Não sei se a imagem era verdadeira ou
cínica (julgo que só pode ser verdadeira) – o ar pungido de Durão Barroso e do Primeiro
ministro italiano, frente ao mar de caixões, com as crianças à frente.
Mais de trezentos mortos, muitos ainda
por resgatar, uma tragédia sem contornos que se estende por muitos lados, às
famílias, às comunidades, de onde estes emigrantes eram oriundos...
Ficamos parados, a pensar: se quem
pode fazer alguma coisa, não faz, que podemos nós? Pelo menos, juntarmos-nos a
quem gritou: é uma vergonha! Tenham vergonha!
Agora, a Comissão Europeia
disponibilizará 30 milhões de euros para a ajuda aos refugiados, em Itália, mas,
a questão não é essa, não é acolhê-los e devolvê-los aos países de origem, não
é o regresso a nada, que resolve o problema. Tem de existir outra resposta para
a emigração clandestina.
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