Os incêndios na floresta amazónica têm, nos
últimos meses, ganho um enorme destaque, chegando o tema a ser discutido na
reunião do G7, os sete países mais industrializados do mundo.
Há, desde logo, a questão ambiental: é a
maior floresta tropical do mundo; possui a maior biodiversidade num território daquela
dimensão (5,5 milhões de quilómetros quadrados), são 10% do oxigénio de todo o
planeta…, portanto, o assunto não pode ser apenas um problema do Brasil.
Provocados por mão humana, criminosa, na
maioria das vezes, acontecem, para desmatar terrenos, onde instalam grandes produções
agropecuárias; para abrir clareiras e estradas, que permitam o corte e o
transporte das árvores com valor comercial; para explorar o ouro dos rios e
tudo o mais que der dinheiro.
Mas há também a questão das populações indígenas
que são afetados nos seus modos ancestrais de vida. Desrespeitados e encurralados
num território que de facto lhes pertence. Como se pode falar da Amazónia, sem
colocar em primeiro lugar voz dos aí vivem e aí pertencem? O que querem as
populações da Amazónia? Que tipo de desenvolvimento querem?