Bastaria olhar para o problema dos refugiados, os que
atravessam o Mediterrâneo para fugir da Síria e de outros países, onde a violência
e a miséria são constantes, ou os que saem da Venezuela para os países vizinhos,
para fugir da ditadura em que vivem, para se perceber que há uma
responsabilidade primeira, anterior a qualquer resposta das organizações locais,
nacionais ou internacionais; ou seja, há uma primeira responsabilidade que é
daquele a quem batem à porta. De cada um, portanto.
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quarta-feira, 12 de setembro de 2018
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
A jovem cigana de Avis que deixou a escola
Acabou
de ser noticiado que uma jovem de quinze anos, no 7º ano de escolaridade, deixou
a escola com o argumento da tradição cigana. Foi-lhe instaurado um processo,
uma vez que a escola é obrigatória até aos dezoito anos. Mas, uma juíza do
Juízo de Competência Genérica de Fronteira, da Comarca de Portalegre, acha que
a tradição cigana justifica o abandono escolar.
Eu acho que não. Há muito a fazer pela integração dos ciganos e, nesse longo processo, a educação é decisiva, porque pode mudar mentalidades e dar ferramentas que de outro modo as comunidades ciganas não terão,
Eu acho que não. Há muito a fazer pela integração dos ciganos e, nesse longo processo, a educação é decisiva, porque pode mudar mentalidades e dar ferramentas que de outro modo as comunidades ciganas não terão,
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ciganos,
Educação,
igualdade,
tradição cultural
quinta-feira, 6 de setembro de 2018
A jovem cigana
Encontrei-a num
centro de saúde. Disse-me que tinha dezanove anos, dois filhos e que vivia do
rendimento mínimo. Disse-lhe: «Por que não se candidata um emprego»? Responde-me que
é cigana.
E eu fiquei sem
saber o que dizer. Falou-me como se uma «essência cigana» determinasse a vida
dela. Como se os ciganos não fossem cidadãos portugueses e não tivessem os
mesmos direitos, desde logo, o direito a um emprego.
terça-feira, 4 de setembro de 2018
A Venezuela – a cegueira de Maduro
A situação política, social e económica a que aquele povo
chegou parece de não retorno. Sempre a descer, até ao precipício final. Pelo
caminho, o que acontecerá ainda? Ninguém saberá dizer, ao certo; com um ditador
daqueles que continua com a propaganda do costume, sem ter a noção, mínima que
seja, de que não é a ideologia que dá comida ao povo, o que se espera, nem
sequer é mais do mesmo, é sempre o pior. Os números começam a assustar, mais de
um milhão já fugiu para os países vizinhos, para pedir refúgio.
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crise económica,
ditadura,
refugiados
sexta-feira, 31 de agosto de 2018
A morte de Kofi Annan
No dia 18 de agosto passado, morreu Kofi Annan. Natural do
Gana, foi Secretário Geral das Nações Unidas, entre 1997 e 2006 e Prémio Nobel
da Paz partilhado com a ONU, em 2001. Foi o primeiro negro a chefiar aquela
organização, onde era um alto funcionário, desde há muito.
Annan era alguém a quem o mundo deve prestar homenagem, pela força,
pela capacidade de falar com todos, na procura das melhores decisões. Sempre que
se via Annan, via-se e sentia-se a presença de uma pessoa boa, de uma calma e de uma
sensibilidade que poderiam tornar tudo menos difícil. E houve tempos muito difíceis,
durante os dez anos à frente da ONU: as guerras do Ruanda, dos Balcãs, do Iraque... Em Portugal, já foi referido por muita gente o papel decisivo que teve na
independência de Timor-Leste.
Etiquetas:
Direitos Humanos; Personalidades; ONU
terça-feira, 14 de agosto de 2018
A educação em direitos humanos
Os direitos humanos vão para além da vida cívica, na comunidade e nas
relações com o Estado e as instituições; respeitam ao género humano, àquilo que
é pertença de todos os homens por ser próprio da sua natureza racional.
Trata-se
de uma aprendizagem global – não, apenas, porque o seu horizonte é toda a
humanidade – mas também pelo facto de termos de assumir responsabilidades, num mundo
cada vez mais aberto, onde os problemas de uns não podem deixar de dizer
respeito também aos outros, passem-se lá longe ou na rua que acabámos de
atravessar.
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
Lá longe, a França
Nenhuma memória
é mais real, mais marcada e mais continuada na minha vida do que a da emigração.
Naqueles idos anos sessenta, a França era uma realidade diária, estava nas
ruas, nas conversas e nas vidas de todos os habitantes. Se víamos duas ou mais
pessoas a conversar na rua era quase certo que falavam de familiares a viver em
França.
Não havia
família que não tivesse alguém naquele país. Em muitos casos, todos estavam lá,
tinham ficado, apenas, os avós, já de idade. O mesmo acontecia com a minha
família. De algum modo, eu, a minha mãe, os meus irmãos, os meus avós, tal como
o resto das pessoas daquela terra, também estávamos vivendo nos arredores de
Paris.
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