Para quem não
viu o filme, uma nota sobre a situação: uma imensidão de soldados, todos bem
alinhados e atentos, espera o discurso do grande ditador (Hitler,
evidentemente). Em vez disso aparece Charlot (que devido à semelhança física fora
confundido) que faz este brilhante discurso sobre os direitos humanos, falando de
respeito, de liberdade, de progresso, de justiça e de democracia.
O caminho da vida podia ser livre
e magnífico, mas perdemos esse caminho. A voracidade envenenou a alma dos
homens, rodeou o mundo num círculo de ódio e fez-nos entrar na miséria e no
sangue.
Melhorámos a velocidade, mas somos
escravos dela, a mecanização que traz consigo a abundância afastou-nos do
desejo. A ciência tornou-nos cínicos e a inteligência duros e brutais, pensamos
em excesso e não sentimos o bastante.
Temos mais necessidade de
espírito humanitário que de mecanização. Necessitamos mais de amabilidade e
simpatia do que de inteligência. Sem estas qualidades, a vida só pode ser violenta
e tudo está perdido.
A aviação e a rádio
aproximaram-nos uns dos outros, mas a própria natureza destes inventos requeria
a bondade do homem e reclamava a fraternidade universal para a união de todos.
Neste momento, a minha voz chega a milhares de seres oprimidos espalhados pelo
mundo. Aos que podem compreender-me lhes digo:
- Não desespereis, a desgraça que caiu sobre nós não é mais que o resultado do apetite feroz da amargura de uns homens que temem o caminho do progresso humano. O ódio dos homens passará, os ditadores morrerão e o poder que usurparam ao povo voltará ao povo".
- Não desespereis, a desgraça que caiu sobre nós não é mais que o resultado do apetite feroz da amargura de uns homens que temem o caminho do progresso humano. O ódio dos homens passará, os ditadores morrerão e o poder que usurparam ao povo voltará ao povo".
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