Nenhuma memória
é mais real, mais marcada e mais continuada na minha vida do que a da emigração.
Naqueles idos anos sessenta, a França era uma realidade diária, estava nas
ruas, nas conversas e nas vidas de todos os habitantes. Se víamos duas ou mais
pessoas a conversar na rua era quase certo que falavam de familiares a viver em
França.
Não havia
família que não tivesse alguém naquele país. Em muitos casos, todos estavam lá,
tinham ficado, apenas, os avós, já de idade. O mesmo acontecia com a minha
família. De algum modo, eu, a minha mãe, os meus irmãos, os meus avós, tal como
o resto das pessoas daquela terra, também estávamos vivendo nos arredores de
Paris.
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