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quarta-feira, 5 de junho de 2019

O massacre de Tiananmen – trinta anos depois


Pequim, praça de Tiananmen, 4 de junho de 1989: jovens que aí se manifestam, há já algum tempo, pela abertura do regime e por liberdades individuais e políticas, que não tinham e ainda hoje não têm, apesar do boom económico ocorrido na sociedade chinesa, são reprimidos e mortos (muitos) com tanques de guerra.
Quantos morreram, em Tiananmen? Ninguém sabe. Há vários números, desde várias centenas até 10 mil. Tal como não se sabe, hoje, quantas são as pessoas a quem o regime censura, vigia, reprime, prende, mata…(voltarão os tanques, se acharem necessário). E tudo, como se nada fosse, sempre o desgraçado argumento da não ingerência externa: «trata-se de assuntos internos da China».  
Mas, como ficar impávidos, quando a violação de direitos humanos é tão evidente e tão generalizada? Denunciar, é uma obrigação.


sábado, 1 de junho de 2019

Dia Internacional da criança

(Última parte do poema que  Matilde Rosa Araújo escreveu sobre os direitos das crianças).


10.
A criança deve ser respeitada
Em suma,
Na dignidade do seu nascer,
Do seu crescer,
Do seu viver.
Quem amar verdadeiramente a criança
Não poderá deixar de ser fraterno.
Uma criança não conhece fronteiras,
Nem raças
Nem classes sociais.
Ela é o sinal mais vivo do amor,
Embora, por vezes, nos possa parecer cruel.
Frágil e forte, ao mesmo tempo,
Ela é sempre a mão da própria vida
Que se nos estende, nos segura
E nos diz:
Sê digno de viver!
Olha em frente!

                                                
                                                 


sexta-feira, 31 de maio de 2019

Nusrat Jahan Rafi – queimada e morta


Esta jovem, de 19 anos, do Bangladesh, foi morta, há dois dias, na escola que frequentava, por ter denunciado, junto das autoridades, que um dos professores a tinha assediado sexualmente, quando a levou para uma sala e a tocou de forma inapropriada.
Foi-lhe pedido que retirasse a queixa; como não o fez, sofreu as consequências. Foi atacada e regada com querosene por um grupo de homens, na escola, que vestiam burkas para não serem identificados. Regaram-lhe todo o corpo, menos a cabeça, para poderem dizer que se tinha tratado de um suicídio – malvadez e perversidade em estado puro. Morreu passado umas horas, mas, ainda, denunciou alguns dos atacantes que reconheceu pela voz e pediu justiça.
Custa a crer nesta brutalidade, nesta animalidade; custa a crer numa cultura que trata as mulheres como seres de segunda e onde os direitos e a justiça são uma miragem.


domingo, 26 de maio de 2019

Urgentemente - poema de Eugénio de Andrade


É urgente o amor
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
Ódio, solidão e crueldade,
Alguns lamentos, muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
Multiplicar os beijos, as searas,
É urgente descobrir rosas e rios
E manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
Impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente permanecer.

                                                                    (Eugénio de Andrade)








quarta-feira, 22 de maio de 2019

Soledad Bravo - uma artista venezuelana

Nasceu em 1943, em Logronho, Espanha, onde viveu até aos sete anos. Tem uma voz que impressiona. Canta poetas, folclore, revoluções..., diferentes géneros de música.
Descobri-a, há muito mais de trinta anos, numa rádio espanhola e comprei vários CD’S. Ouvia-os, em silêncio, concentrada, como se fossem uma iniciação à liberdade, à justiça, ao amor, à vida, ao comprometimento, à política..., numa América Latina, cheia de latifundiários e oligarcas, onde as revoluções faziam sentido.
Mas, tudo desmoronou; a revolução fez-se morte, sangue, pobreza, miséria, dor profunda… Por que falharam as revoluções? O que fizeram os revolucionários? Por que traíram o povo?
Soledad Bravo já não canta canções revolucionárias, não esteve com Chaves nem está com Maduro; continua, como pode, a lutar por uma Venezuela livre. Descubram-na no Youtube e  confirmem o que digo.    

segunda-feira, 20 de maio de 2019

A importância de votar nas europeias


Muita gente está desencantada com a política e sobretudo com os políticos; não vai votar, por falta de consciência política, mas por falta de confiança nos protagonistas do costume (segundo as sondagens, nenhum dos pequenos partidos elegerá deputados). A abstenção atinge, por isso, percentagens elevadas.
Mesmo, compreendendo que há razões para esta desconfiança, participar impõe-se quase como um dever de consciência; pois, o viver em comum, com instituições justas e democráticas, nesta União Europeia tão fragmentada e tão atreita a deixar crescer os radicalismos políticos, depende das escolhas que todos os cidadãos dos diferentes países forem capazes de fazer.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Os atos terroristas no Sri Lanka


Há pouco mais de três semanas, houve, no Sri Lanka, 253 mortos, levados a cabo por 7 fundamentalistas islâmicos que se fizeram explodir, em quatro hotéis de luxo e em três igrejas católicas. 
Parece o desumano à solta, e o pior é que o fazem em nome de Deus. É tão irracional esta intolerância! É tão triste esta desumanidade! Não aprendemos nada, não aprendemos o mínimo dos mínimos: ver no outro um semelhante, independentemente de quais sejam as diferenças. Nos últimos tempos, retrocedemos em direitos fundamentais, como seja a liberdade religiosa.