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quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

O humano em nós


Ao nível do senso comum, se perguntássemos a alguém: 
- Quem somos? 
Todos responderiam: 
- Somos seres humanos. 
Assim, pertencer ao género humano é o que nos identifica, independentemente de raças, etnias, culturas, crenças e etc. 
Se continuássemos a questionar, todos chegariam a dizer que ser humano significa pensar, falar, escolher, decidir e agir – tudo um conjunto de características que identificamos com o ser pessoa, com aquilo que é comum à humanidade.


segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Bom Natal


Desejo a todos um Bom Natal. Repito um poema sobre o racismo, ainda, hoje, a maior das discriminações. 

É proibido publicar

Seria aborrecido se Cristo
Voltasse, e fosse preto.
Há tantas igrejas
Onde não poderia rezar
Nos Estados Unidos
Em que o acesso dos negros
Por santos que sejam, é proibido.
Em que se celebra
Não a religião
Mas a raça.
Experimentai dizê-lo
E pode ser que sejais
Crucificados.

(Langston Hugges, 1902-1967, Estados Unidos da América)



terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Valas comuns de todas as guerras

 À memória de tantos e tantos milhares de pessoas (talvez milhões), combatentes ou não, vítimas de todas as guerras, que um dia foram enterrados em valas comuns e de quem nunca mais se soube o rasto. Passado pouco tempo cresceu a erva, depois, já sem sinal do que ali existe, fizeram estradas e caminhos de ferro, plantaram árvores, construíram edifícios...  Perderam-se, assim.

Sobre este tema, deixo um poema de Carl Sandburg:
Erva
 Empilhem os corpos em Austerlitz e Waterloo.
Acamem-nos bem e deixem-me trabalhar –
Eu sou a erva; eu cubro tudo.

E empilhem-nos também em Gettysburg;
Empilhem-nos em Ypres e Verdun.
Acamem-nos bem e deixem-me trabalhar.
Dois anos, dez anos, e os passageiros perguntam ao motorista:
Que lugar é este?
Onde é que estamos?

Eu sou a erva.
Deixem-me trabalhar.

                      


quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Situação dos direitos humanos em Portugal, em 2018

Se não conseguiu acompanhar as notícias ontem, deixamos-lhe aqui um breve resumo da análise que fizemos em televisões, rádios, na imprensa e online, sobre este ano de 2018:
1) A principal conclusão, em Portugal e em todo o mundo, é que foram as mulheres que estiveram na vanguarda da luta pelos direitos humanos. Foram elas que souberam dar a resposta mais acertada a líderes repressivos, porque também são as mulheres que continuam a sofrer as consequências dos seus direitos continuarem a ser postos um grau abaixo dos outros direitos e liberdades. Em Portugal as mulheres continuam a ser as mais afetadas pela violência de género e nas ruas lançou-se o combate à violência sexual.
2) A segunda conclusão, uma vez mais a nível global, é que há líderes "durões" que estão a impulsionar políticas misóginas, xenófobas e homofóbicas e a colocar direitos e liberdades há muito conquistados em renovado perigo. Portugal não está tão longe desta realidade como possa à partida parecer. As autoridades portuguesas já receberam recomendações para a sensibilização, prevenção e erradicação do discurso do ódio, sobretudo na internet.
3) Em Portugal, as condições habitacionais continuam a não ser adequadas para algumas pessoas e este problema afeta sobretudo pessoas afrodescendentes e comunidades ciganas.
4) 2018 foi ainda um ano em que a integração de refugiados e requerentes de asilo ficou comprometida em Portugal por vários problemas que têm sido relatados na comunicação social e por diversas entidades. O governo português tem anunciado o acolhimento de pessoas que precisam de proteção internacional, mas é preciso agora melhorar a forma como as acolhemos.
5) Preocupante é também que Portugal continue a ser referido por órgãos internacionais de monitorização em matérias como os maus-tratos e o uso excessivo da força, as condições nas prisões, o racismo e a discriminação, por vezes, por parte das forças e serviços de segurança nacionais. Mas na verdade Portugal tem de continuar a lutar em termos gerais contra a discriminação, sobretudo em relação a pessoas afrodescendentes, comunidades ciganas e lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e intersexuais.


(transcrito do email que recebi ontem da   Amnistia Internacional)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Dia Mundial dos Direitos Humanos - 10 de dezembro


A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) é o documento mais importante, porque contém todos os princípios que a humanidade deve proclamar e  proteger. Traduzida em todas as línguas e em muitos dialetos (há mais de 300 traduções), é composta por 30 artigos que, sumariamente, podíamos enunciar assim: 
- 1º artigo: igualdade de direitos e dignidade; 
- 2º artigo: iguais liberdades individuais, independentemente da cor, sexo, língua, religião, opinião;
- 3º artigo: vida, liberdade e segurança pessoal; 
- 4º ao 21º artigos: direitos civis e políticos;
- 22º ao 27º artigos: direitos económicos, sociais e culturais; 
- 28º  ao 30º artigos: ordem internacional e a responsabilidade de cada pessoa. 





quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Por que falham as instituições?

Têm sido uns dias de grande convulsão: as greves dos enfermeiros que paralisam os principais blocos operatórios; a greve dos guardas prisionais que impedem as visitas aos presos e originam tumultos em vários  estabelecimentos prisionais; as agressões a instruendos do curso de militares da GNR, em Portalegre, que parece uma coisa impossível de acontecer;  a manifestação do senhor Eduardo Jorge, tetraplégico, frente à Assembleia da República, lutando pelo direito a uma vida independente, já consagrada em lei, mas sem concretização; a mulher grávida de nove meses, brutalmente agredida, na rua, pelo marido. E podia continuar, repetem-se os exemplos.

O país  que na mesma semana ganhou não sei quantos prémios no turismo, é este  que nega direitos, que não cuida dos seus cidadãos. É o mesmo país, e as mesmas assimetrias

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Ser humano


Ao nível do senso comum, se perguntássemos a alguém: - Quem somos? Todos responderiam: - Somos seres humanos. Pertencer ao género humano é o que nos identifica, independentemente de raças, etnias, culturas, crenças…
Se continuássemos a questionar, todos chegariam a dizer que ser humano significa pensar, falar, escolher, decidir e agir – tudo um conjunto de características que identificamos com o ser pessoa, com aquilo que é comum à humanidade.