Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Crise ou mais do que isso?

A situação portuguesa é de tal ordem, cada dia parece pior que o anterior, que não vemos qualquer saída. O pior é que estamos tão pertinho dos gregos, da miséria grega, e tão longe dos irlandeses e dos espanhóis e italianos, para estes há um estado social que ainda responde, por exemplo na Espanha, onde o desemprego é uma enormidade, quando acaba o subsídio a pessoa recebe um mínimo de 400 euros, vê-se  diferença, entre o nada e este apoio. aqui verdadeiramente se não é a família, muitos caem na maior desgraça.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Pobreza

Há uma definição técnica para pobreza, os que vivem com menos de um dólar por dia, penso. Aparentemente, se considerássemos esta definição seriam poucos os pobres em Portugal. Contudo, aumentam a olhos vistos, como refere a Cáritas e outras organizações que estão no terreno.
Pobreza é não poder fazer face ao dia a dia  e aos compromissos que temos, daí que muitos pobres sejam por isso classe média e média alta, pessoas que, com a crise e os cortes nos rendimentos disponíveis, vêem o salário a pagar contas sem que fique o tal dólar para comer.
Para onde caminha este modelo de sociedade? Quando nos confrontamos com a impossibilidades de pagar dívidas, o Estado e as famílias, começamos a perceber que nos venderam um modelo social que não podemos suportar.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A banalidade dos naufrágios


Temo a banalidade dos naufrágios no Mediterrâneo; temo que, qualquer dia, se tornem em não notícia, passando a considerar-se como algo de tal modo normal que já  não nos perturba. Temo que se deixe de questionar o que está verdadeiramente em causa: a impossibilidade de “fechar”, nos seus países, pessoas na mais extrema pobreza.
Quando Hannah Arendt, ao presenciar a forma como os carrascos nazis se referiam, sem qualquer pingo de emoção, às barbáries cometidas, falou da banalidade do mal, não sabia da tragédia dos emigrantes clandestinos , mas sabia da incapacidade dos seres humanos (de alguns seres humanos) se revoltarem e tomarem medidas sobre tragédias desta natureza. 

domingo, 13 de outubro de 2013

Malala, um símbolo

A jovem paquistanesa que há um ano foi baleada, no atentado a um autocarro, quando regressava da escola, é já um símbolo. Falou nas Nações Unidas, acabou de ganhar o Prémio Sakharov e está nomeada para o Nobel da Paz.
Malala é uma menina corajosa, inteligente, determinada…, luta pela educação a que tem direito, a sua e a de todas as raparigas do seu pais e de outros países, mas não pode ser instrumento de ninguém, pessoa ou organização. Tem apenas dezasseis anos.
Às vezes, parece, num ponto ou outro do seu discurso, haver demasiada politização, como, por exemplo, quando falou nas Nações Unidas e disse: “as mulheres têm de lutar pelos seus direitos em todo lado, mesmo aqui, nos Estados Unidos, têm de levar uma mulher a presidente” e os focos caíram sobre a senhora Clinton.
- Malala, sei que vais continuar a estudar, a pensar por ti mesma, a ser capaz de questionar as coisas e de as perceberes no confronto com os jogos de interesses da alta política.




quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Tragédia humana, Lampedusa



Não sei se a imagem era verdadeira ou cínica (julgo que só pode ser verdadeira) – o ar pungido de Durão Barroso e do Primeiro ministro italiano, frente ao mar de caixões, com as crianças à frente.
Mais de trezentos mortos, muitos ainda por resgatar, uma tragédia sem contornos que se estende por muitos lados, às famílias, às comunidades, de onde estes emigrantes eram oriundos...
Ficamos parados, a pensar: se quem pode fazer alguma coisa, não faz, que podemos nós? Pelo menos, juntarmos-nos a quem gritou: é uma vergonha! Tenham vergonha!
Agora, a Comissão Europeia disponibilizará 30 milhões de euros para a ajuda aos refugiados, em Itália, mas, a questão não é essa, não é acolhê-los e devolvê-los aos países de origem, não é o regresso a nada, que resolve o problema. Tem de existir outra resposta para a emigração clandestina.