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quinta-feira, 17 de julho de 2014

A contingência humana

Todos os telejornais têm do mesmo: acidentes, mortes inesperadas… A certeza da morte deveria levar-nos a pensar no fundamental da condição humana: a contingência do viver.
Devíamos aprender desde pequenos  que estamos de passagem, e este pode ser o último dia, hora, minuto, segundo…
Palavreado cristão, etc., etc. Talvez, mas, no caso, é apenas bom senso.  Acumular riqueza, construir bancos, sistemas financeiros, com uma volatilidade tal que nos estonteia e que ninguém percebe ou controla, e não olhar para o essencial, não pode ser caminho para a humanidade.

Regressemos ao essencial, ao simples, ao olhar, em primeiro lugar, para o lado; resgatemos a proximidade com o outro; deixemos de nos estranhar uns aos outros. Terrível indiferença!

quinta-feira, 10 de julho de 2014

O jovem comunista

Ouvi falar o jovem deputado comunista (João Oliveira) e pus-me a pensar: afinal, não terminaram as utopias; afinal, há quem ponha, acima do individual, o colectivo, todos os outros. “Não estamos aqui por interesses pessoais, não estamos aqui para ir trabalhar como CEO’S de grandes multinacinais, estamos para servir as pessoas”. 

Pareceu-me descortinar, ainda, muita retórica ideológica, mas igualmente um sentido de profundo envolvimento com os problemas da sociedade. “É a realidade que mais perturba os políticos”,  fala de transformar o quotidiano, da urgência do emprego, da justiça, duma vida melhor para todos. Há lá maior utopia e maior necessidade! O necessário não é utópico, é o real e o possível. 

terça-feira, 8 de julho de 2014

As jovens raptadas na Nigéria

Continuam prisioneiras e escravas do grupo que as raptou. Não parece aceitável que o seu cativeiro continue, depois de tanto  tempo, quando há largas semanas disseram que já as tinham localizado. Meandros politicos impedem que as jovens possam regressar a casa e abraçar os seus familiares.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Uma sabedoria prática, para o mundo de hoje

“Não vê a minha situação, não me deixa explicar, diz-me que não pode fazer nada, que a lei não permite” (referia-se à assistente social, com quem tinha acabado de falar, depois ver esgotado o subsídio de desemprego). Ao ouvir aquela senhora que, no seu sentido comum de justiça, acabara de (d) enunciar toda a conflitualidade do campo prático: entre a universalidade da lei e a pessoa concreta, ecoaram, em mim, textos de Ricoeur.
Regresso a esses textos e à consciência da importância de uma perspetiva de saber prático capaz de dar resposta aos conflitos éticos das sociedades de hoje, tanto os determinados pelas contingências económicas, sociais e políticas, como os determinados pelo pluralismo moral que as diferentes formas de bem viver colocam na ordem do dia.
Para Ricoeur, valores e regras são estruturas morais com que os indivíduos e as sociedades se orientam e determinam, pelo que, em vez de oposição, o que faz sentido é encontrar passagens, considerando tanto argumentos como interpretações, assentes na ponderação crítica do homem sábio, aquele que decide com a convicção de estar a fazer a melhor escolha, naquele caso concreto.


quinta-feira, 3 de julho de 2014

O conflito entre israelitas e palestinianos

Talvez, a violência seja tão natural em nós como o bem, mas, o que fizemos a tantos séculos de civilização, a tanta educação, a tantas escolas, a tantos humanismos, a tanta cultura, a tanta ciência…? Não fizemos nada. Parece difícil fazer.
Há sempre uma súbita vingança marcada pela raiva, pelo ódio…; há sempre um bode expiatório para sacrificar. Os três jovens israelitas mortos pelos palestinianos “têm de ser “vingados”, já morreu um palestiniano, continuando a busca por quem se julga estar implicado. Esta lógica de violência é uma escalada aparentemente sem retorno, apesar dos gestos de paz como os que o Papa promoveu há pouco tempo no Vaticano.
Onde está a solução? Parece não existir; e isso é que dá medo.


terça-feira, 24 de junho de 2014

Daniel, o menino da Madeira,

O que podemos dizer daquela mãe? Há uma quase impossibilidade de dizer seja o que for, porque não podemos ou não queremos imaginar que uma mãe tente vender o seu próprio filho a um casal estrangeiro.  Sai fora de tudo, Precisamos de saber quem a ajudou, a sua avaliação psicológica, etc.etc.  Tudo parece mal contado, mas talvez seja necessário atar pontas ainda soltas.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Mariam Yahya Ibrahim, a intolerância religiosa

A mulher sudanesa, com uma criança de menos de dois anos e grávida de oito meses é condenada à morte, por um tribunal de Cartum, supostamente por renegar o islão. Casada com um norte-americano, cristão, converteu-se ao cristianismo, porventura, muito longe de pensar até onde chegaria a intolerância religiosa do seu país, onde a lei da sharia se impõe a tudo.
Embaixadas dos Estados Unidos, Canadá… procuram uma saída para o caso, mas, até agora, apenas, a morte por enforcamento foi adiada por dois anos, por causa dos filhos. Ontem deu à luz a sua filha; certamente, nenhuma lei lhe tira a alegria de ser mãe, mesmo que isso lhe custe o inimaginável. Podemos nós pensar sequer nas condições em que está mulher presa com os dois filhos? Não podemos.
Mas, podemos denunciar a intolerância religiosa, pedir a quem pode fazer pressão, como a Amnistia Internacional e outras organizações de defesa dos direitos humanos, que não desistam, por Mariam e pelos filhos; não desistam pela liberdade de cada um ter a religião que entender, direito humano inalienável.