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sábado, 6 de janeiro de 2018

A menina que pedia esmola

- Como e que te chamas?
- Alice.
- Quantos anos tens?
- Catorze.
- Há quanto tempo estás na rua a pedir esmola?
- Não sei, perdi a conta. Sei que desde que ando a pedir já me nasceu mais uma irmã. Vi-a este fim de semana. 
- É bonita, a tua irmã bebé? 
- Muito bonita, mas estou farta de bebés, tenho oito irmãos e sou a mais velha.
- Pedes todos os dias?
- Sim, mas dou o dinheiro à minha mãe.
- Adeus, Alice. Tu também és muito bonita, sabes!

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Agir a favor da paz, aqui e agora

A contradição do humano: tantos votos de paz e ao mesmo tempo tanta violência. Celebrou-se a 1 de janeiro o dia mundial da paz. O Papa enviou uma mensagem a todos os católicos, o diretor geral da ONU a todo o mundo, ambos, alertando para os perigos e pedindo (exigindo) que mudemos de atitudes. Mas talvez, tudo continue irremediavelmente na mesma.
Claro que a violência tem muitas caras, muitos graus, muito confronto de interesses e muito domínio de uns sobre outros. Não podemos pensar apenas nas guerras, na fome, nas perseguições, nas limpezas étnicas, nos delírios dos que continuam a ameaça nuclear…, temos de pensar nos desempregados, nos que, mesmo trabalhando, não ganham para pagar as contas, dos jovens que saem à noite e morrem baleados à porta de uma discoteca, da violência doméstica, dos que todos os dias ou nos mentem ou nos dizem meias verdades, dos que nos atendem mal num serviço público ou privado…. Reagir em nome da dignidade e da justiça é já uma atitude a favor da paz de cada um e de todos os outros.