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terça-feira, 6 de outubro de 2015

Reconhecimento

Não há justiça sem reconhecimento social, certamente, mas também não há justiça sem o  reconhecimento das diferenças culturais. A redistribuição material de bens responde às injustiças económicas, mas não responde às injustiças sentidas pelos grupos minoritários que se vêem culturalmente desvalorizados (talvez, o caso mais flagrante seja entre nós o dos ciganos, mas também  há grupos culturais de origem africana, por exemplo, desvalorizados na sua diversidade cultural).
Há padrões que hierarquizam as culturas, nem que seja de forma tácita, há preconceitos e estereótipos em relação a determinados grupos culturais, portanto, a luta por justiça requer tanto a redistribuição como o reconhecimento cultural.

sábado, 20 de junho de 2015

Convites para a festa dos direitos humanos

Há vários meses que trabalhavam afincadamente para que tudo estivesse pronto e em ordem, no dia da festa. Estão na recta final. Hoje, é preciso entregar os convites.
A Ana, tal como todos os colegas, tinha vários para entregar. Bateu à porta do vizinho, um menino indiano, que vivia na casa ao lado, mas com quem nunca tinha falado, para além do "bom dia" e "boa tarde", que dizemos por educação e cortesia às pessoas que conhecemos ou com quem nos cruzamos. Desta vez, não podia deixar de o convidar, estava convencida que ele iria querer participar nesta grande festa dos direitos humanos.

Bateu também à porta da amiga com quem costuma jogar futebol, aos fins-de-semana. Tinham decidido, e iriam cumprir, um importante lema: “Ninguém fica à porta, ninguém fica de fora”. Não importa a cor da pele, se é rico ou pobre, branco, preto ou amarelo, se tem uma religião ou uma cultura diferentes. Todos vão poder participar.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Ainda, os ciganos e a educação

Algumas certezas todos temos: a educação é nas sociedades modernas o melhor meio para assegurar a inserção social das minorias, no seu acesso a direitos e a oportunidades iguais; a situação específica dos ciganos traz-lhes desvantagens tanto no acesso como na frequência escolar, por discriminação, insegurança, preconceito, não reconhecimento da língua, falta de assiduidade, níveis elevados de abandono, insucesso  e pouca valorização familiar da escola..
No entanto, já se fez muito caminho, já se deram passos concretos de apoio e de diferenciação positiva a estas comunidades. 
Uma das últimas coisas que fiz  profissionalmente, na DGIDC, em  2007, foi a participação no projecto "Lançar pontes, falar de nós" que teve como objectivo conhecer boas práticas, partilhar e debater experiências bem sucedidas, de modo a construir respostas integradas sobre a inclusão e o sucesso escolar dos alunos pertencentes à minoria cigana. 


quarta-feira, 13 de julho de 2011

O índio sábio

Hoje encontrei um índio. Estava vestido como o do postal, mas não era um homem de postal. Tinha uma história e quis contá-la. Alguns pararam para o ouvir e eu também parei.
Não me impressionou o seu ar diferente, a sua roupa estranha, as suas penas na cabeça, impressionou-me o que disse, porque parecia um homem sábio. Não quis falar dele mas do seu povo, não quis falar das suas coisas mas da terra de onde vinha e dizia que pertencia a todos.
Falou do passado e disse-nos que há muitos, muitos anos, mesmo muitos, todos eram irmãos nós e eles, ninguém queria as suas terras, ninguém incomodava as suas caçadas, ninguém corria atrás das suas vidas. Estavam juntos, viviam lado a lado respeitando a natureza, as árvores, os rios as montanhas e as florestas.
Alguém destruiu o que era deles, sem pedir ordem, sem pedir licença, sem consideração. Alguém invadiu e roubou os seus haveres. Isso é maldade.
Os índios não querem donos, nem patrões, nem homens brancos que apareçam a ensinar tudo e nada queiram aprender em troca, é que os índios têm muito que ensinar-nos.