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sábado, 4 de dezembro de 2021

Estima, cuidado, compaixão...

 Quem não tem a capacidade de estima e de compaixão, não têm a capacidade de sentir as injustiças, de criar vínculos e de um envolvimento que ultrapasse os direitos e obrigações formais e inclua a dimensão da gratuidade. 

Esta perspetiva da cidadania inclui para além da razão, os sentimentos e é capaz de incorporar a estima pelos valores.

sábado, 28 de novembro de 2020

A escola, a ética e a cidadania

 A escola não pode, apenas, instruir, tem de educar. Educar para a autonomia, a responsabilidade e a cidadania, preparando as crianças e jovens para assumirem, na sociedade, de forma participada e consciente, o exercício dos seus direitos e deveres.

Isto só acontecerá, se a escola desenvolver nos alunos a consciência moral e cívica, ou seja, a capacidade de se questionarem sobre o bem e o mal do que fazem, em relação a si e aos outros.  

A abordagem pedagógica não pode deixar de ser transversal, mas também sistemática, com implicações nos currículos, nas práticas, na formação de professores e no quotidiano escolar.

 

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Para que servem as teorias?

  Se eu pudesse acabava com todos os "ismos" – humanismo, etnocentrismo, multiculturalismo…. – que têm servido para falar das pessoas e suas vidas, como entidades abstratas, e isso serve para muito pouco.

Passava a falar de ti, de mim, de nós, aqui, agora, num contexto real, que nenhuma teoria pode explicar, por ser sempre algo de novo, como corresponde à essência do humano: a individualidade absoluta, a não repetição.

Passava muito mais tempo à procura de histórias verdadeiras, a ouvir o  João, o Pedro, a Rita, a Joana…, para ver se percebia, como podemos viver melhor uns com os outros.



quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Cidadania ética

questão hoje é a de saber como lidar com o pluralismo moral. Adela Cortina, filósofa espanhola, fundamenta uma resposta interessante: articular o bem e o justo. Ou seja, para que as sociedades se possam organizar e dar as respostas sociais que esperamos, há uns mínimos de justiça que todos têm de aceitar – liberdade, igualdade, diálogo e respeito –  algo da ordem do normativo, exigido a todos, no espaço público.  

A partir daqui, todos podem viver, privadamente, com a sua ideia de bem, prosseguindo os fins bons que entenderem, conforme os  seus valores pessoais, familiares, culturais, ideológicos.... 


Ao incluir o diálogo e ao exigir atitudes de abertura e de disponibilidade, a intenção é criar a possibilidade de conhecermos valores diferentes dos nossos que possamos reconhecer e  estimar

terça-feira, 23 de abril de 2019

Valores democráticos - os direitos humanos e a cidadania


Os direitos humanos: todas as democracias têm o dever de proteger a vida e a dignidade da pessoa humana. A Declaração Universal dos Direitos Humanos consagra um conjunto de valores comuns a toda a humanidade, por isso, é a referência fundamental para todos os Estados e governos democráticos do mundo. A democracia ao defender a liberdade, a igualdade, a justiça e a identidade cultural está a defender os direitos humanos. 


A cidadania: um dos pilares da democracia, é a participação  de todos os cidadãos na vida pública, começando pelos ambientes e locais onde desenvolvemos o nosso trabalho - a escola, a família, o bairro, a associação, o clube... A participação tem de ser informada e responsável; quando debatemos um assunto, participamos numa reunião, manifestação ou campanha, temos de saber porque o fazemos, quais as razões que justificam o nosso empenhamento e o nosso compromisso e, também, quais as consequências. Temos todos o dever de ajudar a construir uma sociedade melhor e mais justa.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

As lágrimas do Papa, encontro com um grupo de rohingyas


O Papa encontrou-se com um grupo da minoria rohingya, refugiados no Bangladesh, depois de perseguidos no seu país, Myanmar, que não lhes reconhece a cidadania e, portanto, os priva de qualquer direito. Considerados apátridas, vivem numa pobreza e numa precariedade extremas. São muçulmanos, mas isso não importa para este Papa, o que importa é o humano, o ser humano.
O Papa disse-lhes “Deus está presente aqui; Deus também é rohingya”. E está e é mesmo, tenha o nome que tiver. A ideia de Deus estar no sentir, nas lágrimas, nas emoções, nos pensamentos, nas vidas cortadas, humilhadas, sacrificadas..., transporta uma humanidade que dá alento e reconforta; mas não chega, é preciso mais, muito mais. Vamos ver o que fazem as Nações Unidas que devem ter valores universais e não a política dos interesses nacionais ou regionais.


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Os migrantes de Calais

Se alguma coisa mostra o que se está a passar, por estes dias, em Calais, mas em boa verdade, o que se passa, desde há muitos meses e até anos, é a necessidade de repensar e de redefinir o conceito de cidadania. É preciso pensar noutros termos as questões da globalização, da imigração, da diversidade cultural, da segurança mundial, do terrorismo, do ambiente, das relações transnacionais...
A tarefa é árdua, e mais ainda, quando vêm ao de cima todos os egoísmos nacionais (tão claro nas reuniões de Bruxelas). Saber como é que definimos, organizamos e criamos estruturas sociais que assegurem a todos os mesmos direitos, é desde há muito uma urgência  das instituições supra-nacionais.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

O jovem comunista

Ouvi falar o jovem deputado comunista (João Oliveira) e pus-me a pensar: afinal, não terminaram as utopias; afinal, há quem ponha, acima do individual, o colectivo, todos os outros. “Não estamos aqui por interesses pessoais, não estamos aqui para ir trabalhar como CEO’S de grandes multinacinais, estamos para servir as pessoas”. 

Pareceu-me descortinar, ainda, muita retórica ideológica, mas igualmente um sentido de profundo envolvimento com os problemas da sociedade. “É a realidade que mais perturba os políticos”,  fala de transformar o quotidiano, da urgência do emprego, da justiça, duma vida melhor para todos. Há lá maior utopia e maior necessidade! O necessário não é utópico, é o real e o possível. 

sábado, 21 de setembro de 2013

Ética cívica

questão hoje é a de saber como lidar com o pluralismo moral. Cortina fundamenta uma resposta interessante: articular o bem e o justo. Ou seja, para que as sociedades se possam organizar e dar as respostas sociais que esperamos, há uns mínimos de justiça que todos têm de aceitar – liberdade, igualdade, diálogo, respeito –  algo da ordem do normativo, exigido a todos, no espaço público..  A partir daqui todos podem viver privadamente com a sua ideia de bem, prosseguindo os fins bons que entenderem, conforme os  seus valores pessoais, familiares, culturais, ideológicos.... 
Ao incluir o diálogo, a exigir atitudes de abertura e de disponibilidade, a intenção é a de criar a possibilidade de conhecermos valores diferentes que possamos estimar mesmo que não os partilhemos.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

"A razão cordial", para uma cidadania do Séc. XXI

Muitas vezes ouvimos dizer: “não sou daqui, isso não me diz nada, não tem a ver comigo, não me toca…”. Participar é, de facto, mais do que fazer parte, é pertencer: “ser daí, sentir-se apelado, identificado, tocado…”
Há no viver em comum uma dimensão ao nível dos sentimentos, que ultrapassa em muito a argumentação racional e o cumprimento de direitos e deveres. Adela Cortina (filósofa espanhola) fala de uma cidadania fundada na razão cordial – em que a virtude da prudência é substituída pela virtude da cordura (termo espanhol para o qual parece não haver uma boa tradução em português) – que integra “inteligência, sentimento e coragem”, ou seja, no viver com os outros é importante a capacidade de argumentar segundo regras, de nos reconhecermos uns aos outros como interlocutores válidos, mas também a capacidade de estimar valores, de entrar em sintonia, de compadecer-se e de se envolver. Quem não tem a capacidade da estima e da compaixão é incapaz de descobrir as injustiças e de sentir em relação aos outros aquelas necessidades que só a gratuidade pode assegurar.