Nasceu na cidade da Guarda, em 1877, numa
família de ideais republicanos. Foi médica, a primeira cirurgiã mulher, e também uma ativista política e social, criando ou integrando, com outras companheiras,
movimentos para a emancipação da mulher, nomeadamente o direito de votar.
Quando em
1911, a primeira lei eleitoral da república dizia que tinham direito de voto os
«cidadãos portugueses com mais de 21 anos que soubessem ler e escrever e fossem
chefes de família», sem especificar se eram homens ou mulheres, Carolina Beatriz
Ângelo, viúva e com uma filha, considerou que era chefe de família e pediu o recenseamento
eleitoral.
Foi-lhe
negado; recorreu para o tribunal e num veredicto de um juiz sensível aos direitos
das mulheres (pai de Ana de castro Osório, outra sufragista) foi-lhe concedido
o direito de votar. Escusado será dizer que a próxima lei eleitoral já referia
«chefes de família homens».
Morre aos 33
anos, em 3 de outubro de 1911, quatro meses depois de votar para a assembleia
constituinte.
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