Esta jovem, de 19 anos, do Bangladesh, foi morta,
há dois dias, na escola que frequentava, por ter denunciado, junto das
autoridades, que um dos professores a tinha assediado sexualmente, quando a
levou para uma sala e a tocou de forma inapropriada.
Foi-lhe pedido que retirasse a queixa; como não
o fez, sofreu as consequências. Foi atacada e regada com querosene por um grupo
de homens, na escola, que vestiam burkas para não serem identificados. Regaram-lhe
todo o corpo, menos a cabeça, para poderem dizer que se tinha tratado de um
suicídio – malvadez e perversidade em estado puro. Morreu passado umas horas,
mas, ainda, denunciou alguns dos atacantes que reconheceu pela voz e pediu justiça.
Custa a crer nesta brutalidade, nesta
animalidade; custa a crer numa cultura que trata as mulheres como seres de
segunda e onde os direitos e a justiça são uma miragem.