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terça-feira, 29 de novembro de 2022

As manifestações no Irão

 No Irão, a revolta, contra a ditadura teocrática, daqueles líderes religiosos, fundamentalistas, incapazes de diálogo e corruptos, tomou as ruas de todas as cidades, dentro e fora do país, onde vivem importantes comunidades iranianas, solidárias com o seu povo.

Apesar de mais 300 mortos, mais de 14 mil presos e da repressão parecer não ter limites, essa luta, iniciada por mulheres, há quase dois meses e meio (desde 16 de setembro), ganhou contornos sociais e políticos cada vez mais expressivos.

Agora, mulheres e homens perderam o medo e ganharam consciência da sua força e da legitimidade das suas reivindicações: são gente e querem viver como gente e isso implica liberdade, democracia e justiça.

Manifestações por direitos básicos no Irão


quarta-feira, 4 de abril de 2018

O Grande Ditador, o filme (3)

«No capítulo 17, do Evangelho segundo São Lucas, lê-se: “O reino de Deus está no próprio homem”. Num único homem, não num único grupo de homens, mas em todos os homens,  e vós sois o povo, tendes o poder para criar máquinas, o poder para criar a felicidade. Vós, o povo, tendes o poder para criar a vida livre e esplêndida ... para fazer dessa vida uma radiante aventura.

Então, em nome da democracia, utilizemos esse poder... Unamo-nos todos, lutemos por um mundo novo, um mundo limpo que ofereça a todos a possibilidade de trabalhar, que dê à juventude um futuro e proteja os velhos da miséria.
Com estas mesmas promessas, gente ambiciosa exerceu o poder, mas mentiram, não mantiveram as suas promessas, nem as manterão nunca! Os ditadores liberaram-se, mas domesticaram o povo.
Combatamos agora para que se cumpra esta promessa. Combatamos por um mundo equilibrado ... Um mundo de ciência, no qual o progresso leve a todos a felicidade. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos»!
  


terça-feira, 3 de abril de 2018

O grande ditador, o filme (2)


«A aviação e a rádio aproximaram-nos uns dos outros, mas a própria natureza destes inventos requeria a bondade do homem e reclamava a fraternidade universal para a união de todos. Neste momento, a minha voz chega a milhares de seres oprimidos, espalhados pelo mundo. Aos que podem compreender-me digo-lhes:
- Não desespereis, a desgraça que caiu sobre nós, não é mais que o resultado do apetite feroz da amargura de uns homens que temem o caminho do progresso humano. O ódio dos homens passará, os ditadores morrerão e o poder que usurparam ao povo voltará ao povo.

Soldados não vos entregueis e esses brutos homens que vos desprezam e vos tratam como escravos, homens que governam as vossas vidas, decidem os vossos actos e os vossos pensamentos: domesticam-vos, tratam-vos como animais e utilizam-vos como carne para canhão. Não vos coloqueis nas mãos desses homens anti naturais, desses homens máquinas, com coração de máquinas.
Vós não sois máquinas! Não sois animais! Sois homens!; Levais o amor e a humanidade nos vossos corações. Não odieis. Só os que não são amados odeiam. Os que não são amados e os anormais... soldados não combatais pela escravatura, combatei pela liberdade».

segunda-feira, 31 de julho de 2017

O senhor Maduro, Venezuela

A cartilha  ideológica,  a gritaria,  a impossibilidade de perceber o fundamental, levam o  país para o abismo. Não sei se são os homens que mudam, se são as circunstâncias que os  obrigam a mudar, sei  que o poder transforma, corrompe, embebeda. Maduro é a face visível de uma ditadura,  a fome, a violência e a falta de liberdade mostram  um caos social e político que tem tudo para se agravar.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

A Praça Taksim, Istambul

Esta é já a praça símbolo de todos os protestos, dos que reivindicam a possibilidade e o direito de viver livremente de acordo com a sua consciência, sem os ditames da religião que não professam. O laicismo é generalizado, por que tem, então, a constituição de por em causa direitos individuais. As crenças dão chão, sustentam, equilibram…, de algum modo, somos aquilo em que acreditamos, mas em rigor têm de ser crenças que aceitamos ou escolhemos livremente.
A liberdade de agir, a liberdade de escolha, é de cada um, da sua autonomia, do seu ser eu, em definitivo. É por isso que todos estamos naquela praça, todos estamos pela decência e pela dignidade humana. Todos estamos em Istambul, Atenas, Lisboa, Paris…, onde faça falta. Nós e os outros, livres e iguais, seja onde for. 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Manifestações por direitos individuais, Turquia

As manifestações na Turquia, como já antes noutros países, vieram por em evidência que o homem é um animal político, com um natural sentido de justiça e de vida cívica, por mais que os regimes se possam empenhar em coartar as liberdades individuais dos seus cidadãos.
Afinal, os jovens turcos não estão amorfos, há capacidade de indignação. Outra coisa é saber se há, e em que termos, capacidade de organização e de proposta política consistentes para mudar aquele estado de coisas. Reivindicar eleições para depois radicalizar mais ainda, não chega. A abertura começa pela educação, pelas universidades, pelo debate livre e responsável de novas ideias e projectos, onde a liberdade individual seja absolutamente respeitada, mesmo a daqueles que vêm o islão como o princípio e o fim de tudo.
Mas, não pode, também, a religião impor práticas que ponham em causa essa liberdade. A decisão de beber ou não álcool, de ter ou não ter filhos, de abraçar-se ou de beijar-se na rua,…, não é do estado, é dos indivíduos, dentro do respeito intransigente de uns pelos outros. A sociedade turca, culta e desenvolvida, compreende muito bem isto. A abertura acontecerá, estou em crer.



quarta-feira, 3 de abril de 2013

Manifestações, todos estamos nas ruas


Sucedem-se as manifestações, novos, velhos…, diferentes grupos profissionais, reformados e pensionistas. Alguns são manifestantes improváveis, não fazem parte da luta ideológica, sempre presente, fazem- no porque há um tomar de consciência de que é necessário, de que não pode ser de outro modo. Prefeririam ficar em casa, no sofá, mas são impelidos por uma urgência: a de que não podemos continuar assim.
Se deixamos o mundo entregue aos políticos e especialistas de Bruxelas e outros que tais (há muitos por essas instituições supra nacionais) não haverá saída. Fazem brilhantes previsões, que geralmente não acertam, análises contraditórias, soluções de madrugada, que ao comum dos mortais, parecem sempre um confronto de interesses, onde os alemãs nunca perdem e os outros arranjam tristes justificações para mais um corte, um imposto, uma taxa, um resgate…; ou ficaremos condenados a décadas e, se calhar, até, séculos de desmoronamento de direitos e de  invernia social. 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O regime de Damasco

É tal a forma como os ditadores vivem blindados que, a não ser que sejam traídos pelos seus, dificilmente caem. Bashar Al - Asad viu, ontem, cairem o ministro da defesa, um vicepresidente e outros altos quadros, num atentado suicida perpretado por alguém próximo.  Agora, já não há saída senão a violência generalizada, até à queda e fuga, senão for apanhado.  São tão míopes, estes senhores!

terça-feira, 10 de julho de 2012

Morsi, o novo presidente egípcio

Como já tinha acontecido na Tunísia, uma organização/partido islâmica ganha o poder  em eleições  que contaram com observadores internacionais. 
Pergunto-me: como pode o povo, que tanto sofreu e lutou para pôr fim a a trinta anos de ditadura militar, votar e optar por um fundamentalista religioso.
É certo que Morsi saiu da organização da Irmandade Muçulmana, que diz ser presidente de todos os egípcios e respeitar a constituição, os acordos internacionais e os direitos humanos. Alguns vêem-no como um moderado. Não sei, desconfio sempre quando a religião se imiscui ou confunde com a política.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Houla, mais uma matança

Nos últimos dias, as tropas do regime sírio atacaram civis, entraram nas casas, e mataram dezenas de homens, mulheres e crianças. Perante a barbárie a comunidade internacional começa a mexer-se, são expulsos embaixadores sírios de alguns países (Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, Japão…), o presidente francês chega a falar de intervenção desde que com mandato das Nações Unidas – como deve ser, evidentemente.

Entretanto, o enviado especial para o conflito, Kofi Annan, vai a Damasco, mais uma vez, encontrar-se com o ditador: “o que acordamos não está ser cumprido, o povo não quer este futuro blá...blá…blá…). Já se viu, muitas vezes e em muito dos lados, que os ditadores nunca desistem, nunca saem pelo seu pé, só se depostos e, em muitos casos, depois de deixarem atrás um rasto de sangue e de destruição que há-de durar gerações. Com este senhor não ia ser diferente, depois de tantos meses de conflito, de tantas idas e vindas do enviado especial da ONU, infelizmente, só uma intervenção pode pôr fim ao regime e acabar com esta onda de mortes.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Homs, sangrando

O cerco das últimas semanas, por parte das tropas governamentais, a um bairro de Homs, onde os rebeldes sírios se refugiaram, parece  ter tocado todos os limites. Bombas, mortes, fome... Impressiona ver imagens de pessoas a apanhar a neve que cai, em bacias e baldes, para terem água para beber. Entretanto, a comunidade internacional assiste. Houve reuniões, em Tunes, designou-se um enviado especial da ONU,  o antigo secretário geral, conseguiu-se, a custo, visitar a cidade, evacuar os feridos, entre eles jornalistas, e agora espera-se por condições para a ajuda humanitária poder actuar com segurança, para se poder chegar a Damasco e, finalmente, se houver sorte, se poder conversar com o ditador. Triste  sina, a de um povo  que apenas  quer  liberdade e direitos básicos. Triste sina a de organizações como a ONU que, perante ditadores deste género, ficam sem saída, ou quase.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Síria, continua a repressão

Continua a repressão sobre o povo e os opositores ao regime, apesar da posição da Liga Árabe e dos compromissos de abertura. Confirma-se a impossibilidade das ditaduras se reformarem, se abrirem. De que têm medo os ditadores? Do povo? Da sua consciência? Da incapacidade de olhar a realidade e de lidar com ela? Os ditadores são cobardes, reprimem até a última, prendem, matam, e, quando já não há alternativa, fogem (até o ditador líbio, que jurou ficar, se preparava para fugir quando foi morto). Sempre fogem, Bashar al-Assad fugirá, também. Quando e a que preço é sempre a questão.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Líbia, a sharia

O que significa a sharia, para o conselho de transição líbio que, ao declarar o pais livre, declarou também a sharia como lei fundamental do país? Significa, pelo menos, que a futura constituição líbia terá como fonte inspiradora a lei islâmica. O problema, dizem os moderados, não é a sharia, mas como se interpreta, há várias escolas, das mais integristas, como o caso do Irão e da Arábia Saudita, de tradição xiita, às mais moderadas, como o Egipto e a Turquia, de tradição sunita. Seja como for, para os valores ocidentais, parece um passo atrás, pelo menos no que respeita aos direitos das mulheres, com toda a certeza. E isso é preocupante.

domingo, 28 de agosto de 2011

Kadhafi, a queda

A tristemente célebre frase: “Todos os ditadores morrem”, denunciando a impossibilidade de alguma vez saírem de cena de outro modo, tal o domínio e a alucinação que têm pelo poder, não se cumpriu, desta vez, mas sabe-se bem à custa de quantas vidas e de quanta destruição.
Kadhafi parece definitivamente encurralado. Ele, os filhos e o séquito que, durante décadas, 42 anos, mais precisamente, dominou e explorou um território e um povo, como se fossem donos do país e das pessoas, vão ter de prestar contas. Festeja-se nas ruas. A transição será difícil, a democracia será difícil, mas o poderem olhar-se nos olhos uns aos outros como cidadãos livres e iguais, parece ser um adquirido, a comunidade internacional estará evidentemente atenta e cooperante, como lhe compete. Kadhafi é um louco, inebriado pelo que seja, merece ser julgado, tal como os filhos e os colaboradores mais próximos, pelo Tribunal Penal Internacional, o que fez ao povo líbio, a quem devia proteger, é um crime contra toda a humanidade.

domingo, 22 de maio de 2011

Líbia, mortes no mar

Fala-se de um naufrágio, entre trezentas a seiscentas pessoas, mortas no Mar Mediterrâneo, quando tentavam alcançar a ilha italiana de Lampedusa. Não há certezas, mas parece certo que o barco saiu de Tripoli. Outro caso é o relato de uma embarcação com quase duas dezenas de pessoas, que terá andado à deriva semanas, tendo regressado de novo ao porto de Tripoli, apenas com dois ou três sobreviventes. Isto já é demasiado trágico, inumano, mas parece que há informações (propaganda ou não, não se sabe) de que terão sido avistados por barcos das Nações Unidas que ignoraram os pedidos de socorro. Não acredito que isto possa ter acontecido, talvez se trate apenas de desinformação, de propaganda, de maldade em estado puro do regime de Kadafi, infelizmente, ainda, não suficientemente encurralado.

domingo, 20 de março de 2011

Ataque internacional na Líbia, contra a banalidade do mal

A banalidade do mal, expressão de Hannah Arendt,  é o estado em que o indivíduo, anulado, sem direitos, perde qualquer capacidade de reacção, já não reage às atrocidades, já não pensa no que lhe está a acontecer, como se a violência fosse a norma. As pessoas,  já não são pessoas,  com sentimentos, pensamentos, projectos...; mas são coisas, tratadas como coisas, instrumentos ao serviço do que seja, pode ser do despotismo mais feroz ou da barbárie mais sangrenta.  Quando caças franceses atacam posições de Kadafi, percebe-se a legitimidade. Injusto seria assistir ao extermínio do povo líbio, às mãos do seu chefe, sem nada fazer.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Egipto: quando tudo treme...

Olho as ruas do Cairo e estremeço. Vejo os manifestantes, a sua revolta, os tanques militares, a polícia..., e penso na vida destas pessoas,  na miséria, na falta de esperança, no desespero. Percebemos as razões. Sim, que ninguém se enfrenta às balas e aos tanques por nada. Oiço o Mubarak  e desconfio de tudo.  De tudo mesmo. Como pode alguém cumprir, se nunca o fez? Como pode alguém reformar e preocupar-se com o povo, se na sua matriz mais profunda residem outros  interesses, outras vontades, outros compromissos?
Às vezes apetece acabar com todos os "ismos", capitalismo, socialismo, islamismo...  , e pegar num lanterna à procura de homens bons que não se deixem corromper pelo poder e possam  servir o seu povo, honesta  e democraticamente, sem fingimentos, sem   maquilhagem.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Terror e Morte, num aeroporto de Moscovo

O terrorismo aí está, matando de novo.  É um  gravíssimo problema de direitos humanos e de cidadania global; é um gravíssimo problema de política internacional. Os homens e mulheres bomba, suicidas em nome de uma crença, de uma ideologia ou do que seja, têm família, contextos, vidas... mas parece nada contar, parece nada ser importante. Por que se deixam armadilhar?  Por que escolhem morrer e matar? Alguma coisa tem de estar muito errado nessas sociedades fechadas que não entendem a impossibilidade de fugir da complexidade contemporânea e  pretendem reduzir  tudo (o privado, o público e o político)  ao âmbito de uma crença.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

10 de Dezembro, Dia Mundial dos Direitos Humanos

Num ano tão difícil, para tantas pessoas, para tantas famílias, devido à crise mundial, ao desemprego, à insegurança, às catástrofes naturais (não podemos deixar de pensar no Haiti, Chile...), à guerra (sempre a guerra), importa lembrar a força dos direitos humanos, a sua universalidade, a sua interdepêndência, mas também a sua contínua dificuldade. Há muita violação de direitos, por todo o lado, mesmo nos países que assinaram os tratados e os procuram cumprir, mas há, ainda, em muitos países, negação de direitos. Hoje, na entrega do Prémio Nobel da Paz, em Oslo, não estará Liu Xiaobo. Permanecerá preso numa cadeia chinesa. O mundo tomará nota, e espera-se que a China também.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Pemba, no TPI

Começou a ser julgado, no Tribunal Penal Internacional, Pemba, antigo homem forte da oposição no Congo. Nega, como seria de esperar, todas as acusações, assegura que não violou, não pilhou, não matou…Enfim, é perseguição e má sorte, o que lhe está a acontecer.
Estes assassinos nunca param para ouvir a consciência, nunca encaram a verdade de frente, nunca admitem erros…, como vão admitir chacinas, violências múltiplas, crimes contra a humanidade? Nunca. Se algo fizeram foi em nome da libertação do povo, da revolução, até, da democracia, veja-se. São todos demasiado cobardes, demasiado indignos. Só são “fortes” com séquitos e metralhadoras. Tristes mandantes.
É um passo muito importante na história dos direitos humanos que estes senhores sejam julgados, desde logo, para que outros ditadores fiquem a saber que a comunidade internacional não está mais de olhos fechados, tem instrumentos e vai usá-los.