Não quero que Jerusalém seja a
capital do estado de Israel. Preferia que fosse uma cidade de todos,
crentes e não crentes; preferia uma cidade símbolo, uma cidade
aberta, tolerante e não uma cidade onde todas as ortodoxias se
degladiam.
Estive em Jerusalém há mais de
trinta anos e a imagem que guardo é a da mais profunda divisão entre
judeus e muçulmanos. Não pudemos entrar numa das portas que dão
acesso à cidade santa, porque havia confrontos; a mesma coisa em
Belém, muito perto da igreja que visitámos, na gruta dos pastores
havia tiros, não pudemos ir lá. Mas a guerra não vem de hoje nem é
de há trinta ou setenta anos. Quando olhamos aquela porta de
Damasco, toda esburacada pelas balas, algo se transforma em nós: “O
que é isto? Porquê?”
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