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quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Um provérbio sobre educação: «Não dês o peixe, ensina a pescar»

Não dês o peixe, ensina a pescar

                                                                               (Provérbio chinês)


 Parece óbvio, pois, quem sabe pescar, se tiver condições e vontade, pesca.

É isto educar: dar ferramentas, conhecimentos, desenvolver capacidades e tornar possível determinadas atitudes e comportamentos.


Mas, é mais que isso. Educar é também um modelo de desenvolvimento, por exemplo, os países do Terceiro Mundo só se desenvolverão de forma sustentada se “forem ensinados a pescar”, se desenvolverem as suas capacidades e os seus conhecimentos, se aliarem, de forma consistente, o saber, a técnica e os recursos naturais.


Na educação, está a chave para o desenvolvimento e a justiça globais.
  


segunda-feira, 11 de março de 2019

Um furo de água, simplesmente

Não podia ir à escola, porque tinha de ajudar a mãe a acartar água. Durante toda a manhã, subiria, vezes sem conta, a encosta da montanha, até à fonte mais próxima, e transportaria, à cabeça, dentro de um alguidar, garrafas de água – a maneira de levar mais e de não deixar cair nenhuma pinga –, até encher todos os cântaros e regar toda a horta.

Muitas vezes sonhava: - «E se de repente nascesse uma fonte, perto da minha casa»!
Sim, isso era possível, porque a água estava lá, bem no fundo da terra, talvez cheia de preguiça e sem vontade de se levantar, de esfregar os olhos e de iniciar uma aventura até à superfície.

Mas, talvez não seja preguiça, pode acontecer que a água não consiga mesmo sair, é que, lá em baixo, é sempre de noite, e ela, como acontece connosco, não sabe mover-se no escuro. A solução era abrir uma janela, uma espécie de furo, que descesse, descesse, até lá ao fundo, para mostrar o caminho à água. Já fora, haveria de nascer uma fonte.

No dia em que isso acontecer, haverá festa nos rios, nos parques e, até, nos pátios das escolas, com meninos felizes que não precisam mais de gastar os dias a acartar garrafas de água, dentro de alguidares.








quinta-feira, 24 de maio de 2018

A educação, um direito humano


Não dês o peixe, ensina a pescar - é um provérbio chinês muito conhecido, que mostra a importância da educação.
                                                                                
 Parece óbvio, pois, quem sabe pescar, se tiver condições e vontade, pesca. É isto educar: dar ferramentas, conhecimentos, desenvolver capacidades e tornar possível determinadas atitudes e comportamentos.
Mas é mais que isso; educar é também um modelo de desenvolvimento, por exemplo, os países do 3º mundo só se desenvolverão de forma sustentada se “forem ensinados a pescar” se desenvolverem as suas capacidades e os seus conhecimentos, se aliarem de forma consistente o saber, a técnica e os recursos naturais. Na educação está a chave para o desenvolvimento e a justiça global.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Um mundo menos desigual, é possível

Não é possível não sentir um desconforto, ficar insensível à vida de tanta gente marcada por um destino que lhe determina os dias. Não é possível compreender que alguns vivam junto a um mar onde nunca tomarão banho, arrumem quartos em hotéis onde nunca poderão dormir, sirvam em restaurantes onde nunca  comerão uma refeição sentados na sala...
Não é possível aceitar um desenvolvimento tão desequilibrado, onde a par dos maiores luxos subsistem as maiores dificuldades e as maiores carências. Um desenvolvimento assim, devia envergonhar todos os poderosos do mundo. Nem tudo é economia, senhores; nem tudo são índices macro económicos; olhemos para a vida quotidiana das pessoas concretas.
Se algum voto faço para 2018 é a de um mundo menos  desigual.



terça-feira, 9 de junho de 2015

Globalização, a difícil realidade

Aparentemente, nunca foi tão fácil conhecer e interagir com outros povos e outras pessoas e, portanto, estabelecer contactos e relações interculturais. Seria assim, se todos os saberes estivessem vagueando nas redes de informação virtual e se todos os que querem e procuram conhecer outras culturas, tivessem acesso a um computador e dominassem as técnicas informáticas.

Ora, não é isso que acontece. Há milhões de seres humanos excluídos deste processo de globalização, sem possibilidade de qualquer interacção a nível global. E mesmo para aqueles que têm acesso e dominam a técnica, não é seguro que o excesso de informação se traduza num maior conhecimento cultural, não, apenas, porque é necessário ter adquirido qualidades intelectuais que lhes permitam aprender – capacidade de contextualizar a informação, de interpretá-la, de torná-la sua… – mas, ainda, porque escapa à voragem informática a complexidade e a riqueza de todos os processos humanos, nas suas dinâmicas de sobrevivência, de resistência e de desenvolvimento que o viver local dos diferentes grupos supõe e envolve. 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Desenvolvimento sustentável

Um desenvolvimento que dê prioridade à educação, que aposte na valorização pessoal e social das pessoas através da educação e formação. Um desenvolvimento que ponha o local e suas potencialidades à frente de outros interesses. 
Coisas simples, de bom senso, poderiam ser feitas, por exemplo, se em determinada região do mundo a base da alimentação é o milho ou o arroz, porque se hão-de plantar apenas café ou bio-combustíveis, produtos sujeitos a especulações bolsistas que, não raro, afectam quem produz e quem vende. Melhor, produtos que assegurem a subsistência.
Também, um desenvolvimento científico e técnico equilibrado. Se não há conhecimentos para operar determinada máquina, porque se investem milhões nela, se sabemos que irá ficar parada, à mínima avaria. A ideia deve ser, sempre, a de um desenvolvimento capaz de criar sustentabilidade, em vez de acentuar ruturas, com capacidade de lançar novos desafios, ancorados em objectivos já alcançados, para que o progresso não se transforme numa mera ilusão. 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Tragédia humana, Lampedusa



Não sei se a imagem era verdadeira ou cínica (julgo que só pode ser verdadeira) – o ar pungido de Durão Barroso e do Primeiro ministro italiano, frente ao mar de caixões, com as crianças à frente.
Mais de trezentos mortos, muitos ainda por resgatar, uma tragédia sem contornos que se estende por muitos lados, às famílias, às comunidades, de onde estes emigrantes eram oriundos...
Ficamos parados, a pensar: se quem pode fazer alguma coisa, não faz, que podemos nós? Pelo menos, juntarmos-nos a quem gritou: é uma vergonha! Tenham vergonha!
Agora, a Comissão Europeia disponibilizará 30 milhões de euros para a ajuda aos refugiados, em Itália, mas, a questão não é essa, não é acolhê-los e devolvê-los aos países de origem, não é o regresso a nada, que resolve o problema. Tem de existir outra resposta para a emigração clandestina.  




sexta-feira, 22 de junho de 2012

Conferência: Rio + 20

Patrocinada pela ONU decorre, de 20 a 22 de Junho a conferência sobre o ambiente e o desenvolvimento sustentável.  Não há hoje nenhuma dúvida de que esta é uma questão séria:  ou conseguimos um desenvolvimento que proteja e potencie os recuros naturais ou a vida (incluída a humana) fica comprometida. Não podemos em nome de indíces de desenvolvimento que todos queremos, obviamente, hipotecar o futuro. Penso que era Lévinas que dizia que somos devedores do futuro, emprestaram-nos a terra com os todos os seus recursos para aqui viver, mas temos uma dívida para com as gerações futuras,  temos de  a manter viva e equilibrada.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Demagogia e o mais

O buraco financeiro na Madeira é enorme, não se esperava tanto, embora, para o comum dos mortais, que visitasse a ilha, fosse perceptível a impossibilidade daquele desenvolvimento ser sustentável. Mas, o que mais incomoda é o tom desafiador do presidente do governo regional, como se o que fez fosse uma coisa de somenos, usando toda a demagogia e todo o populismo: tudo em nome do povo, para o povo - escolas , hospitais, centros de dia, lares da terceira idade..., nenhum esbanjamento, nem um cêntimo mal gasto. Tristes políticos! 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Desenvolvimento

(Um comentário ...)

É sábia a história da galinha. Mostra bem o que acontece quando as escolhas são erradas. Um dos aspectos mais importantes do desenvolvimento é o planeamento a curto, médio e longo prazo - definir objectivos, diversificar as actividades e proteger os mercados, não se pode produzir para a seguir não se conseguir vender.
Um desenvolvimento sem graves impactos ambientais, que produza tendo em conta os recursos e as condições naturais e também as necessidades das populações, por exemplo, se a base da alimentação é o milho, porque é que se vai apenas plantar café . Um desenvolvimento progressivo, sem saltos, não serve de nada montar a fábrica mais moderna do mundo, equipá-la com alta tecnologia e depois não haver técnicos especializados para operarem as máquinas ou reparar a mínima avaria. Tudo tem de estar em equilíbrio – conhecimentos, ciência, técnica e formação das pessoas.

sábado, 9 de abril de 2011

Uma história sobre o desenvolvimento

(A propósito do questionável modelo de desenvolvimento, a  história da galinha vermelha, que recolhi dum livro da UNiCEF e reescrevi)

A galinha vermelha vivia numa quinta, onde comia o que encontrava. Um dia, encontrou um grão de trigo e pensou que o melhor era semeá-lo para poder ter muitos grãos para comer. Resolveu, então, pedir ajuda a outros animais:
- Quem me ajuda a plantar este grão de trigo? – perguntou ela.
- Eu não – disse o pato – mas vendo-te alguns grãos de café, para tu plantares em vez do trigo e, assim, poderes ganhar muito dinheiro.
- Eu não – disse o porco – mas compro-te o café, quando tu o colheres.
- Eu não – disse o rato – mas empresto-te o dinheiro para comprares as sementes de café.
Convencida pelos outros animais, a galinha vermelha resolveu plantar café em vez de trigo.
- Quem me ajuda a plantar o café? – pergunta ela.
- Eu não - disse o pato - mas vendo-te o adubo para ele crescer forte e produzir bem.
- Eu não - disse o porco - mas vendo-te os insecticidas, para ele não ter doenças e crescer forte e bem.
- Eu não - disse o rato – mas empresto-te o dinheiro, para comprares o adubo e os insecticidas.
A galinha trabalhou muito. Sem ajudas, plantou, adubou e pulverizou. Tinha gasto muito dinheiro, mas estava feliz porque pensava que iria ganhar uma fortuna com a venda do café que iria colher.
- Quem me ajuda a vender o café? – pergunta ela.
- Eu não - disse o pato - mas tu tens necessidade da minha fábrica para o torrares e para o embalares.
- Eu não – disse o porco – toda a gente está a produzir café e os preços estão muito baixos.
- Eu não - disse o rato - mas neste momento, tens que pagar o que me deves.
Só nesta altura, a galinha vermelha viu que tinha cometido um grave erro ao decidir plantar café em vez do trigo. Tinha ficado cheia de dívidas e sem nada para comer.
- Quem me dá qualquer coisa para comer? – perguntou ela.
- Eu não - disse o pato - porque não tens dinheiro para pagar.
- Eu não - disse o porco – porque todos plantaram café e já não há muita coisa para comer.
- Eu não – disse o rato – mas vou ficar com a tua terra em lugar do dinheiro que me deves e não me consegues pagar. Fico com a tua terra, mas podes viver nela se trabalhares para mim.

sábado, 19 de março de 2011

O perigo nuclear

É evidente que não percebo nada de energia nuclear, centrais, etc.,  mas perante o que está a acontecer no Japão, penso sempre no modo como as sociedades foram  construindo o seu desenvolvimento, parece sempre que nada chega, que nada é suficiente, que é necessário sempre mais e mais tecnologia,  mesmo  que isso implique resíduos  perigosos, radioactivos e outros, para muitas e muitas gerações.  O preço  a pagar é alto, muito alto, e já não é preciso esperar pelo futuro, a factura está aí.  

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Violência e Xenofobia

Nos últimos dias tem havido notícias sobre imigrantes de Moçambique, Zimbabué, Malawi ... saindo apavorados da África do Sul, onde uma onda de violência e de xenofobia varre os bairros e as ruas de algumas cidades, destruindo, queimando, matando. Triste ironia, os que antes eram segregados, segregam agora, com o mesmo ódio e a mesma indiferença estampados no rosto, não é nada que a história não tenha já mostrado inúmeras vezes. Triste natureza humana! Séculos de civilização de pouco adiantaram.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A fome sempre à espreita

Países como o Haiti, o Egipto, etc., em crise de alimentos são um grande alerta para o mundo, sobretudo, para os que entendem de desenvolvimento, de economia global, de mercados e de tudo o resto, e parece ainda não terem entendido que nada há de mais importante e necessário que um saco de farinha ou de arroz, por mais lucro que dê plantar essas grandes extensões de terreno com os tais biocombustíveis ou lá o que seja. Este modelo económico, de que eu não compreendo nada, parece um trapézio sem rede, os desequilíbrios aparecem até mesmo de onde não se estava à espera. Ninguém está seguro, mas os menos seguros e mais prejudicados são como sempre os mais pobres.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Campo minado, perigo de morte

O dia 4 de Abril é o Dia Internacional de Sensibilização para as Minas e Ajuda em Acções Relativas a Minas. Bem é preciso que pensemos sobre este grave problema, que continua muito para além dos conflitos. São extensões imensas de campos minados, antes, bons para o cultivo e, depois, reduzidos a um cobarde campo de batalha, onde o inimigo não se vê, embora continue lá, pronto a matar, a estropiar e a aterrorizar. E assim se abandonam as terras, se impedem as pessoas de cultivar, de ganhar o seu sustento e de manter a esperança. Desminar estes campos é uma necessidade e um direito, há uma Convenção Internacional de Proibição de Minas Anti-Pessoais, em vigor desde 1999, mas muito falta ainda fazer. É que nestas questões, das armas e da guerra, sempre a política e a economia degladiam os seus interesses, esquecendo ou deixando para segundo plano a dignidade e os direitos da pessoa humana. Basta pensar, ironia das ironias, que são os mesmos que fizeram esses milhões de bombas os que agora produzem o material para a desminagem. Que círculo vicioso este!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Meninas escravas, até quando

A propósito de uma reportagem na RTP2. Incomoda ver a vida daquelas meninas, escravas domésticas, fabris ou sexuais, nessa imensa, desigual e injusta Índia, onde o tempo passa, o progresso chega para alguns, enquanto outros continuam na mais profunda pobreza. Percebemos o que é nascer, crescer e morrer nas margens, sem ter a esperança de mudar de vida. Vemos meninas, ainda crianças, de corpo dorido, trabalhando horas sem fim na fábrica ou na casa dos senhores (há sempre senhores); vemos meninas de olhar perdido, a tremer de medo, trabalhando horas sem fim nos bordéis da cidade. Onde ficou a infância? Onde ficou a escola? Onde está o futuro? Acreditamos em organizações como a SACCS ou a STOP, mas é tempo dos governos criarem as condições para implementar e fazer cumprir as Convenções Internacionais que assinam.

sábado, 8 de março de 2008

Mais uma vez as cheias

As cheias em Moçambique são uma tragédia cíclica. Demasiado frequente para que aquelas populações, já na mais profunda probreza, possam, ano após ano, perder a casa de colmo e a "machamba" com alguns alimentos de sobrevivência. Nada resta. E ao nada, acrescenta-se a desolação, o sofrimento e as doenças.
Não é possível esta incompatibilidade entre a natureza e o humano, algo falha no planeamento (se é que existe) e na ajuda a estas pessoas (sempre de emergência). Tem de ser possível encontrar outras respostas que actuem nas causas dos problemas. Não se pode imaginar que não voltará a chover e que o rio não voltará a transbordar.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A impressora era um esmero, mas não imprimia

Uma situação real: uma semana de trabalho, num país africano, um gabinete aparentemente equipado, um computador e uma impressora de última geração, e ainda assim a quase impossibilidade de poder trabalhar. É que não foi possível imprimir uma página, nem pedindo no gabinete ao lado, nem no outro, nem em nenhum lado. Há muito que a tinta para as impressoras se tinha esgotado.

Má organização ou simplesmente um dos inevitáveis paradoxos duma certa ideia de desenvolvimento?