Muitas vezes sonhava: - «E se de repente nascesse uma fonte,
perto da minha casa»!
Sim, isso era possível, porque a água estava lá, bem no
fundo da terra, talvez cheia de preguiça e sem vontade de se levantar, de
esfregar os olhos e de iniciar uma aventura até à superfície.
Mas, talvez não seja preguiça, pode acontecer que a água não
consiga mesmo sair, é que, lá em baixo, é sempre de noite, e ela, como acontece
connosco, não sabe mover-se no escuro. A solução era abrir uma janela, uma
espécie de furo, que descesse, descesse, até lá ao fundo, para mostrar o
caminho à água. Já fora, haveria de nascer uma fonte.
No dia em que isso acontecer, haverá festa nos rios, nos
parques e, até, nos pátios das escolas, com meninos felizes que não precisam
mais de gastar os dias a acartar garrafas de água, dentro de alguidares.
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