Li o artigo do Der Spiegel; parece já claro que houve, em Las Vegas, uma violação. Ronaldo violou aquela mulher, Kathryn Mayorga. Podem arranjar argumentos para
muito do que se passou, mas não para isto. Espero que não haja acordo extrajudicial,
que o caso vá a tribunal e que a verdade se saiba até ao final. A sobranceria
que muitas vezes Ronaldo exibe, não é uma invenção e podemos ter sobre isso
diferentes opiniões. Mas, aqui, trata-se de um crime, não há opiniões, há
factos.
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quinta-feira, 11 de outubro de 2018
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
Nobel da Paz
Este ano o Prémio Nobel da Paz foi atribuído a duas
pessoas que denunciaram a violência sexual sofrida pelas mulheres nos conflitos
armados.
Nadia Murad é uma jovem yazidi, nascida no Curdistão
iraquiano, que sofreu na pele a violência do estado islâmico; viu a sua aldeia
destruída, grande parte da sua família morrer, enquanto era levada para ser escrava
sexual. Ao fim de três meses, conseguiu libertar-se, vive agora na Alemanha. Escreveu
um livro, falou nas Nações Unidas e viajou por diferentes países dando conta das
atrocidades que viveu.
O médico, Denis Mukwege, é congolês, construiu um
hospital para atender as meninas, as jovens e as mulheres que, após brutais violações, chegam até si em situação
física e moral de grande sofrimento. Há relatos pungentes. Fez da sua vida a causa destas mulheres, tratando-as e denunciando a barbárie.
Agora, não podemos dizer que não sabemos do que se
passa. Ainda bem que este prémio lhes foi atribuído, é um enorme
ganho para a causa destes dois seres humanos.
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
A assembleia Geral das Nações Unidas
Decorreu, em Nova Iorque, a 73ª Assembleia Geral das Nações
Unidas, composta por 193 Estados-membros. Aí se apresentaram e discutiram
aspetos importantes para a vida dos povos, desde logo, as questões da paz, do
desenvolvimento, dos direitos humanos, dos pactos internacionais, das
alterações climáticas, dos perigos do ciberespaço….
Discutiu-se também a
necessidade de reformar a própria organização, com particular atenção ao Conselho
de Segurança que se tem mostrado incapaz de aprovar, em tempo útil, resoluções,
tanto na prevenção de conflitos, como na ajuda humanitária de emergência ou na manutenção
da paz. Há sempre algum dos cinco países membros permanentes a vetar, por
interesses nacionais ou regionais, a pronta e eficaz intervenção da ONU.
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Assembleia Geral das Nações Unidas,
ONU
domingo, 23 de setembro de 2018
Palmas para Joana Marques Vidal
Já aqui elogiei, por mais de uma vez, o trabalho da Procuradora Geral da República que vai cessar funções. Julgo que o trabalho dela é inquestionável, mesmo para leigos; os poderosos que ela e o ministério público investigaram não tem qualquer paralelo com o que se passava antes. Esta Procuradora Geral foi capaz de fazer o que nenhum Procurador Geral tinha feito antes, porque mostrou competência, isenção e sentido do dever (prefiro à palavra coragem).
Por tudo isto, Joana Marques Vidal devia ter sido convidada para um segundo mandato na Procuradoria.
Não foi, e muito estranho o comportamento do Presidente da República: então o interesse do país não justificava que pusesse em causa aquele argumento do mandato único e longo que diz ter há mais de vinte anos? Quando é preciso e há razões para isso temos de mudar de ideias. Também sou a favor da limitação de mandatos, não quero gente insubstituível nos cargos, mas, convenhamos, o país merecia que a Procuradora continuasse o seu trabalho.
Por tudo isto, Joana Marques Vidal devia ter sido convidada para um segundo mandato na Procuradoria.
Não foi, e muito estranho o comportamento do Presidente da República: então o interesse do país não justificava que pusesse em causa aquele argumento do mandato único e longo que diz ter há mais de vinte anos? Quando é preciso e há razões para isso temos de mudar de ideias. Também sou a favor da limitação de mandatos, não quero gente insubstituível nos cargos, mas, convenhamos, o país merecia que a Procuradora continuasse o seu trabalho.
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ministério público,
personalidades
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
As desigualdades de género no trabalho
Foi ontem anunciado que no Circuito Mundial do Surf em 2019 os
prémios de homens e mulheres terão o mesmo valor monetário. Ainda bem que tal
vai suceder.
As desigualdades entre mulheres e homens no mundo do trabalho
são vastas. Sabe-se que há mais mulheres nas universidades e, no geral, com melhores
desempenhos escolares, mas, depois, não acedem, em grande número, a cargos de
topo.
Têm
uma taxa de emprego mais baixa, ganham muitas vezes menos que os homens, mesmo
que desempenhem os mesmos trabalhos, e ficam desempregados durante mais tempo; alguns
grupos de mulheres, como as imigrantes ou as portadoras de deficiência, têm,
ainda, dificuldades acrescidas.
As
mulheres trabalham mais em part-time que os homens, porque assumem
responsabilidades familiares, como cuidar das crianças e dos idosos. São, ainda, maioritariamente, empregadas nas profissões que sempre desempenharam, ligadas ao
secretariado e às áreas da educação e da saúde.
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direitos das mulheres,
igualdade de género
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Valorizar a escola: meio caminho para o sucesso escolar
Há múltiplas razões, de
natureza pessoal, familiar, cultural e social, que determinam o valor que os próprios alunos e suas famílias atribuem à educação e à
escola; aspeto que influencia, desde logo, as expectativas que têm e os esforços que
estão dispostos a fazer.
Altas expetativas são meio caminho
para o sucesso, mas claro, num sistema tão complexo, com tantas variantes muitos são
os problemas que se colocam. A agora debatida questão dos professores (a
contagem integral do tempo de serviço para progressão na carreira, uma justiça, a meu ver)
é apenas mais uma.
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
O que se está a passar em Pedrógão Grande?
Como é que pôde acontecer o que tem vindo a ser apresentado,
primeiro pela revista Visão, em 19 de julho, e agora pela TVI: mentiras, irregularidades, contorno da lei...?
Parece que o raciocínio foi simples: no meio da confusão e da desgraça, quem é que vai dar conta ou importar-se se aquela casa foi destruída pelo incêndio ou estava há muito desabitada e em ruínas! Quem é que se vai chatear em saber se aquela casa é de primeira, segunda ou terceira habitação! Ninguém vai querer saber!
Parece que o raciocínio foi simples: no meio da confusão e da desgraça, quem é que vai dar conta ou importar-se se aquela casa foi destruída pelo incêndio ou estava há muito desabitada e em ruínas! Quem é que se vai chatear em saber se aquela casa é de primeira, segunda ou terceira habitação! Ninguém vai querer saber!
Mas com tantos organismos no terreno, com tanta gente a olhar para o que se passa, parece uma completa ingenuidade. Ora, aqueles
senhores não são ingénuos!
E é esta ingenuidade que me surpreende. Não podia imaginar
uma orquestração desta ordem.
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