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quinta-feira, 14 de março de 2024

Vivem quase sem direitos

Sei que naquela exploração agrícola, situada numa qualquer terra, de uma qualquer vila ou cidade alentejana, dezenas de trabalhadores imigrantes, indianos, nepaleses, paquistaneses e de outras nacionalidades, trabalham com baixos salários e em condições precárias. No final da tarde, regressarão ao contentor ou à casa lotada, com inúmeras pessoas amontoadas, dormindo em beliches, sem espaço para respirar, sem qualquer privacidade e, ainda pior, sem qualquer capacidade de reação, tal é a situação em que estão! Imigrantes no Alentejo (Foto: O Atual)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

O Dia Internacional Da Solidariedade Humana

Hoje, dia 20 de dezembro, celebra-se o DIA INTERNACIONAL DA SOLIDARIEDADE HUMANA. Instituído pela ONU para lembrar a todos os países, a todas as organizações, públicas ou da sociedade civil, que temos um compromisso inadiável com a humanidade. Um compromisso de justiça, com todos os seres humanos: os que se vão deitar de estômago vazio, os que não tomaram uma única vacina, os que dormem na rua, os que morrem no Mediterrâneo, os que permanecem em campos de refugiados ou de detenção… Temos um compromisso com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), para que se possam cumprir os direitos humanos.

domingo, 30 de maio de 2021

Os adolescentes africanos , vagueando pelas ruas de Ceuta

 Centenas de adolescentes, fugidos de Marrocos e de outros países daquela zona desértica de África, com o sonho de chegar à Europa, vagueiam por estes dias nas ruas de Ceuta. 

A pobreza, é o problema mais sério do mundo. E também a maior vergonha, para os que têm o poder de resolver os problemas e não o fazem. Como se pode dizer alguém, que não tem o que comer, na sua terra, no seu país, e nem sequer qualquer perspetiva de futuro: «Tem de voltar para casa. Sabe que há leis para cumprir, não pode ficar aqui sem qualquer documento…».

Mas, muitos resistem. Pensam que, por serem tão novos e tão desacompanhados, vão ter o apoio e a compaixão dos guardas civis, das Ong’s…. E é um facto; mas, mesmo que sejam recolhidos e alimentados, em centros existentes ou improvisados, tudo funcionará, no cumprimento de uma legalidade ilegítima: é preciso que as leis da imigração mudem, em todo o lado, na Europa e no mundo

sábado, 4 de maio de 2019

Lá longe, um país sentido (2)

O barco navega, às vezes depressa, às vezes devagar, afastando-se, mais e mais, até, de repente, desaparecer. Já não vejo o barco, nem quem o conduzia, desapareceram. Surge, como por encanto, um grande jardim, um campo de flores brancas ou, melhor, quase brancas, a puxar para  um dourado claro, muito claro!

O sol brilha, intensamente; tudo resplandece, tudo se liga, como se o tempo contasse de outro modo e as vidas decorressem de outra maneira. É assim, lá longe, no fundo de um vale, a minha aldeia. Pessoas conversando, meninos correndo...,  um lugar a que pertenço, mesmo que a vida me leve para outros mundos e outros lugares.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

A migração é uma realidade



A imigração na Europa não é uma ideia abstrata, distante, sobre a qual possamos elaborar teorias; a imigração é uma realidade atual, premente, com muitos rostos e muitas causas. Conhecer e atuar sobre o problema é, a meu ver, o maior desafio colocado aos países e aos seus líderes políticos; espero que a chanceler alemã, mesmo que tenha de cair, não abdique dos princípios que tem defendido.
Cada vez serão mais as vozes contra; importa por isso  recolocar a questão sempre do ponto de vista dos direitos humanos e do direito  internacional, há já muito caminho feito, voltar para trás seria impensável.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Os emigrantes paquistaneses, nepaleses... ou de outros países asiáticos

Começou a chover, ainda, coisa pouca;  continuam a pintar. Pintam grandes prédios em Lisboa, em andaimes suspensos, presos por cabos, aparentemente, em segurança. Vieram de tão longe e correm tantos perigos! Fazem-no devagar, com precisão, bem, mesmo que nunca o tenham feito antes.
A chuva continua, é já intensa; e cada vez mais. Os pintores desceram do andaime, pararam de pintar, não por causa deles, mas porque a tinta não pega com tamanha chuva.
Será que no final do dia recebem o seu dinheiro ou alguém, instruído na exploração de nepaleses, paquistaneses...lhes diz: - hoje não trabalharam o tempo todo, tenho de lhes descontar as horas que estiveram debaixo do toldo (improvisado), sem fazer nada. 
A chuva parou. Os trabalhadores estão de volta ao andaime; estão de volta ao trabalho e às ordens de um patrão que lhes devia assegurar todos os direitos, mas nem sempre é o que acontece.


sábado, 18 de julho de 2015

A flor que veio de longe

A flor nasceu e cresceu num canteiro do jardim da escola. Ela e as irmãs vivam felizes. Gostavam das brincadeiras dos meninos, do calor do sol e da sombra da tília nas tardes quentes de Verão. Mas um dia a escola fechou, os meninos deixaram de aparecer, ninguém mais regou as flores e elas começaram a ficar tristes e a secar.
- Ai se alguém nos viesse salvar! Precisamos de ajuda – pediam as flores!
Como há sempre fadas boas a ouvir os pedidos, na manhã seguinte, apareceu um jardineiro da Câmara que as arrancou com cuidado e as pôs na parte de trás de uma carrinha. A flor foi levada, juntamente com a mãe e algumas irmãs (as que ainda não estavam murchas), para outro lugar para aí ser de novo plantada. Está triste e sem forças, mudou de terra, de jardim, de cidade..., e, quando foi arrancada, as suas raízes partiram-se bastante e algumas folhas amareleceram e caíram. Já não é a mesma, tudo lhe dói. Até a estaca que lhe puseram para a ajudar a manter-se direita a incomoda.
- Estou mal, esta terra não é igual à minha, sinto tudo tão estranho! Para onde ficará a terra de onde vim? Será para o Sul ou para o Norte? Terei atravessado o rio ou as montanhas?
Não sabe. Como estava cheia de dores nunca levantou a cabeça, durante a viagem, para olhar a paisagem. Não sabe, mas imagina que veio de longe, lembra-se de ter passado muito tempo e de ter sentido fome e sede, e também porque o tempo, aqui, não é o mesmo, faz muito frio. Quando estiver melhor vai querer passear e descobrir este novo lugar.
Às vezes, diz à mãe:
- Não me sinto lá muito bem! Tenho saudades de lá! 
- Filha, vais ficar outra vez forte, bonita e cheia de saúde. Quando chegar a Primavera, terás folhas e pétalas novas. Os dias difíceis dos primeiros tempos vão passar, vais aprender coisas novas, encontrar amigos, ser convidada para as festas de anos, os bailes de domingo, o coro do jardim e a vida voltará a ser feliz para ti.
- E depois, mãe, sou daqui ou de lá?
- És daqui e de lá – repete-lhe a mãe, enquanto lhe canta baixinho uma canção que fala da terra de onde vieram.


terça-feira, 16 de abril de 2013

Imigrantes,

Levantar muros, fechar portas e janelas não é a melhor resposta, nem será nunca a solução para os problemas das sociedades actuais, cada vez mais diferenciadas, diversas e multiculturais, com prementes questões de direitos humanos – discriminações, violência, insegurança, imigração clandestina, exclusão social...

O número crescente de excluídos não é apenas formado pelos africanos e outros imigrantes que chegam às cidades do mundo rico à procura de condições mínimas de sobrevivência, são, também, os que, embora, vivendo nele, estão à margem do sistema económico e social. As questões da distribuição da riqueza, as injustiças sociais, são a causa das maiores violações de direitos humanos no mundo.