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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Anne Frank: o diário (3)

Há-de chegar o dia em que esta guerra medonha acabará, há-de chegar o dia em que também nós voltaremos a ser gente como os outros e não apenas judeus” – escreveu Anne no seu diário, em 11 de abril de 1944.
Para ela e para milhões de judeus esse dia não chegou. Ficou o seu diário, um importante testemunho. Quando Anne fez treze anos e vivia ainda uma vida normal e feliz com os pais e a irmã numa casa no centro de Amesterdão, recebeu de presente um diário, que leva consigo para o refúgio no depósito das empresas do pai. 
Escrever tornou-se uma tábua de salvação. “Quando escrevo, sinto um alívio, a minha dor desaparece, a coragem volta”- escreve a 5 de abril de 1944. 
Com o diário, de capa axadrezada, em que o vermelho é a cor dominante, a que chama de Kitty, a amiga, pode desabafar, conversar, dialogar, interrogar, pensar.... Este e os cadernos que se seguiram foram guardadas por Miep, uma das colaboradoras, e entregues ao pai, sobrevivente de Auschwitz, que o publicou pela primeira vez em 1947. 
No museu está o original, aberto, podemos ver a letra de Anne, certinha, pequena...impressiona um pouco, pois escreve já com o objectivo de publicar, sabe que no fim da guerra haverá interesse por escritos desta natureza. Ela tem planos, quer ser escritora, ironicamennte, o seu livro é um dos mais editados e lidos do mundo. 
(O diário de Anne Frank acaba de ser reeditado em Portugal, pela editora Livros do Brasil).

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