preciso mais. Até onde irá?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

1º de Maio

No  1º de Maio, há coisas que sempre me emocionam, sobretudo,  ver aquelas pessoas, já de idade, muitas delas, que ali estão por convicção profunda em ideologias já velhas e gastas que nunca chegaram a ser "manhãs que cantam" .  Mas, as crenças, ideologias incluídas, dão  sentido, razões, apontam caminhos, preenchem... e isso não é pouco. Vivam  as ideologias, desde que não alienem as consciências.