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segunda-feira, 23 de abril de 2018

A lei da paridade: a questão das cotas, de 33% para 40%


Sou contra as cotas, na política, nos altos cargos diretivos de instituições públicas ou privadas, mas não porque considere que o problema está resolvido. Sou contra, por uma questão de princípio: quero que esses lugares sejam ocupados pelas pessoas mais capazes, independentemente do sexo; é a capacidade, a competência, o valor científico, técnico e humano, que aqui estão em causa. Claro que é muito difícil aferir algumas das competências, mas não pode ser de outra maneira e tem de processar-se da forma mais aberta e transparente que for possível.
Obviamente que sou sensível ao facto de tão poucas mulheres acederem a cargos de chefia; sou liminarmente contra os machismos, os preconceitos e a falta de oportunidades que impedem as mulheres que tem capacidade e vontade o possam fazer.



sexta-feira, 20 de abril de 2018

O dizer do Papa

Interessam-me particularmente os sinais do Papa, sendo que o meu plano de análise é sempre o do indivíduo e o da sociedade. O que ele tem vindo a dizer é que assistimos a limiares de exclusão, de violência, que ou  nos empenhamos todos, começando por olhar e por tratar com humanidade aquele que nos bate à porta, seja muçulmano, judeu, cristão, ateu…, ou a desumanidade está a uma curta distância. Todas as instituições, a começar pela ONU, têm de se empenhar a fundo, para que a demência de alguns não ponha em causa a vida de tanta e tanta gente.



terça-feira, 17 de abril de 2018

Não há um determinismo para o humano



“Quando a criação humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança a sua alma, todo o universo conspira a seu favor”.

                                                                                                                                             Goethe

Acredito nisto. Sei que serão os poetas, os escritores, os filósofos, os músicos,  os pintores... os primeiros a sonhar; sei que se juntarão num coro para mudar a realidade. Sei  que há um potencial, uma redenção para o  humano, que passa por aqui, pelo que formos capazes de criar. Criar do nada ou do todo, não sei bem. 

domingo, 15 de abril de 2018

Poema do Brecht contra a indiferença

 Indiferença

Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei
Porque não era nada comigo.

Em seguida levaram alguns operários,
Mas a mim não me afectou
Porque não sou operário.

Depois prenderam os sindicalistas,
Mas não me incomodei
Porque nunca fui sindicalista.

Logo a seguir chegou a vez
de alguns padres, mas como não sou religioso, também não liguei.

Agora levaram-me a mim
E quando percebi,
Já era tarde.

(Bertolt Brecht)


quarta-feira, 11 de abril de 2018

18 soldados da freguesia de Águas Belas-Sabugal combateram na Primeira Grande Guerra


Na sequência das comemorações dos cem anos da batalha de La Lys, França, no dia 9 de abril, fiquei com curiosidade em saber quantos soldados houve daqui e fiz uma pequena pesquisa, no Arquivo Histórico Militar – Boletins Individuais de Militares do CEP, 1914- 1918, em relação ao distrito da Guarda. Pude ver que em todo o distrito foram mobilizados 2.829 soldados, no concelho do Sabugal 415 e na freguesia de Águas Belas 18.
Destes 18 soldados, 13 eram de Águas Belas, 3 do Espinhal, 1 da Quinta do Clérigo e 1 de Vale Mourisco (mas pode acontecer que alguns boletins digam só Águas Belas e os soldados sejam das anexas).Onze pertenciam ao Regimento de Infantaria nº12 (RI 12) da Guarda, dois ao Regimento de Infantaria nº14 (RI 14) de Viseu, um ao Regimento de Cavalaria 7 e quatro sem referência de regimento.
A lista é a seguinte:
1.       Alberto Augusto, soldado.
2.       António Esteves, soldado, RI 12.
3.       António Nunes, soldado, RI 12.
4.       António Pereira, soldado, Regimento Cavalaria 7.
5.       Augusto Ferreira, soldado, RI 12.
6.       Bernardino Nunes, soldado, RI 12, Espinhal.
7.       Cândido João, soldado, RI 12.
8.       Francisco Fernandes Cabral, soldado, RI 12.
9.       Francisco Rocha, soldado, RI 14.
10.   João Santana, soldado.
11.   Joaquim Nabais, soldado, RI 12.
12.   José da Costa, 1º cabo, Vale Mourisco.
13.   José Nunes, soldado, RI 12, Espinhal.
14.   José Nunes, soldado, RI 12.
15.   José Pires, soldado, RI 14, Espinhal.
16.   Luís Cardoso, soldado, RI 12.
17.   Manuel Esteves, soldado, Quinta dos Clérigos.
18.   Manuel Soares, soldado, RI 12.
Fiquei surpreendida, não esperava que fossem tantos soldados. Claro que, agora, já não somos capazes de reconstruir as suas vidas: saber os que regressaram bem, os que vieram com mazelas, os que morreram, os que decidiram ficar ou os que tomaram outro rumo. Ainda assim, pode acontecer que alguém reconheça, nesta lista, o nome de algum avô, bisavô, tio, tio-avô… ou outro familiar e tenha alguma memória de ter ouvido falar sobre esta guerra.


sábado, 7 de abril de 2018

A prisão de Lula da Silva: pobre natureza humana


Tudo indica que Lula vai hoje ser preso. É tempo para, sem histerismos, todos pensarmos no que se passou e passa com quem exerce o poder, quase parece uma inevitabilidade deixarem-se corromper. Mas não é, evidentemente.
Eu tenho pena que pessoas como Lula se tenham deixado cair nas malhas dessa generalizada corrupção. Milhões de pessoas acreditavam nele (acreditam nele ainda muitas), mas é inaceitável, negar, até ao absurdo, as evidências. Muitos acusam a justiça de politização, e isso é mau. A justiça tem de ser independente, é preciso que não haja vários pesos e várias medidas.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Martin Luther King, 50 anos após a sua morte


Martin Luther King nasceu a 15 de Janeiro de 1929, nos Estados Unidos. Lutou toda a sua vida, de forma pacífica, pelos direitos dos negros. Em 1964, recebeu o Prémio Nobel da Paz. Morreu baleado, em 4 de Abril de 1968.

Excerto do célebre discurso “Eu tenho um sonho”

“Digo-vos meus amigos, embora tenhamos de enfrentar dificuldades, hoje e amanhã, ainda, tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho da América. Sonho que um dia esta nação se vai erguer para viver essa verdade: a evidência de que todos os homens são iguais. 
Sonho que um dia, nas vermelhas colinas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos daqueles que os escravizaram se vão sentar juntos, na mesma mesa, como irmãos fraternos. (...). Sonho que as minhas quatro crianças viverão um dia numa nação onde não sejam julgados pela cor da sua pele mas pelo seu carácter. (…)
Sonho que um dia teremos, no Alabama, rapazes e raparigas negras, juntando as mãos, com rapazes e raparigas brancas, como irmãos e irmãs”.



(Infelizmente, o sonho de Luther King, com este presidente Trump, regrediu).