Pesquisar neste blogue
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
Bom Natal
Parece que o tempo é especial, e é. Temos uma predisposição diferente, somos ouvintes, atenciosos, amigos, colaborantes, não indiferentes ... Que este espírito perdure por todo o ano.
sábado, 20 de dezembro de 2014
Prémio Nobel da Paz
Malala recebeu, juntamente com um médico
indiano activista contra o trabalho infantil, o prémio Nobel da Paz. Obviamente que Malala é mais do que uma
menina vítima do extremismo talibã e da negação dos direitos das mulheres,
nomeadamente o direito à educação. É também um símbolo pelo que representa,
pelo que sinaliza, cada vez que intervém nos média. Malala somos todos nós, de
algum modo; todos os que lutam diariamente pelos direitos humanos.
Etiquetas:
direitos das crianças,
Educação,
Paz
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Lá longe, na minha infância
Queria falar, neste Natal, dos que, longe de casa, são imigrantes, refugiados, deslocados..., mas regressei à minha infância.
Anos sessenta. Era criança e
não percebia muitas coisas. Não percebia, porque homens, pela calada da noite,
em segredo, partiam, a"salto", para a França, atravessando montes e
vales, levados por "passadores". Agora sei, fugiam da miséria em que
viviam. Iam à procura de dinheiro para alimentar as suas famílias, mandar os
filhos à escola, fazer uma casa. Era assim. Nunca teria ido estudar, se o meu
pai não tivesse ido para a França. Homens que deixavam as suas casas, os seus
filhos, as suas mulheres e partiam, quantos sacrifícios, para chegar à fronteira
francesa e quem sabe a Paris, e aí arranjar um alojamento e um trabalho, precários que fossem.
Era criança e
não percebia muitas coisas. Não percebia por que jovens, de dezoito, dezanove, anos e alguns até menos, também, fugiam a "salto", para França e a
Alemanha. Ficavam desertores, não podiam regressar, se voltassem ao seu país seriam presos. Agora sei,
fugiam à guerra, à guerra colonial, uma guerra de que talvez pouco ou nada
soubessem, senão que lhes podia roubar a vida.
Etiquetas:
Emigração,
pobreza,
refugiados,
vidas
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
O massacre do Paquistão
Por que atacaram e mataram mais de cento e trinta alunos, ontem, numa escola paquistanesa? O terrorismo talibã é abominável, não vejo nada pior por estes tempos. Morrem inocentes, crianças e jovens, em nome de um fundamentalismo sem qualquer regra, sem qualquer sentido. É obscurantismo puro.
Etiquetas:
fundamentalismo religioso,
terrorismo
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Indochina, o filme
Queria escrever sobre a força de alguns
sentimentos.Vêm-me à ideia o filme “Indochina”,
que vi há muito tempo, e a imagem de um
jovem que viveu, até à idade adulta, construindo uma imagem poderosa e ao mesmo
tempo romântica e feliz de uma mãe guerreira, activista política, na luta pela
independência do Vietname.
Num certo dia, sabendo que a mãe estaria, em França, numa tal recepção, decide ir. Cruzam-se, mas não se falam. Ela não sabe quem é ele, deixou-o pequenino com a avó, na longínqua Indochina.Mas, talvez ninguém tenha estado mais presente na sua vida que o filho ausente, que não viu crescer, ir à escola, jogar, ter sonhos de
adolescente, nada.
São dois estranhos, apesar de existirem
laços familiares tão próximos e sentimentos tão diários e tão profundos. Talvez o jovem tivesse ido aquela recepção na esperança de que um clique os lançasse nos braços
um do outro, como se os anos não tivessem passado, o tempo se tivesse suspendido e a vida já vivida se tornasse comum.
Nem o tempo se suspendeu, nem os
olhares se cruzaram, ao ponto de se fundirem. Dois estranhos, passando lado a lado,
incapazes de se abraçarem, de se comunicarem. Ele podia tê-lo feito,
reconheceu-a, sabia quem ela era. Por que razão não o fez, por que permaneceu
mudo e imobilizado, no cimo da escada? Por que não foi capaz de lhe falar?
Talvez, volte a andar quilómetros e quilómetros para a
ver de perto, aplaudir o seu discurso, chorar uma lágrima e, quem
sabe, até, poder dizer-lhe: - mãe!
E ela pare o
discurso e indiferente a tudo corra para ele gritando: - filho!
Agora, só existe o presente. Tudo é caminho, tudo
é futuro… Celebremos o
encontro, aquele encontro.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
A corrupção
A corrupção existe quando alguém
em funções públicas tira proveito para fins particulares, lesando a comunidade;
é a corrupção que leva ao branqueamento, à fuga de capitais ao não pagamento
dos impostos devidos. Hoje, parece algo banal, porventura sempre foi, mas o
mundo virtual e global em que vivemos dá-lhe outra visibilidade.
Aceito que muitas vezes pode começar
por um favor e chegar a patamares de ilegalidade de grande gravidade, mas sei
também que pode passar,desde o inicio, por uma estratégia premeditada e bem
urdida para que ninguém chegue lá.
Perguntamos-nos: por que acontecem
atos corruptos com esta frequência? Ser corrupto é da condição humana ou da
natureza humana?
Penso que é da natureza humana,
situada no plano do que genericamente poderíamos designar pelo mal. Portanto, todos podemos
ser corruptos, assassinos, violadores, agressores …, está no plano dos actos
censuráveis, moral e legalmente, de que ninguém está a salvo, mas de que
todos podemos sair ilesos, porque todos sabemos igualmente o que é o bem. É a escolha, é a decisão, que nos distingue de ser uma coisa ou outra.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
Rudolf Höss
Já fora do campo, mas bem
próximo, rodeada de árvores, fica a casa onde vivia o comandante do campo, Rudolf
Höss. Era aí que, no maior conforto familiar, descansava, recebia visitas,
brincava com os filhos…, depois de mandar espancar, prender, fuzilar, enforcar,
enterrar, gasear, queimar…, tudo o que possamos imaginar e sempre como se nada
fosse. Quantas faces têm os assassinos! Como é que um rapaz simples, filho de
camponeses, se transforma na pessoa prepotente, cruel, mesquinha, assassina,
alucinada…?
Impressiona profundamente, nesta
máquina de guerra, por um lado, a estratégia, tudo obedecia a um plano, toda a
máquina ao serviço do extermínio dos judeus e outras minorias, como ciganos e homossexuais.
Impressiona também a, quase, não
consciência, ninguém se questiona sobre o que faz. A partir de certa altura,
todos parecem agir como autómatos, numa linha de comando que chega a Hitler, como
se cada um não fosse mais do que peça de uma engrenagem, como se ninguém
ouvisse ou visse nada. Tudo parece invisível.
Invisibilidade que chega a todo o lado, então, as povoações vizinhas, as vilas e aldeias, que rodeavam os campos não sabiam o que se passava em Auschwitz-Birkenau? Custa a acreditar.
Invisibilidade que chega a todo o lado, então, as povoações vizinhas, as vilas e aldeias, que rodeavam os campos não sabiam o que se passava em Auschwitz-Birkenau? Custa a acreditar.
Etiquetas:
campo de concentração,
holocausto,
II guerra mundial
Subscrever:
Mensagens (Atom)