É um filme sobre a
falsificação da libra esterlina pelos nazis que se preparavam, também, para
falsificar o dólar americano, já, no final da II Guerra Mundial.
Um grupo de judeus é
deportado para um campo alemão, onde se dedicam à falsificação de moeda. O
falsificador foi preso em Berlim pelas SS e levado para esse campo para se
aproveitarem das suas habilidades; o mesmo aconteceu com todos os outros,
uns percebiam de tipografia, outros de grafismo, outros de dinheiro e de bancos….
Era assim, sempre que os prisioneiros tinham capacidades de trabalho que
interessavam à estratégia nazi, eram poupados à morte.
Este falsificador é
tratado com alguma deferência, os alemães sabem bem que precisam dele e por
isso dão-lhe condições de trabalho, materiais, ajudantes… para que se torne num
falsificador perfeito. No grupo, há diferentes
sentimentos: uns querem conspirar contra os alemães e negarem-se a colaborar;
outros fazem tudo para sobreviver, quando pensam no fuzilamento imediato, se
ousassem fugir e fossem apanhados. Uns deixam a sua parte psicológica
arruinar-lhes os dias, outros continuam cerebrais e manipuladores, fazendo o
jogo do inimigo, não deixando que lhes aprisionem o pensamento – é o caso do
falsificador. Tem consciência do seu valor para os alemães e permite-se esticar
a corda, até um dia.
Durante muito tempo, vai
enredando, para evitar colaborar na falsificação do dólar, dá desculpas: é a
gelatina, é o papel, é a máquina tal...; enfim, o comandante do campo percebe,
mas não pode fazer muito mais, pressiona-o, porque também é pressionado.
Ameaça-o: “há quem o substitua, não é o único a falsificar notas”!
O falsificador resiste.
Tem um olhar de dureza que, às vezes, perturba; mas, mesmo sem quebrar,
pressente-se que vive um tormento interior, por exemplo, quando um dos jovens
do grupo adoece, gravemente. É visto pelo médico do campo, pensa-se que é
tuberculose, mas não há medicamentos; o falsificador vai fazer tudo para os
conseguir. Vai a casa do SS, o comandante do campo, com a receita, e pede-lhe:
“arranje-me estes remédios e em troca falsificarei o dólar. Se encontrar os
medicamentos, arranjarei maneira de falsificar o dólar”. E o comandante arranjou-os.
Entretanto, os russos
tomam Berlim, os nazis destroem o campo e as máquinas de falsificar moeda, para
que não se soubesse o que ali se fazia.
Na realidade, os judeus
desse campo fogem, no fim da guerra, numa carruagem, são intercetados e presos,
mas libertos, algum tempo, depois; alguns ainda vivem.
O filme começa com o
falsificador numa praia, no Mónaco, depois de perder uma grande quantia de
dinheiro no casino e termina, no mesmo sítio, agora, já com uma jovem bailarina
que lhe diz: “foi muito o dinheiro que perdeu”! “O dinheiro não é problema –
responde-lhe”.
Talvez, o mais forte do
filme tenha sido ver o falsificador disposto a tudo, para salvar o jovem russo;
a força duma amizade e o sentido profundo de uma identidade (cultural,
religiosa…) são inexplicáveis.