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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Discurso final de Charles Chaplin no filme “O grande Ditador” - Parte 1

Para quem não viu o filme, uma nota sobre a situação: uma imensidão de soldados, todos bem alinhados e atentos, espera o discurso do grande ditador (Hitler, evidentemente). Em vez disso aparece Charlot (que devido à semelhança física fora confundido) que faz este brilhante discurso sobre os direitos humanos, falando de respeito, de liberdade, de progresso, de justiça e de democracia.


 "Realmente sinto muito mas não aspiro a ser imperador. Isso não significa nada para mim. Não pretendo governar nem conquistar nada de nada. Ao contrário, gostaria de ajudar, se possível, cristãos e judeus, negros e brancos; todos temos o desejo de nos ajudarmos, mutuamente. A gente civilizada é assim: queremos viver da nossa sorte comum e não da nossa desgraça comum. Não queremos desprezarmos-nos nem odiarmos-nos, uns aos outros. Neste mundo, há sítio para todos. A terra é boa,  rica e pode garantir a subsistência de todos.
O caminho da vida podia ser livre e magnífico, mas perdemos esse caminho. A voracidade envenenou a alma dos homens, rodeou o mundo num círculo de ódio e fez-nos entrar na miséria e no sangue.
Melhorámos a velocidade, mas somos escravos dela, a mecanização que traz consigo a abundância afastou-nos do desejo. A ciência tornou-nos cínicos e a inteligência duros e brutais, pensamos em excesso e não sentimos o bastante.
Temos mais necessidade de espírito humanitário que de mecanização. Necessitamos mais de amabilidade e simpatia do que de inteligência. Sem estas qualidades, a vida só pode ser violenta e tudo está perdido.
A aviação e a rádio aproximaram-nos uns dos outros, mas a própria natureza destes inventos requeria a bondade do homem e reclamava a fraternidade universal para a união de todos. Neste momento, a minha voz chega a milhares de seres oprimidos espalhados pelo mundo. Aos que podem compreender-me lhes digo:
- Não desespereis, a desgraça que caiu sobre nós não é mais que o resultado do apetite feroz da amargura de uns homens que temem o caminho do progresso humano. O ódio dos homens passará, os ditadores morrerão e o poder que usurparam ao povo voltará ao povo".

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