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terça-feira, 27 de março de 2018

Idosos

Somos o país da Europa onde mais decresceu a natalidade; onde a população idosa é cada vez em maior número. 
 Segundo o relatório da GNR, em 2017, vinte e oito mil idosos viviam sozinhos; destes, três mil e quinhentos estavam  isolados.  É inevitável, nestas circunstâncias, um processo de desintegração social e relacional que tenderá a aumentar.
Em casa, frente à televisão, ou sentados à porta, esperam as carrinhas de apoio domiciliário que felizmente estão por todo o lado, até nos sítios mais recônditos do país, levando refeições, cuidados de higiene e de saúde.
O pior é quando começam a perder a mobilidade ou uma qualquer demência se torna mais pronunciada, para muitos, e mais se não têm apoio familiar, resta o lar. 



sábado, 24 de março de 2018

Marielle Franco, assassinada


Marielle Franco, tinha 39 anos, era socióloga e vereadora no Rio de Janeiro. Foi morta, no dia 14 de março, com quatro tiros na cabeça, juntamente com o seu motorista.
Por que mataram Marielle Franco? O que incomodava os seus assassinos? Incomodava-os que ela fosse uma ativista dos direitos humanos, contra o racismo, a pobreza, a vida sub-humana das favelas, a violência policial…, voz dos que não têm voz?
Não sei; sei que a sua morte tomou tal proporção que ela se tornará num símbolo para todos os que defendem a dignidade de qualquer ser humano, seja quem for.
Em Portugal, várias organizações organizaram vigílias, em Lisboa, Viseu, Braga e Porto. Prestou-se homenagem, fizeram-se perguntas e exigências: encontrem os assassinos; expliquem o que aconteceu.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Autonomia dos povos – a propósito do caso catalão


O verdadeiramente decisivo e fundamental, na vida das pessoas, pertencentes a um determinado povo, não é uma identificação exterior, ter os traços físicos de terminada raça ou etnia; o que resiste e, em definitivo, se subleva e  manifesta, é uma identidade interior, de valores e crenças que configuram uma consciência comum.  
Foi assim em relação  aos kosovares, aos chechenos..., é assim em relação aos curdos, aos catalães...Os Estados podem definir, delimitar ou usurpar o território, mas em relação ao invisível, àquilo que constitui a raiz profunda do sentir e do pensar humanos, não é fácil fazê-lo, mesmo que proíbam a língua, a religião, as tradições...

terça-feira, 20 de março de 2018

O que terá acontecido às jovens de Teerão?

Há um mês atrás, 29 jovens foram presas, mas não cometeram nenhum crime. Apenas tiraram o lenço, que são obrigadas a usar em público, colocaram-no numa haste e, como se fosse uma bandeira, a sua bandeira, agitaram-no de um lado para o outro, desafiando as autoridades e as policias para os bons costumes daquele país.
Não se percebem estas crenças que atentam contra a liberdade individual, que obrigam a pessoa a diluir-se no grupo e na religião, como se não tivesse vontade própria.
Cada mulher é que pode dizer se quer ou não usar o lenço, não pode ser uma determinação religiosa, social ou o que seja. Quem quer usar, usa; quem não quer, não usa.
O presidente diz que é infantilidade que há 80 milhões de mulheres a usá-lo.  Eu digo que é demência de um regime e de uma deriva fundamentalista  sem racionalidade.


domingo, 18 de março de 2018

Violência doméstica - mais uma mulher morta


A jovem, de vinte e nove anos, do concelho do Fundão, que morreu há uma semana, com vinte facadas, às mãos do companheiro, é uma das últimas vítimas da violência doméstica. Tantas mulheres assassinadas ou marcadas para a vida, por maridos ou ex-maridos!. 
Parece uma guerra surda, às vezes, mesmo silenciosa; quase sempre, ninguém viu, ninguém sabia, ninguém imaginou ou suspeitou, sequer, que um crime destes pudesse acontecer. No entanto, homicídios tentados ou consumados são quase semanais.
É tudo maldade, descontrolo, ciúme, álcool, sentido de posse, de propriedade…? É tudo loucura, perturbação mental? 
É preciso uma outra atenção, por parte da comunidade e das autoridades, policiais e judiciais, para que não morram mais mulheres, nalguns casos, depois de terem pedido ajuda, vezes sem conta. É preciso mostrar a cara dos agressores, dizer quem são, o que os move, o historial de vida...


sábado, 17 de março de 2018

O movimento contra os tiroteios em escolas dos Estados Unidos

Há algum tempo, um jovem de 19 anos pegou numa arma e atirou indiscriminadamente sobre os alunos da escola secundária da Florida que frequentou e da qual foi expulso. Morreram 17 jovens, a maioria com 14 anos. Um massacre.
Com um passado difícil, completamente perturbado, deu todos os sinais: comprou a arma e as munições, publicou fotografias..., mas ninguém parece ter levado o facto suficientemente a sério. 
Este é o ponto: parece tolerável, naquela sociedade, que jovens comprem armas e as utilizem como se nada fosse. Como se o que aconteceu fosse banal, algo que não é necessário questionar.
Parece que finalmente algo está a mudar nas mentalidades,  graças aos jovens e a outras individualidades, incluindo os meios de comunicação, que vieram para a rua a exigir mudanças legislativas e  ações  concretas contra o lóbi das armas e a cegueira de tantos políticos, a começar pelo presidente .