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terça-feira, 2 de junho de 2020

sábado, 1 de junho de 2019

Dia Internacional da criança

(Última parte do poema que  Matilde Rosa Araújo escreveu sobre os direitos das crianças).


10.
A criança deve ser respeitada
Em suma,
Na dignidade do seu nascer,
Do seu crescer,
Do seu viver.
Quem amar verdadeiramente a criança
Não poderá deixar de ser fraterno.
Uma criança não conhece fronteiras,
Nem raças
Nem classes sociais.
Ela é o sinal mais vivo do amor,
Embora, por vezes, nos possa parecer cruel.
Frágil e forte, ao mesmo tempo,
Ela é sempre a mão da própria vida
Que se nos estende, nos segura
E nos diz:
Sê digno de viver!
Olha em frente!

                                                
                                                 


quarta-feira, 27 de junho de 2018

Mais uma das miseráveis faces de Trump


Dentro da política de tolerância zero contra a imigração ilegal, assistimos, na última semana, ao impensável: 2047 crianças, algumas muito pequenas, de quatro e cinco anos, foram separadas dos pais que atravessaram ilegalmente a fronteira do México para os Estados Unidos. A imagem daquela espécie de jaulas, onde as crianças foram acantonadas, abanou as consciências de muita gente: procuradores gerais democratas, de 17 estados americanos, vão processar Trump; movimentou-se a sociedade daquele país e do mundo;  o presidente voltou atrás e fez aprovar uma lei que reunirá pais e filhos. Mas, parece ser um pequeno passo, e provisório, temo que, mas cedo que tarde, este senhor dê o dito por não dito e tudo volte ao mesmo.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Por que morrem os meninos, desprotegidos, na Guarda?

Há muito pouco tempo uma mãe, em estado grave de depressão, tenta suicidar-se a ela e ao filho, de nove anos, dizendo que não quer que o filho vá para o 5º ano numa escola da cidade e continue a sofrer de bullying (o que parece não ser verdade); o menino morre e ela é levada para o hospital.

Há dias atrás um menino de dois anos é colhido por um comboio sem que a mãe, à guarda de quem estava, estivesse por perto.

Agora, um menino de sete anos, sozinho, em casa da namorada do irmão,  cai de um terceiro andar e morre. A mãe, que tinha ficado de o ir buscar e não foi, é encontrada alcoolizada...

Porque é que falham estas mães? E as famílias? E as instituições?


sexta-feira, 6 de maio de 2016

Por que falham as instituições?

Não sei se a mãe que matou as filhas, dezanove meses e quatro anos, atirando-as ao mar, é ou não uma doente psiquiátrica. Não sei se ela queria ou não suicidar-se a seguir, acredito que sim, que é uma doente e que pretendia morrer com as filhas que acabava de matar. Mas não morreu, foi salva.

Não se pode entender de outro modo o que se passou; só admitindo que não tinha consciência do que fazia, podemos lidar com a ideia de que não se trata de um monstro, mas de alguém a quem a má sorte ou o que seja colocou numa situação em que ninguém pôde ajudar, falo das famílias, das instituições de apoio à vítima, dos hospitais, das Comissões de Proteção de Menores, de todos os lados onde bateu à porta e não viram a gravidade da situação.

Obviamente que não sabemos toda a verdade sobre o que se passou. Não sabemos se o pai é ou não agressor, se o pai é ou não também uma vítima do estado mental da senhora. O que sabemos é que a morte das duas meninas não era inevitável, não sofriam de doença terminal, não sofreram um acidente, foram mortas pela mãe, numa escalada de desespero e talvez doença que ninguém avaliou suficientemente. Esperamos que as instituições respondam, mas o que se vê, infelizmente, vezes repetidas,  é a incapacidade de lidar com estes casos, perdidas que estão em relatórios, burocracias e formalismos.





sábado, 20 de dezembro de 2014

Prémio Nobel da Paz

Malala recebeu, juntamente com um médico indiano activista contra o trabalho infantil, o prémio Nobel da Paz. Obviamente que Malala é mais do que uma menina vítima do extremismo talibã e da negação dos direitos das mulheres, nomeadamente o direito à educação. É também um símbolo pelo que representa, pelo que sinaliza, cada vez que intervém nos média. Malala somos todos nós, de algum modo; todos os que lutam diariamente pelos direitos humanos. 

                                                                                                  

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Mariam Yahya Ibrahim, a intolerância religiosa

A mulher sudanesa, com uma criança de menos de dois anos e grávida de oito meses é condenada à morte, por um tribunal de Cartum, supostamente por renegar o islão. Casada com um norte-americano, cristão, converteu-se ao cristianismo, porventura, muito longe de pensar até onde chegaria a intolerância religiosa do seu país, onde a lei da sharia se impõe a tudo.
Embaixadas dos Estados Unidos, Canadá… procuram uma saída para o caso, mas, até agora, apenas, a morte por enforcamento foi adiada por dois anos, por causa dos filhos. Ontem deu à luz a sua filha; certamente, nenhuma lei lhe tira a alegria de ser mãe, mesmo que isso lhe custe o inimaginável. Podemos nós pensar sequer nas condições em que está mulher presa com os dois filhos? Não podemos.
Mas, podemos denunciar a intolerância religiosa, pedir a quem pode fazer pressão, como a Amnistia Internacional e outras organizações de defesa dos direitos humanos, que não desistam, por Mariam e pelos filhos; não desistam pela liberdade de cada um ter a religião que entender, direito humano inalienável.



sábado, 19 de abril de 2014

Crianças e jovens que conheci (3) - a menina adotada

Passou-se, num dia de Janeiro, numa terra africana, numa casa, onde passava uns dias. Não compreendi, não compreendo, como se pode dar uma filha. Para mim, foi e é incompreensível, mesmo quando parece ser inevitável e, naquele caso, não parecia.
Não esquecerei nunca os olhos e o choro da menina. Um choro contínuo e convulsivo, como se pressentisse, como se tivesse consciência de tudo, do passado, do presente e do futuro.
- Não venha para aqui, não venha para aqui, que a minha filha não a pode voltar a ver – pede a mãe adotiva, insistentemente, à mãe biológica – juntas, porventura pela última vez, no dia do baptizado da menina, por coincidência, no dia em que foi definitivamente entregue aos pais adoptivos, um casal italiano.
- Está bem, não vou – diz, em lágrimas, a mãe verdadeira (desculpem se utilizo este adjectivo, naquele momento, foi assim que senti)
 – Sei que se ela me visse deixava de chorar – insistia.


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Crianças e jovens que conheci (1)

São excertos de textos sobre crianças e jovens, com nomes fictícios, a quem negaram, em algum ponto do seu curto caminho a dignidade que mereciam ou a quem o destino pregou uma partida. 
O que faço é procurar escutar a voz interior destes meninos que, em muitos casos, ou em todos, mesmo, permanece intacta. Negamos-lhes as oportunidades, matamos-lhes os sonhos, mas a pessoa está, permanece. Sai  de entre a multidão, de entre os ruídos e aparece para nos convocar, para nos desinstalar. Não podemos dizer que não a vemos que não a ouvimos. Que respondo? Que respondemos

sábado, 12 de abril de 2014

Uma criança soldado, num sítio qualquer (e há vários)

Ninguém lhe explicou para onde ia. Disseram-lhe que precisavam dele, mas não lhe explicaram porquê nem para quê.
Deixou a sua vida em aberto, suspensa, ou, se calhar, fechada para sempre. Saiu de noite, sem se despedir da mãe, levado à força para um destino desconhecido e incerto de que sentia alguma curiosidade, mas sobretudo arrepios de medo. Foram muitos os que subiram no velho camião conduzido por três homens soldados.
- Tu vais ser um soldado, defender a pátria.
Disso, não percebe nada. Sabe que hoje está vivo e que amanhã poderá ser morto. Pensa que não se despediu da mãe que andava na lavra. Que terá ela pensado? Irá arrumar-lhe as poucas coisas? Esperará por ele? O que lhe dirá quando voltar?
- Vais matar o inimigo, o bandido armado - continuava o oficial.
“E, então, ele não era bandido armado” – pensava o miúdo cada vez mais encostado à grade do camião que se arrastava demoradamente sempre em grandes solavancos, como se a viagem fosse já prenûncio de uma  grande tragédia.



                       

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Um direito especial, ser criança

Escrevo muitas vezes sobre crianças reais, embora com nomes fictícios. Encontrei-as na rua, na escola, no bairro, nalguma fotografia de jornal ou imagem de televisão.
Pensei e falei delas não para denunciar o drama humano, ele é tão visível que não é necessário, antes, para questionar a consciência de quem, hipócrita e cobardemente, deixa que isto aconteça. Assinam declarações, fazem convenções, mas nada cumprem. Não querem, nunca quiseram, fazem letra morta dos princípios e deveres, dos direitos humanos em geral e dos direitos das crianças em particular.
Falo de crianças vítimas inocentes, jogadas no meio das ambições e das crueldades daqueles que, por poder, dinheiro ou fama, as exploram, torturam e matam.
O que mais perturba é o olhar sentido destes meninos, como se tivessem nos olhos toda a tragédia do mundo. Impossível ficar indiferente. 



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Onde estão os meus amigos?

Quando se perde tudo, mesmo tudo, e não há esperança, só resta a raiva. Contida ou expressa, uma raiva presente que tortura os dias, desfaz os sonhos e pior, ainda, desumaniza, embrutece e torna insensível a mais doce das criaturas.
Agredir e ser agredido, é o dia a dia destas crianças que sobrevivem em condições inimagináveis, abaixo de tudo o que seria o mínimo de dignidade possível capaz de lhes assegurar um pouco de estima por si mesmas. Funciona apenas o instinto da sobrevivência.
O João é um destes meninos. Perdeu tudo, lá longe onde vivia. Fugiu da guerra mas nunca encontrou paz. Suporta tudo: anda roto,  sujo, faminto, ferido, doente..., mas não suporta perder amigos, como se os sentimentos fossem para ele o mais fundamental. E são. Repete vezes sem conta: não aguento ver morrer os meus amigos. Está furioso, com raiva no olhar, na voz e nos gestos diz-nos:
- Quando saí do buraco, não vi o Américo, nem o Toné, nem a Micas. Onde estão os meus amigos? Corri todas as ruas, procurei-os todo o dia e por todo o lado. Onde estão?”. Eu não os perdi, ontem foram comigo para o buraco, alguém mos roubou. Mais uma vez me roubaram. Mataram o pai, a mãe e os irmãos, sozinho e assustado fugi.  

(uma criança africana, nos subúrbios de uma qualquer capital, dessas onde não se respeita a vida e se mata por nada)


sábado, 16 de junho de 2012

12 de Junho, dia mundial contra o trabalho infantil

“Gostava de vestir o uniforme e de ir à escola”, diz Sheila, uma menina indiana, de doze anos, que trabalha numa fábrica de tapetes para ajudar a  família.
Para quem as contrata e explora o que interessa é terem à disposição dedos pequeninos como os de Sheila que entrelacem fios demasiado finos em desenhos minuciosos. São crianças como ela que repetem, infinitamente, gestos iguais para que tudo saia perfeito e surjam aquelas obras de arte. Mas a que preço!
São crianças como ela que ficam com insuportáveis dores no corpo e marcas para toda a vida, enquanto, nas casas e palácios de gente rica, ninguém pense, ao pisar uma dessas carpetes, quem as teceu e em que condições. Não é isso, o que lhes interessa!
Mas, a nós é isso que interessa, são os direitos das crianças e a sua vida o que aqui está em causa. Lutar contra o trabalho infantil, é uma obrigação e uma responsabilidade de todos.
Querida Sheila, espero que possas deixar o trabalho na fábrica, vistas de novo o uniforme e regresses à escola. Imagino-te, correndo pelo pátio, de livros na mão, dizendo bom dia à vida. Mereces isso, tu e todas as crianças do mundo que são obrigadas a trabalhar antes do tempo. E são muitas!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Direitos da Criança

A Convenção Internacional dos Direitos da Criança (1981) existe para lembrar aos governos que as crianças e jovens até aos dezoito anos são um grupo vulnerável a requerer cuidados e programas especiais, por parte das família e da sociedade em geral. 
Em Portugal, onde julgamos existirem todos os direitos é cada vez maior o número de crianças em situação de pobreza e exclusão, vinte e tal por cento, porque são cada vez mais os pais que, por qualquer motivo,  nomeadamente a crise económica e social que enfrentamos,  não podem dar aos seus filhos o que é necessário para o seu desenvolvimento.


sábado, 18 de junho de 2011

O gémeo subnutrido

Estava ali, embrulhado num pano roxo, nu, à espera de morrer desnutrido, quando o médico da região, que conhecia o caso, e alguém da Cruz Vermelha o vieram libertar da morte. O médico que o tinha atendido no posto local pergunta à mãe:
-Por que não foi à cidade internar o seu filho? Dei-lhe as guias para ser visto no hospital e ser integrado no programa alimentar.
- O meu marido disse que não valia a pena – cala-se, olhos no chão, e prossegue – não tenho dinheiro para o transporte. Como são gémeos, não tenho leite para os dois, um vai ter de morrer.
- Vai ter de morrer?
- É assim, o que sempre acontece, sem possibilidade de serem alimentados devidamente.
- Não, vamos salvá-lo.
Convencida a família, que resiste, porque o marido está fora e precisam da sua autorização, caminham para o hospital, pensando na possibilidade de salvação para aquela criança, tão pequena, quase recém nascida.
É internada e observada por um enfermeiro entendido em situações semelhantes. Ele faz uma expressão de alegria e todos respiram de alívio.
- Tem boas possibilidades de se reabilitar - deu-lhe imediatamente um medicamento - ficará  internada por semanas e entrará no plano de alimentação tal como o irmão gémeo.
Este bébé livrou-se da morte certa, por um acaso, num dia em que  uma equipa estrangeira, em reportagem pelas longínquas aldeias do Níger, se  depara com este cenário, demasiado comum, infelizmente: uma família assistindo à morte lenta de um dos seus filhos, porque a mãe não pode alimentar os dois e não têm dinheiro para adquirir leite de substituição.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Casamentos forçados, não queriam casar

Viviam lá bem no sul da Guiné-Bissau, numa zona onde as tradições familiares são pesadas, mesmo que tenham passado os anos e a vida tenha  trazido novos saberes e novos mundos. Há pontos intactos, rituais e tradiçõs ancestrais que se cumprem como desde sempre, com medo de feitiços, de desgraças,  de ficarem mal faladas...
Estes casamentos forçados, quase sempre com homens muito mais velhos, deixam as jovens em profundo desespero, cercadas por um compromisso familiar, impedidas de tudo, de ser quem são, de se desenvolverem como devem, de ser pessoas inteiras, de irem  à escola, de brincarem, de escolherem. Muitas têm apenas uma saída, fugir das famílias, para muito longe, quase sempre para a capital.

domingo, 12 de junho de 2011

Crianças de Maputo

Era um grupo de meninos, seis, sete, que tomavam banho, numa espécie de lago, numa das saídas de Maputo. Pareciam felizes, tal a algazarra e tais as brincadeiras que faziam. Observo-os, durante algum tempo. Dizem-me que são meninos de rua que sobrevivem revoltando os caixotes do lixo dos hotéis e das zonas ricas da cidade, e que, a maioria, não regressa a casa, nunca. São meninos fechados na rua, que deambulam perdidos de si mesmos, das famílias, das instituições públicas e das ONG’S, que as há, mas que eles repudiam por impossibilidade de cumprirem qualquer regra, de assumirem qualquer compromisso, de quererem qualquer proximidade. São crianças muito vulneráveis, entregues aos perigos das máfias e outros abusos. 

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Meninos soldado. no Chade

São crianças ainda, algumas  para  proteger as famílias dos ataques, para fugirem da miséria mais absoluta, entram nas fileiras tanto dos rebeldes como das forças governamentais. Outras são raptadas, levadas à força. De arma na mão, drogas no corpo, treinos sem fim, perdem a infância e muitas até a alma. Meninos meio perdidos, meio abandonados, para quem a  convenção dos direitos da criança e o protocolo adicional sobre a proibição do envolvimento de crianças em conflitos armados parecem de nada valer. É tudo letra morta para quem tem a obrigação  de zelar pelo seu cumprimento, e faz exactamente o contrário.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Direitos das crianças

Hoje é dia da criança. Por todas as escolas, as crianças falam dos seus direitos. Há festa e muita atenção aos mais pequenos. Depois, em muitas situações, e em muitos contextos, tudo continuará igual. Sabemos que no nosso país, as crianças são de um modo geral bem tratadas, cuidadas, mimadas, ouvidas…, mas não é assim em muitos lugares e países do mundo.
Quero aqui lembrar-me de meninos que também são crianças, mas que não celebram o seu dia, meninos a quem falta quase tudo, meninos que não sabem o que é ter uma família, uma escola, uma vacina, uma casa, um brinquedo…
Lembro-me dos meninos de seis, sete, anos que vão diariamente para as fábricas tecer tapetes, na Índia, no Paquistão…; lembro-me dos meninos órfãos do Quénia, Moçambique, África do Sul…., que viram os pais morrer de sida, meninos sós, sem ninguém, assustados, descrentes; lembro-me dos meninos dos bairros de lata do Brasil, de Bogotá…, vivendo vidas miseráveis, entre fogo cruzado e balas perdidas, cheirando cola, fumando erva e o resto, utilizados sem quaisquer escrúpulos por traficantes; lembro-me dos meninos da lixeira de Maputo a quem viraram as costas anos e anos, a quem deixaram crescer como se não fossem gente; lembro-me dos meninos das pedreiras que partem pedras, oito ou mais horas por dia, para as calçadas das cidades, deformando irremediavelmente o seu corpo em crescimento; lembro-me das meninas traficadas para a prostituição no Bangladesh, no Sirilanka.. ; lembro-me das jovens afegãs que deitam fogo ao próprio corpo, num grito de total desespero; lembro-me dos milhões de crianças que hoje vão dormir sem um prato de arroz; lembro-me dos meninos que deambulam pelos campos de refugiados; lembro-me de tantos, tantos, tantos…A lista é interminável.
Para todos os meninos a quem mataram os sonhos, a quem só ensinaram o negro da vida, busco um raio de sol, uma janela aberta e um futuro com direitos.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Os padres, o vaticano e tudo o resto

Quase sempre, resisto a escrever sobre religião, por respeito, por incapacidade de análise, por ignorância... Mas quando se trata de analisar factos concretos, é possível opinar, falar, mesmo com toda a falta de claridade, visto o fenómeno permanecer, em muito, na penumbra. Que há padres pedófilos e crianças e jovens abusados, parece não haver dúvida, se é mais nos Estados Unidos, na Alemanha, aqui ou ali, não sei, haverá em muitos lados, a natureza humana não muda por mudar a geografia. Mas a mesma natureza humana dotou-nos de livre arbítrio, de vontade, de capacidade de distinguir o bem do mal, não há desculpa para isto. Mas é certo que daqui não decorre que todos os padres pratiquem semelhantes abusos ou que neste grupo se pratiquem mais que noutros. Certo é que é um crime, maldade pura, continuada, ignorada, escondida, por anos e décadas, muito mais grave do que nos querem fazer crer. Quem tem culpas? Muita gente, certamente. Veremos até onde vai e como é tratado todo este abuso.