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terça-feira, 14 de setembro de 2021

A propósito de todos os totalitarismos...

 O sujeito racional e livre não precisa do Estado, nem de nenhuma crença religiosa, ideológica ou outra,  para saber o que é o bem e o mal.  São noções inatas; estão connosco, desde sempre, mesmo antes da nossa capacidade  do exercício do livre-arbítrio.  Portanto,  quando a razão e a liberdade são instrumentalizadas, é a humanidade em nós que fica em causa. São os direitos humanos que são  negados.

 

sexta-feira, 16 de julho de 2021

A lei húngara

 A lei aprovada, recentemente, na Hungria, contra a comunidade LGBT, viola os direitos humanos.  

Sou contra essa lei, porque sou contra qualquer tipo de discriminação que não respeite o que é a liberdade individual. É esta liberdade que funda todos os direitos; se aceitamos pôr em causa este princípio, qualquer arbitrariedade é possível. É uma questão de dignidade humana.

sábado, 29 de maio de 2021

A liberdade, pertence-nos

 . Quando pensamos no que fazemos, sem necessidade de teorias, descobrimo-nos seres de iniciativa, com capacidade de imaginar, inventar, começar algo de novo…; tal como, nos descobrimos capazes de interferir no decurso das coisas, modificando, refazendo, projetando… - desde os aspetos mais simples do dia-a-dia, aos planos e projetos de vida, com metas e objetivos a médio e longo prazo, orientados por um sentido de bem fazer que nos acompanha.

terça-feira, 9 de março de 2021

Não precisamos de donos..

 A liberdade não é uma concessão familiar, religiosa, cultural, social, política...,  é um valor constitutivo do humano.  Quando refletirmos sobre o que fazemos, sem necessidade de teorias, descobrimo-nos seres de iniciativa, com capacidade de imaginar, inventar, começar algo de novo…; tal como, nos descobrimos capazes de interferir no decurso das coisas, modificando, refazendo, projetando… - desde os aspetos mais simples do dia-a-dia, aos planos e projetos de vida, com metas e objetivos a médio e a longo prazo, orientados por um sentido de bem viver, que nos acompanha .

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Soledad Bravo - uma artista venezuelana

Nasceu em 1943, em Logronho, Espanha, onde viveu até aos sete anos. Tem uma voz que impressiona. Canta poetas, folclore, revoluções..., diferentes géneros de música.
Descobri-a, há muito mais de trinta anos, numa rádio espanhola e comprei vários CD’S. Ouvia-os, em silêncio, concentrada, como se fossem uma iniciação à liberdade, à justiça, ao amor, à vida, ao comprometimento, à política..., numa América Latina, cheia de latifundiários e oligarcas, onde as revoluções faziam sentido.
Mas, tudo desmoronou; a revolução fez-se morte, sangue, pobreza, miséria, dor profunda… Por que falharam as revoluções? O que fizeram os revolucionários? Por que traíram o povo?
Soledad Bravo já não canta canções revolucionárias, não esteve com Chaves nem está com Maduro; continua, como pode, a lutar por uma Venezuela livre. Descubram-na no Youtube e  confirmem o que digo.    

quarta-feira, 4 de abril de 2018

O Grande Ditador, o filme (3)

«No capítulo 17, do Evangelho segundo São Lucas, lê-se: “O reino de Deus está no próprio homem”. Num único homem, não num único grupo de homens, mas em todos os homens,  e vós sois o povo, tendes o poder para criar máquinas, o poder para criar a felicidade. Vós, o povo, tendes o poder para criar a vida livre e esplêndida ... para fazer dessa vida uma radiante aventura.

Então, em nome da democracia, utilizemos esse poder... Unamo-nos todos, lutemos por um mundo novo, um mundo limpo que ofereça a todos a possibilidade de trabalhar, que dê à juventude um futuro e proteja os velhos da miséria.
Com estas mesmas promessas, gente ambiciosa exerceu o poder, mas mentiram, não mantiveram as suas promessas, nem as manterão nunca! Os ditadores liberaram-se, mas domesticaram o povo.
Combatamos agora para que se cumpra esta promessa. Combatamos por um mundo equilibrado ... Um mundo de ciência, no qual o progresso leve a todos a felicidade. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos»!
  


terça-feira, 3 de abril de 2018

O grande ditador, o filme (2)


«A aviação e a rádio aproximaram-nos uns dos outros, mas a própria natureza destes inventos requeria a bondade do homem e reclamava a fraternidade universal para a união de todos. Neste momento, a minha voz chega a milhares de seres oprimidos, espalhados pelo mundo. Aos que podem compreender-me digo-lhes:
- Não desespereis, a desgraça que caiu sobre nós, não é mais que o resultado do apetite feroz da amargura de uns homens que temem o caminho do progresso humano. O ódio dos homens passará, os ditadores morrerão e o poder que usurparam ao povo voltará ao povo.

Soldados não vos entregueis e esses brutos homens que vos desprezam e vos tratam como escravos, homens que governam as vossas vidas, decidem os vossos actos e os vossos pensamentos: domesticam-vos, tratam-vos como animais e utilizam-vos como carne para canhão. Não vos coloqueis nas mãos desses homens anti naturais, desses homens máquinas, com coração de máquinas.
Vós não sois máquinas! Não sois animais! Sois homens!; Levais o amor e a humanidade nos vossos corações. Não odieis. Só os que não são amados odeiam. Os que não são amados e os anormais... soldados não combatais pela escravatura, combatei pela liberdade».

segunda-feira, 2 de abril de 2018

O Grande Ditador, o filme (1)


Para quem não viu o filme (1940), uma nota sobre a situação: uma imensidão de soldados, todos bem alinhados e atentos, espera o discurso do grande ditador (Hitler, evidentemente). Em vez dele, Charlot (que devido à semelhança física fora confundido) faz este brilhante discurso sobre direitos humanos, falando de respeito pelos outros, de liberdade, de progresso, de justiça e de democracia.


 Discurso final de Charles Chaplin no filme “O grande Ditador”

 «Realmente sinto muito mas não aspiro a ser imperador. Isso não significa nada para mim. Não pretendo governar nem conquistar nada de nada. Ao contrário, gostaria de ajudar, se possível, cristãos e judeus, negros e brancos, todos temos o desejo de nos ajudarmos mutuamente. A gente civilizada é assim. Queremos viver da nossa sorte comum e não da nossa desgraça comum. Não queremos desprezarmos-nos nem odiarmos-nos mutuamente. Neste mundo há sítio para todos. A boa terra é rica e pode garantir a subsistência de todos.
 O caminho da vida pode ser livre e magnífico, mas perdemos esse caminho. A voracidade envenenou a alma dos homens, rodeou o mundo num círculo de ódio e fez-nos entrar na miséria e no sangue.
Melhorámos a velocidade, mas somos escravos dela, a mecanização, que traz consigo a abundância, afastou-nos do desejo. A ciência tornou-nos cínicos e a inteligência duros e brutais, pensamos em excesso e não sentimos bastante.
Temos mais necessidade de espírito humanitário do que de mecanização. Necessitamos mais de amabilidade e simpatia do que de inteligência. Sem estas qualidades a vida só pode ser violenta e tudo está perdido».
 

 (continua)

sábado, 26 de dezembro de 2015

Olhar à volta, violação de direitos

Queria falar sobre o Natal, contar uma história feliz, mas só me ocorriam episódios tristes. É, assim, um mundo violento e desigual, onde todos os dias os direitos humanos são espezinhados. Por isso temos de repetir à exaustão que: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Dotados de razão e consciência, devem agir uns com os outros em espírito de fraternidade" - 1º artigo da Declaração Universal.

Nem a dignidade nem os direitos nos são concedidos por uma qualquer vontade política, religiosa, económica ou outra; são da natureza humana, “nascemos livres e iguais em dignidade e direitos, independentemente da família, local, situação ou particularidade em que esse nascimento ocorra.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O jovem argentino que vinha do festival da Idanha

- Já é Lisboa?
- Não, é Santarém
- Falta muito para Lisboa?
- Mais ou menos 100km. Nunca veio a Lisboa?
- Não, não conheço.
Assim começou um diálogo muito interessante, até à estação do Oriente, com o jovem sentado a meu lado que vinha do festival da Idanha, que entendi ser de correntes alternativas de vida.
É claro nele um estilo de vida alternativo, mas há uma delicadeza nos gestos e um sorriso e uma gargalhada que criam empatia e proximidade.
Contesta a sociedade contemporânea, as suas instituições e os seus sistemas económicos e políticos; fala-me de liberdade, de paz, de justiça, de amor, da comunhão com a natureza…
Interesso-me. Quantas vezes já ouvi e li sobre utopias? Muitas.
Mas esta é uma utopia que tem um desprendimento e uma distância encantatórias;  não parece existir urgência, é a crença de que a mudança é inevitável, pela tomada de consciência de que não podemos seguir como estamos.
Fala-me da namorada espanhola que ainda não conseguiu fazer a opção e como compreende isso.  
Tento ver se há uma racionalidade ou apenas uma crença inconsequente. Tem um discurso estruturado, convicto, é culto, tem um curso superior, é professor, trabalhou num banco…, ou seja, não é um marginalizado, mesmo que tenha escolhido como tantos outros viver numa margem que acredita possa ser um caminho futuro. Fiquei curiosa, estou tão instalada na minha vidinha que não deixo que me surpreendam com facilidade, e este jovem conseguiu.
Um abraço para ele, lá onde estiver organizando ou participando em mais um festival.

                                                     


terça-feira, 18 de março de 2014

As praxes e a liberdade individual

O argumento mais forte que tem sido: a pessoa, num acto de liberdade, decide ser praxada, podia ter dito que não queria e não disse; a pessoa num acto de liberdade decide praxar, integrar uma organização, submeter-se a um código, cumprir ordens de um “ditador”, andar com sapatos rotos até ao indescritível, remendados com fita adesiva preta (a cena dos sapatos que uma jovem da Lusófona mostrou na televisão, e a justificação dada para esta e outras coisas: “são parte de mim, da minha história…”, mostra, à evidência, não apenas o absurdo, mas também a perigosidade do que aqui está em causa). Que valores são estes? Em nome de quê?
Também, o reitor dessa universidade usou o argumento da liberdade: “vamos lá proibir! É lá isso possível! A liberdade é um valor intocável, no tempo do fascismo e das ditaduras é que se proibia a expressão da liberdade…”
Então, em nenhum momento, cai o argumento da liberdade individual? Não cai, quando estes jovens estão submetidos à mais pura das hierarquias? Não cai, quando se expõem fragilidades, lavam mentes, exploram sentimentos, humilham pessoas, violam direitos…?
Claro que cai, claro que se violam direitos. Aliás, a praxe é em si mesma a violação de uma liberdade. Ao colocar-se o praxado numa situação de absoluta incapacidade de fazer ou de dizer o quer que seja, a não ser o que o lhe é exigido, quebra-se a reciprocidade eu-tu, há, desde o início, uma liberdade anulada, por isso, a humilhação pode estar a uma curta distância, não apenas nas praxes violentas, mas nas coisas mais inócuas, do ponto de vista dos danos físicos.
Relacionado com isto, discute-se a dificuldade em saber onde está a fronteira entre o aceitável e o não aceitável, pois o que para uns é humilhante e susceptível de ferir a sua dignidade, para outros é uma brincadeira, e portanto ninguém está em condições de determinar o que é ou não uma prática indigna.
Isto é certo. Ninguém pode falar sobre a dignidade de ninguém, por ser um valor intrínseco à própria pessoa, mas cada um sabe onde está o limite que, uma vez ultrapassado, deixa marcas, no mais profundo de si; portanto, ninguém pode pôr em causa a sua dignidade ou deixar que outros a ponham.
Acabamos de assistir a isto: pensaram (podiam) os jovens que morreram no Meco recusar-se a ir à praia nessa noite de temporal no mar? O que os impossibilitava de tomar uma atitude? Por que perderam a autonomia, por que perderam a vontade própria? É por isso que as praxes são uma indignidade e não apenas nas situações limite, como esta; são-no sempre, porque se trata de algo que é da sua própria natureza.