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segunda-feira, 2 de dezembro de 2024
O que é a dignidade - pergunta-me o jovem?
- A dignidade é como um tesouro, onde guardas o que mais estimas, aquilo a que dás valor, coisas que têm a ver com a forma como vês a vida e o modo como desejas e queres vivê-la.
Por exemplo, sei que dás valor à liberdade, não queres viver aprisionado; também queres ser capaz de planear e organizar projetos, inventar e transformar a tua vida; e ter o respeito que julgas merecer e que queres que te reconheçam e tu tens de reconhecer aos outros.
A dignidade está dentro de ti, não a podes comprar, nem herdar dos pais; é um bem precioso, sem preço e por isso não a podes negociar. És responsável por esse tesouro que guardas no lugar mais profundo de ti mesmo, não podes, nem ninguém pode, fazer-lhe mal. O tesouro é frágil, se não estiveres atento, pode quebrar-se.
- Não sei se percebi - diz-me o jovem.
- Eu sei que percebeste! Não te preocupes.
Todos os seres humanos têm direito à sua dignidade! (foto da Internet)
terça-feira, 16 de junho de 2020
As vidas dos negros contam, e muito
O racismo é a discriminação mais citada em todos os relatórios da ONU, a mais incidente e a que parece, apesar de leis, uma coisa e outra, a mais difícil de combater. Parece que estamos sempre no ano zero, com tudo por fazer. Não sei a dimensão que o movimento: « As vidas dos negros contam» vai tomar. Espero sinceramente que de uma vez por todas haja instituições justas, eficientes, capazes de respostas em que os negros assumam o protagonismo. É duro, estar sempre no campo dos deserdados.
quinta-feira, 5 de abril de 2018
Martin Luther King, 50 anos após a sua morte
Martin Luther King nasceu a 15 de Janeiro de 1929,
nos Estados Unidos. Lutou toda a sua vida, de forma pacífica, pelos direitos dos negros. Em 1964, recebeu o Prémio Nobel
da Paz. Morreu baleado, em 4 de Abril de 1968.
Excerto do célebre discurso “Eu tenho um sonho”
“Digo-vos meus amigos, embora tenhamos de enfrentar
dificuldades, hoje e amanhã, ainda, tenho um sonho. É um sonho profundamente
enraizado no sonho da América. Sonho que um dia esta nação se vai erguer para
viver essa verdade: a evidência de que todos os homens são iguais.
Sonho que um dia, nas vermelhas colinas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos daqueles que os escravizaram se vão sentar juntos, na mesma mesa, como irmãos fraternos. (...). Sonho que as minhas quatro crianças viverão um dia numa nação onde não sejam julgados pela cor da sua pele mas pelo seu carácter. (…)
Sonho que um dia, nas vermelhas colinas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos daqueles que os escravizaram se vão sentar juntos, na mesma mesa, como irmãos fraternos. (...). Sonho que as minhas quatro crianças viverão um dia numa nação onde não sejam julgados pela cor da sua pele mas pelo seu carácter. (…)
Sonho que um dia teremos, no Alabama, rapazes e raparigas
negras, juntando as mãos, com rapazes e raparigas brancas, como irmãos e irmãs”.
Etiquetas:
dignidade,
direitos dos negros,
racismo
terça-feira, 3 de abril de 2018
O grande ditador, o filme (2)
«A aviação e a rádio
aproximaram-nos uns dos outros, mas a própria natureza destes inventos requeria
a bondade do homem e reclamava a fraternidade universal para a união de todos.
Neste momento, a minha voz chega a milhares de seres oprimidos, espalhados pelo
mundo. Aos que podem compreender-me digo-lhes:
- Não desespereis, a desgraça que
caiu sobre nós, não é mais que o resultado do apetite feroz da amargura de uns
homens que temem o caminho do progresso humano. O ódio dos homens passará, os
ditadores morrerão e o poder que usurparam ao povo voltará ao povo.
Soldados não vos entregueis e
esses brutos homens que vos desprezam e vos tratam como escravos, homens que
governam as vossas vidas, decidem os vossos actos e os vossos pensamentos:
domesticam-vos, tratam-vos como animais e utilizam-vos como carne para canhão.
Não vos coloqueis nas mãos desses homens anti naturais, desses homens máquinas,
com coração de máquinas.
Vós não sois máquinas! Não sois
animais! Sois homens!; Levais o amor e a humanidade nos vossos corações. Não
odieis. Só os que não são amados odeiam. Os que não são amados e os anormais...
soldados não combatais pela escravatura, combatei pela liberdade».
Etiquetas:
democracia; direitos humanos,
dignidade,
liberdade
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
Gandhi, o filme
A
primeira cena é o assassinato de Gandhi (30-1-1948); um jovem hindu
irrompe pela multidão, parecia ser um admirador que lhe quer falar,
mas não, puxa de uma pistola e atira. Depois, o filme prossegue, com
Gandhi, em 1893, advogado, que estudou em Londres, numa carruagem de
1ª classe, na África do Sul, à época, também, parte do império
britânico. Como nenhum negro podia viajar senão em 3ª classe,
mandam-no mudar-se; não obedece, e é posto fora do comboio.
É-lhe
dito que não poderá ser advogado, pois, nenhum advogado negro (os
indianos são considerados negros) pode exercer a sua profissão; a
segregação racial é muito violenta, até os passeios públicos são
destinados unicamente a brancos. Começa ali a luta pelos direitos da
sua comunidade, juntamente com outros indianos, hindus e muçulmanos,
não importa a religião que tenham. O primeiro passo é queimar o
“salvo conduta”, um documento com que todos os negros tinham de
andar. A seguir, constroem uma comunidade – ashram – onde
todos são e vivem como iguais, onde todos fazem de tudo, onde não
há senhores nem servos, onde não há intocáveis. A cena em que a
sua mulher se queixa: “tenho de limpar latrinas”? - é
particularmente reveladora, Gandhi quase se altera, e ela percebe
tudo o que está em causa (será até à morte uma companheira de
todas as horas).
Começa
a discursar, a passar ideias de não-violência, de resistência
pacífica, e, mais do que tudo, a dar o exemplo, a agir. “Não
terão a minha obediência” - é o grande lema da sua luta. Os
tumultos levam a uma lei que endurece a vida da comunidade, os
indianos perdem direitos. Gandhi é preso; algum tempo depois, a lei
é revogada.
Em
1915, regressa à Índia, já não de fato e gravata, mas com o fato
tradicional indiano, como se procurasse uma identidade profunda, que
sabe só ali existir, quer ser como todos os outros. A sua chegada é
um sucesso; é aclamado como um herói nacional (conhecem a sua luta
e o que conseguiu), é recebido pelos poderes indianos que se opõem
aos britânicos.
Percorre
a Índia de comboio, quer conhecer, saber, sentir...; a pobreza é
geral e impactante, está com a mulher e com Charlie, o pastor
evangélico que o segue e se identifica com a luta dos indianos, ao
ponto de se misturar com os hindus. Naquele comboio, a religião não
divide as pessoas, não as coloca numa situação de estranheza.
Alguém lhe pergunta: “é cristão?” “sim, sou cristão”.
Ainda assim, Gandhi faz-lhe ver que: “o que deve ser feito, só
deve ser feito por indianos”; o jovem compreende e afasta-se.
Gandhi
fala com o povo; escuta o homem obrigado a cultivar “indigo”, uma
planta para fazer tinta e tingir os tecidos fabricados em cidades inglesas. Os indianos não podem cultivar o que
querem; cultivam apenas o que os britânicos querem, o que lhes dá
lucro e sustenta uma economia colonial, onde os beneficiados são
sempre os mesmos. Cultivam algodão e outras fibras vegetais que são
transformadas em tecidos e em roupas, vendidas depois aos indianos.
A
cena em que queimam a roupa e tomam a atitude de voltar ao velho tear
é bem significativa do que pode acontecer à economia britânica. É
o primeiro a fazê-lo, a imagem parece irreal, quase do princípio
dos séculos, mas o que importa são as consequências. O mesmo com o
sal, deixar de comprar o sal vendido pelos britânicos e começar a
fabricar o próprio sal.
Mas,
nem todos os que o seguem pensam o mesmo; há os que entendem que é
preciso agir pela força, que a não violência, a não cooperação,
não leva a lado nenhum. Gandhi entende que não se trata de uma
resistência passiva, e tem razão; desgastou de tal modo o poder
britânico que, em agosto de 1947, se organizou, em Londres, uma
conferência sobre a independência da Índia. Gandhi está presente,
defende a ideia de uma Índia unida, entre muçulmanos, hindus,
judeus,siques, cristãos …; uma Índia de todos, a mesma ideia de
comunidade, de ashram, onde todos fossem e se sentissem
iguais. Mas a dimensão da Índia é incomparável à comunidade que
fundou na África do Sul, não param as lutas entre os indianos e,
quando se dá a transferência do poder, a ideia de uma Índia unida,
é já impossível. O Paquistão separa-se. A Índia para os hindus e
o Paquistão para os muçulmanos; afinal, o argumento religioso usado
pelos britânicos estava presente e era determinante.
Mesmo
depois do estado indiano, os tumultos entre as comunidades religiosas
continuam, há lutas, separações, deslocados, miséria
humana...Gandhi vai a Calcutá, hospeda-se na casa de um muçulmano,
jejua até que terminem os tumultos, diz às autoridades indianas: “não
posso assistir à destruição da Índia”, pede que nenhuma espada
hindu se lance contra um muçulmano; está quase a morrer quando lhe
dizem que os tumultos terminaram em todo o lado. Resiste. Toma água
com limão, levanta-se, volta ao caminho. Foi assim ao longo da sua
vida, prisões, jejuns, orações, atitudes...,
Quem
foi Gandhi para os indianos? Quem foi Gandhi para o mundo? Não chega
dizer que foi uma Alma Grande (Mahatma), não chega dizer o que fez e
pelo que lutou. Há um para lá de Gandhi de que não podemos falar
(de que não sabemos falar) e que é, ainda hoje, um sentido.
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segunda-feira, 13 de novembro de 2017
A dignidade humana, uma espécie de tesouro interior
O que é a dignidade de uma pessoa, vocês
sabem? De um modo muito simples, podia dizer-vos que é aquilo que de mais
precioso cada um de nós tem, uma espécie de tesouro interior que se manifesta na nossa vida e nas nossas acções, quando agimos de acordo com os nossos valores
e as nossas crenças, ou seja, aquilo em que acreditamos profundamente.
Como todos os tesouros, tem um valor incalculável, por isso, deve ser
estimado pela própria pessoa e pelos outros. Nesse tesouro, guardam a vossa
liberdade, a vossa capacidade de projetar coisas, de ter iniciativas, de
realizar projectos.... - e também aqueles valores em que acreditam convictamente que são os da vossa família, da vossa cultura, da vossa religião....; valores que marcam a vossa vida e de algum modo determinam o modo como querem viver e ser considerados pelos outros.
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ser humano,
valores
sábado, 26 de dezembro de 2015
Olhar à volta, violação de direitos
Queria falar sobre o Natal, contar uma história feliz, mas só me ocorriam episódios tristes. É, assim, um mundo violento e desigual, onde todos os dias os direitos humanos são espezinhados. Por isso temos de repetir à exaustão que: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Dotados de razão e consciência, devem agir uns com os outros em espírito de fraternidade" - 1º artigo da Declaração Universal.
Nem a dignidade nem os direitos nos são concedidos por uma qualquer vontade política, religiosa, económica ou outra; são da natureza humana, “nascemos livres e iguais em dignidade e direitos, independentemente da família, local, situação ou particularidade em que esse nascimento ocorra.
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Direitos e dignidade
Num tempo de tantas
perplexidades – a maior vaga de refugiados depois da II Guerra mundial, os
critérios universais a mostrarem os seus limites, as instituições supranacionais
em impasses ou respostas insuficientes... –, muitos cidadãos questionam-se que
conceitos é preciso redefinir, que conceitos ganham centralidade para que o fosso
entre os princípios e a realidade não seja tão grande? Impossível passar ao lado
como se nada fosse, como se tudo se jogasse na formalidade dos direitos. Ou as regras
servem, se adequam e respondem ou as regras criam dificuldades, por procedimentos vazios, por
burocracias, por excessos de zelo...
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Direitos Humanos,
humanidade
domingo, 18 de outubro de 2015
A dignidade é um tesouro
A dignidade é como se
fosse um tesouro - tento explicar, ao jovem que me interpela - onde guardas o que mais estimas, aquilo a que dás valor,
coisas que têm a ver com a forma como vês a vida e o modo como desejas e queres
vivê-la. Por exemplo, sei que dás valor à liberdade, nem tu nem ninguém quer viver
aprisionado, queres ser capaz de planear e organizar projectos, de inventar e de transformar a vida, de ter o respeito que julgas merecer e que queres que os
outros te reconheçam.
A dignidade está dentro
de ti, não a podes comprar, herdar do pai ou da mãe, é um bem precioso que não têm um preço e por isso não a podes negociar. És responsável por esse tesouro que guardas no lugar
mais profundo de ti mesmo, não podes tu ou alguém fazer-lhe mal. O tesouro é frágil, se não estiveres atento pode quebrar-se.
quinta-feira, 29 de maio de 2014
A mulher apedrejada, no Paquistão
Foi apedrejada até à morte, aliás, foi decididamente apedrejada para morrer e assim limpar a honra da família. Nenhum delito, apenas não aceitou casar com o homem que a família tinha destinado para ela. É a mais profunda barbárie, dispor de alguém como se fosse uma propriedade, matá-la como se estivessemos na Idade Média. Pode lá haver obscurantismo maior! Maldito traço cultural, maldita ignorância!
domingo, 26 de janeiro de 2014
As praxes académicas, uma indignidade
Espero que a comunicação social continue a destapar o véu, todos os véus. O que se passa com as praxes é inaceitável e ponto, nem precisaríamos argumentar, dada a desconsideração, o desrespeito, que vai até à humilhação - em que há uma completa anulação do eu, a vítima é colocada numa posição em que nada pode fazer, senão sujeitar-se - e à morte como pode te acontecido no Meco com os jovens da Lusófona. Ora, isto é inumano, simplesmente.
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