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quinta-feira, 26 de setembro de 2019

A Cimeira de Ação Climática


Convocada pelo Secretário Geral da ONU, ocorreu a 23 de setembro. Tem no seu título uma exigência: quem vier e quiser discursar não pode continuar com abordagens gerais e abstratas sobre os problemas das alterações climáticas. Tem de trazer compromissos e ações concretas que minimizem o que se passa com o clima e ao qual muitos líderes políticos teimam em não dar a importância devida.

Temos todos de perceber melhor o que é o aquecimento global, o efeito de estufa, a destruição dos ecossistemas, o degelo das calotes polares e dos glaciares e a subida da água do mar, os fenómenos meteorológicos extremos…, para que a consciência do problema nos leve a comportamentos a favor do clima e da preservação do planeta, a começar na nossa casa e no nosso quotidiano.


terça-feira, 17 de setembro de 2019

Carolina Beatriz Ângelo: a primeira mulher a votar em Portugal


 Nasceu na cidade da Guarda, em 1877, numa família de ideais republicanos. Foi médica, a primeira cirurgiã mulher, e também uma ativista política e social, criando ou integrando, com outras companheiras, movimentos para a emancipação da mulher, nomeadamente o direito de votar.

Quando em 1911, a primeira lei eleitoral da república dizia que tinham direito de voto os «cidadãos portugueses com mais de 21 anos que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família», sem especificar se eram homens ou mulheres, Carolina Beatriz Ângelo, viúva e com uma filha, considerou que era chefe de família e pediu o recenseamento eleitoral.

Foi-lhe negado; recorreu para o tribunal e num veredicto de um juiz sensível aos direitos das mulheres (pai de Ana de castro Osório, outra sufragista) foi-lhe concedido o direito de votar. Escusado será dizer que a próxima lei eleitoral já referia «chefes de família homens».

Morre aos 33 anos, em 3 de outubro de 1911, quatro meses depois de votar para a assembleia constituinte.  

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Ainda sobre o papel da educação


Quem deu à luz um monstro, está obrigado a amamentá-lo.

                                                                                           (Provérbio africano)


Quem criou um monstro, o ajudou a crescer, está obrigado a conviver com ele, pois, de algum modo é responsável por aquilo em que esse ser se transformou. Este provérbio mostra bem como a acção de criar, de ajudar a crescer, de educar, é tão fundamental. 

Educar é uma verdadeira responsabilidade. Como criamos? Como educamos? Que valores, ideias e sentimentos colocamos no coração e na mente daqueles a quem educamos? 

Se crescemos a aprender a odiar, é normal que odiemos; se crescermos a aprender a amar, a escutar, a cuidar...é natural que sejamos capazes de ser pessoas íntegras, na nossa vida pessoal, familiar, comunitária...


sábado, 7 de setembro de 2019

A morte de Roberto Mugabe


Morreu o ditador que governou durante 37 anos o Zimbabué, deposto em 2017 por um golpe do seu próprio partido. Lutou contra os ingleses, os colonizadores do seu país, mas foi incapaz de criar um país justo, próspero e respeitador dos direitos humanos. Ao contrário, houve repressão, tirania, corrupção, colapso do sistema financeiro e económico…, uma tragédia que transformou aquele país num dos mais pobres do mundo.

Portou-se como um vilão, de resto como muitos outros chefes de estado africanos que, a seguir às independências, foram incapazes de ser pessoas decentes: enquanto cresciam os seus palácios e as suas contas no estrangeiro o povo vivia na mais extrema miséria.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Um provérbio sobre educação: «Não dês o peixe, ensina a pescar»

Não dês o peixe, ensina a pescar

                                                                               (Provérbio chinês)


 Parece óbvio, pois, quem sabe pescar, se tiver condições e vontade, pesca.

É isto educar: dar ferramentas, conhecimentos, desenvolver capacidades e tornar possível determinadas atitudes e comportamentos.


Mas, é mais que isso. Educar é também um modelo de desenvolvimento, por exemplo, os países do Terceiro Mundo só se desenvolverão de forma sustentada se “forem ensinados a pescar”, se desenvolverem as suas capacidades e os seus conhecimentos, se aliarem, de forma consistente, o saber, a técnica e os recursos naturais.


Na educação, está a chave para o desenvolvimento e a justiça globais.
  


quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Os incêndios na Amazónia


Os incêndios na floresta amazónica têm, nos últimos meses, ganho um enorme destaque, chegando o tema a ser discutido na reunião do G7, os sete países mais industrializados do mundo.  

Há, desde logo, a questão ambiental: é a maior floresta tropical do mundo; possui a maior biodiversidade num território daquela dimensão (5,5 milhões de quilómetros quadrados), são 10% do oxigénio de todo o planeta…, portanto, o assunto não pode ser apenas um problema do Brasil.

Provocados por mão humana, criminosa, na maioria das vezes, acontecem, para desmatar terrenos, onde instalam grandes produções agropecuárias; para abrir clareiras e estradas, que permitam o corte e o transporte das árvores com valor comercial; para explorar o ouro dos rios e tudo o mais que der dinheiro.

Mas há também a questão das populações indígenas que são afetados nos seus modos ancestrais de vida. Desrespeitados e encurralados num território que de facto lhes pertence. Como se pode falar da Amazónia, sem colocar em primeiro lugar voz dos aí vivem e aí pertencem? O que querem as populações da Amazónia? Que tipo de desenvolvimento querem?