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terça-feira, 22 de maio de 2018

O ditador Maduro


Houve eleições, dia 20 de maio, na Venezuela; o presidente Maduro ganhou, como se esperava. Como é que um homem vê um país a desmoronar, económica e socialmente, onde falta tudo, onde se sobrevive, onde se morre por não haver medicamentos…, e continua a propaganda revolucionária, como se a ideologia resolvesse todos os problemas.
Com uma nova constituição, feita à medida, com pseudo-instituições e com a gritaria de sempre quer convencer que é um democrata, que as eleições foram livres e justas, que havia observadores internacionais, que a oposição não foi reprimida, que há comida na mesa de todos, e se não há a culpa é dos outros. Estou tão cansada de ditadores, sejam de esquerda ou de direita, tanto faz, quando oprimem e levam à miséria os seus próprios países, mesmo falando de direitos.
A Venezuela está mergulhada num caos cada vez maior que tem tudo para acabar muito mal.  


quarta-feira, 9 de maio de 2018

Elogio para Joana Marques Vidal – Procuradora Geral da República


Cautelosa, quase pedindo licença para passar, chegou onde ninguém tinha chegado, porque, manifestamente, quis chegar, quis afrontar poderes, quis mostrar como a lei é igual para todos.
A promiscuidade entre política e negócios, entre empresas e banqueiros, teceu uma teia de interesses e de impunidades, que nunca passou pela cabeça desses senhores (Salgado, Sócrates e outros noutros processos) a possibilidade de serem investigados. 
Não é só trabalho da Procuradora Geral, como é evidente. Mas ela merece, particularmente, pelo entendimento, levado à séria, de que todos devem ser investigados, logo que surja o menor indício de corrupção.  

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Regra de ouro


É interessante constatar como a universalidade moral está presente em expressões de senso comum, como esta: "Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti" – Regra de Ouro do viver humano.
O cumprimento desta regra  preserva todo o campo da ação ética: a liberdade individual; o respeito pelo outro; e a justiça para todos. 
É como se todos tivéssemos um sentimento do que é ser ético e o bom senso nos encaminhasse para ver no outro um igual.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

O trabalho com direitos


Nos últimos anos, perderam-se muitos direitos. Desde logo, no caso dos desempregados, o direito a ter um trabalho; no caso dos precários, o direito a ter um trabalho estável, com horizontes de progressão e de realização pessoal (tanta gente a trabalhar fora da sua área e a viver em casa dos pais sem poder decidir da sua vida); no caso dos que ganham o ordenado mínimo, o sufoco contínuo de não ganharem para pagar as suas contas, mesmo trabalhando oito horas por dia.
Ambas as centrais sindicais salientaram a luta pelo aumento do salário mínimo, o que é verdadeiramente justo.

terça-feira, 1 de maio de 2018

O polvo continua, a corrupção


O caso Sócrates é tão triste! É a corrupção ao mais alto nível: passiva, ativa, pequena, maior, grande, muito grande, milhões, muitos milhões, contas offshore, lavagem de dinheiro, fuga ao fisco… e o povo atónito, ou nem tanto, assiste, muitos ainda incrédulos do que está a acontecer.
Mas o polvo vai continuar a estender os braços e outras personagens vão continuar a tremer. Há quem ache que a divulgação dos interrogatórios foi demais, porque atentam contra a dignidade dos visados; é verdade eu também acho, mas, não há outra maneira de sabermos do que estes senhores foram capazes de fazer. São uns a tramarem-se aos outros (Battaglia trama Salgado que trama Sócrates que trama Pinho que trama…), pelo meio andam outros (Santos Silva, Vara, Bava, Granadeiro…). Quem é que julgava isto possível! Não me continuem a dizer: «ainda não foram condenados, não podemos dizer nem isto nem aquilo». E então nós somos todos ignorantes!



quarta-feira, 25 de abril de 2018

Recordando José Afonso, cantor, poeta e tudo o mais



Hoje, no dia 25 de abril, deixo aqui um um texto que o Zeca Afonso escreveu à filha Joana quando estava preso.


«Querida Joana
 Como sabes eu estou preso mas também não sou um homem mau. Viste como foi. Não sejas rabugenta e ajuda o Pedro. Se ele estiver birrento lembra-te que ainda é bebé e tu mais crescida que ele. O que não gosto é que sejas egoísta porque é muito feio. Se alguma das tuas amigas querem tudo para elas deixa lá. Elas fazem mal mas tu não. Explica-lhes que não devem ser egoístas. Tem cuidado com os sugos e outras porcarias iguais porque podes ficar sem dentes. Depois mesmo que os queiras ter já ninguém te os pode pôr.
Ficas como os velhinhos. Alguns deles tinham a mania de comer guloseimas, gelados e caramelos. E também chocolates. Eu lembro-me muito de ti e do Pedro. O Zé ainda não cortou as barbas? Diz à Lena que eu não gosto que ela seja desarrumada. Todos têm que ajudar a mãe e a Dina.
 Muitos beijos do
Zeca Pai»
 


segunda-feira, 23 de abril de 2018

A lei da paridade: a questão das cotas, de 33% para 40%


Sou contra as cotas, na política, nos altos cargos diretivos de instituições públicas ou privadas, mas não porque considere que o problema está resolvido. Sou contra, por uma questão de princípio: quero que esses lugares sejam ocupados pelas pessoas mais capazes, independentemente do sexo; é a capacidade, a competência, o valor científico, técnico e humano, que aqui estão em causa. Claro que é muito difícil aferir algumas das competências, mas não pode ser de outra maneira e tem de processar-se da forma mais aberta e transparente que for possível.
Obviamente que sou sensível ao facto de tão poucas mulheres acederem a cargos de chefia; sou liminarmente contra os machismos, os preconceitos e a falta de oportunidades que impedem as mulheres que tem capacidade e vontade o possam fazer.