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segunda-feira, 2 de abril de 2018

O Grande Ditador, o filme (1)


Para quem não viu o filme (1940), uma nota sobre a situação: uma imensidão de soldados, todos bem alinhados e atentos, espera o discurso do grande ditador (Hitler, evidentemente). Em vez dele, Charlot (que devido à semelhança física fora confundido) faz este brilhante discurso sobre direitos humanos, falando de respeito pelos outros, de liberdade, de progresso, de justiça e de democracia.


 Discurso final de Charles Chaplin no filme “O grande Ditador”

 «Realmente sinto muito mas não aspiro a ser imperador. Isso não significa nada para mim. Não pretendo governar nem conquistar nada de nada. Ao contrário, gostaria de ajudar, se possível, cristãos e judeus, negros e brancos, todos temos o desejo de nos ajudarmos mutuamente. A gente civilizada é assim. Queremos viver da nossa sorte comum e não da nossa desgraça comum. Não queremos desprezarmos-nos nem odiarmos-nos mutuamente. Neste mundo há sítio para todos. A boa terra é rica e pode garantir a subsistência de todos.
 O caminho da vida pode ser livre e magnífico, mas perdemos esse caminho. A voracidade envenenou a alma dos homens, rodeou o mundo num círculo de ódio e fez-nos entrar na miséria e no sangue.
Melhorámos a velocidade, mas somos escravos dela, a mecanização, que traz consigo a abundância, afastou-nos do desejo. A ciência tornou-nos cínicos e a inteligência duros e brutais, pensamos em excesso e não sentimos bastante.
Temos mais necessidade de espírito humanitário do que de mecanização. Necessitamos mais de amabilidade e simpatia do que de inteligência. Sem estas qualidades a vida só pode ser violenta e tudo está perdido».
 

 (continua)

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