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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Estão todos inocentes, não há culpados?

Se é verdade que 700 prisioneiros passaram mesmo por território português a caminho da prisão de Guantanamo, onde alguns foram torturados, alguém tem que responder por isto. Ou estão todos inocentes? Quem faz estas coisas, ou fecha os olhos permitindo que se façam, não merece a nossa confiança. É uma questão de consciência cívica, de dever moral, de vergonha na cara; não são trocos (que me importa o petróleo ou outros negócios, se estou a falar da vida de pessoas, da DIGNIDADE humana), também não podem ser estratégias para determinadas carreiras políticas. Isto virá ou não, alguma vez, a ser apurado? Haverá consequências? Se calhar nenhumas, ninguém sabe, ninguém viu.

Que justiça é esta, que Estado é este, onde tudo termina em arquivamentos, prescrições e outras coisas que tais, por mais inquéritos que se façam! Parece que é tudo para entreter o povo, e o emaranhado da lei a (des)proteger a lei .

domingo, 27 de janeiro de 2008

Acredito em Obama

Estou feliz por Obama ter ganho folgadamente nas primárias da Carolina do Sul. Dizem que Hillary Clinton tem mais experiência, um marido atrás, e que os Estados Unidos estão numa situação tal que seria bom uma espécie de "dois em um". O velho argumento dos imprescindíveis, dos salvadores da pátria, dos vencedores antecipados, ou eles ou o caos.

Por que não pode Obama ser o presidente que os Estados Unidos e o mundo precisam? Decerto que pode, porque milhões de pessoas o querem, este é o valor e a força da democracia. É tempo de algo de novo acontecer!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A impressora era um esmero, mas não imprimia

Uma situação real: uma semana de trabalho, num país africano, um gabinete aparentemente equipado, um computador e uma impressora de última geração, e ainda assim a quase impossibilidade de poder trabalhar. É que não foi possível imprimir uma página, nem pedindo no gabinete ao lado, nem no outro, nem em nenhum lado. Há muito que a tinta para as impressoras se tinha esgotado.

Má organização ou simplesmente um dos inevitáveis paradoxos duma certa ideia de desenvolvimento?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Em bicos de pés, mas invisíveis

Há pessoas que têm uma necessidade, para mim incompreensível, de se fazerem íntimas de tudo o que é "gente importante", conhecem toda a gente, já estiveram aqui, ali e além, são amigos, etc. , etc. Depois, vai-se a ver e apenas os conhecem da televisão, ou , na melhor das hipóteses, de um colóquio ou reunião, nunca lhes dirigiram a palavra, trocaram uma ideia ou seja lá o que for. Mas enquanto dura a ilusão também elas são "importantes".

Fico a pensar: porque será que esta gente em bicos de pés é para mim cada vez mais invisível. Se calhar sou eu que não estou bem. Precisarei de óculos?

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Imigrantes ilegais, de volta a uma casa vazia

Dizem-me que se cumpriu a lei, e que tudo foi feito. Eu sossegava se de facto este fosse um caso apenas de legalidade. Não é. É um caso de duvidosos modelos de desenvolvimento, de injustiças várias e, portanto, é um caso também de moralidade. Por isso, Portugal e todos os outros países europeus e desenvolvidos têm muito mais a fazer que simplesmente cumprir a lei.
O que aconteceria se os "Senhores de Bruxelas" fossem encerrados, tempo sem fim, numa casa vazia? Fariam tudo para sair de lá: até mesmo arrombar portas e janelas, para encontrarem uma saída e sobreviverem. É isto o que acontece com os africanos, ontem, hoje, e amanhã, repatriados para os seus países de origem.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A menina cigana deixou a escola

A Ana contou-me, com ar preocupado: - Sabes, a minha colega, aquela menina cigana de quem às vezes te falo, deixou de ir à escola, foi proibida pela família de continuar a estudar. Dizem que está prometida, o que é isso de estar prometida, quando se tem onze anos? Não percebo!
- Também não sei Ana, ou melhor não te sei explicar, foi prometida em casamento pelos pais e vai ter de cumprir esse acordo, dizem que é a tradição. Mas, o que eu sei é que ela, como todas as crianças, tem direito à educação e a poder pronunciar-se sobre aquilo que lhe diz respeito. Quem garante os direitos às crianças ciganas?