Em 10 de Dezembro de 1948, em Paris, é proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos. São trinta artigos, que encerram os direitos individuais, civis e políticos; os direitos económicos, sociais e culturais; os direitos de toda a humanidade, sem excepção.
Todos os homens nascem livres e iguais, dotados de razão e consciência devem viver uns com os outros em espírito de fraternidade (1º artigo, citado de cor).
Liberdade
Igualdade
Fraternidade
( ficam enunciados todos os valores humanos)
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domingo, 10 de dezembro de 2017
sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
Jerusalém, de algum modo todos pertencemos aí
Não quero que Jerusalém seja a
capital do estado de Israel. Preferia que fosse uma cidade de todos,
crentes e não crentes; preferia uma cidade símbolo, uma cidade
aberta, tolerante e não uma cidade onde todas as ortodoxias se
degladiam.
Estive em Jerusalém há mais de
trinta anos e a imagem que guardo é a da mais profunda divisão entre
judeus e muçulmanos. Não pudemos entrar numa das portas que dão
acesso à cidade santa, porque havia confrontos; a mesma coisa em
Belém, muito perto da igreja que visitámos, na gruta dos pastores
havia tiros, não pudemos ir lá. Mas a guerra não vem de hoje nem é
de há trinta ou setenta anos. Quando olhamos aquela porta de
Damasco, toda esburacada pelas balas, algo se transforma em nós: “O
que é isto? Porquê?”
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
As lágrimas do Papa, encontro com um grupo de rohingyas
O Papa encontrou-se com um
grupo da minoria rohingya, refugiados no Bangladesh, depois de
perseguidos no seu país, Myanmar, que não lhes reconhece a
cidadania e, portanto, os priva de qualquer direito. Considerados
apátridas, vivem numa pobreza e numa precariedade extremas. São
muçulmanos, mas isso não importa para este Papa, o que importa é o
humano, o ser humano.
O Papa disse-lhes “Deus
está presente aqui; Deus também é rohingya”. E está e é mesmo,
tenha o nome que tiver. A ideia de Deus estar no sentir, nas
lágrimas, nas emoções, nos pensamentos, nas vidas cortadas,
humilhadas, sacrificadas..., transporta uma humanidade que dá alento e reconforta; mas não chega, é preciso mais, muito mais. Vamos
ver o que fazem as Nações Unidas que devem ter valores universais e não a política dos interesses nacionais ou regionais.
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quinta-feira, 30 de novembro de 2017
Sobre a justiça, para lá da universalidade das leis
Perante tantos problemas sociais, muitas vezes, tendemos a considerar: “isto não tem nada a ver
comigo; pago impostos, elejo representantes, quero leis e
instituições justas que assegurem as respostas a que todos os
cidadãos têm direito, sem que os meus próprios direitos sejam
ignorados, questionados ou violados”.
Ainda assim, perante tantas injustiças, temos de considerar: “isto tem a ver comigo; não posso continuar instalada,
rodeada das minhas certezas, das minhas comodidades e dos meus
interesses, como se nada fosse, como se nada estivesse a acontecer”.
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
Prisão perpétua para Ratko Mladic
O TPI, Tribunal Penal
Internacional, sediado em Haia, acaba de condenar a prisão perpétua,
por 11 crimes de guerra, entre 1992-95, o conhecido por carniceiro dos Balcãs. O homem parecia agitado,
gritava contra o que ouvia, teve de ser retirado e colocado noutra
sala. Não sei se é loucura ou se é fúria do mal; preferia que
fosse loucura, o que mostraria que, talvez, em algum momento da sua
vida, aquele sujeito tinha tomado consciência do que fez; mas temo
que seja apenas maldade, julgando-se injustiçado, mesmo depois do
massacre de Srebrenica (mais de oito mil mortos), mesmo depois da
limpeza étnica contra os muçulmanos da Bósnia. Prisão perpétua é
o justo para este assassino.
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terça-feira, 21 de novembro de 2017
Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados (1951)
Há uma convenção - a Convenção relativa ao Estatuto
dos Refugiados – que define, logo no 1º artigo, quem pode ser considerado refugiado: "é refugiado qualquer pessoa que no seu país tenha a
sua vida em perigo, por causa da guerra ou de perseguições, tendo por isso o
direito a ser acolhida noutro país.
Qualquer pessoa, nestas condições, pode pedir
asilo, a um país assinante da Convenção, tendo o direito a ser acolhida de forma digna e a ver garantidas as condições vida, como a alimentação, a habitação, a saúde, a educação, o trabalho, o respeito pelas crenças e valores..., para que a sua integração seja possível.
Acolher refugiados, obriga os Estados a definir políticas ativas e planos de ação que respondam de forma adequada às situações concretas.
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sábado, 18 de novembro de 2017
Os direitos do outro, convocando Lévinas
Os direitos humanos
– os direitos do outro ser humano – incumbem a cada um de nós e
não, apenas, aos Estados e instituições que, progressivamente, têm
vindo a criar leis para controlarem a violência, para garantirem
condições mínimas de vida e de sobrevivência. Contudo, não é
animador o que existe e o que nos espera, só um compromisso mais
radical, mais originário, pode criar a responsabilidade e a
fraternidade universais, algo anterior ao Estado e às leis, presente
no face a face de que fala Lévinas, nesse encontro com outro, a quem
acolhemos como rosto e não como objecto, seja esse outrem quem for e
esteja em que situação ou circunstância estiver.
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