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sexta-feira, 30 de maio de 2025

Perguntas de um operário letrado - Poema de Bertolt Brecht

Perguntas de um operário letrado Quem construiu Tebas, a das sete portas? Nos livros vem o nome dos reis, mas foram os reis que transportaram as pedras? Babilónia, tantas vezes destruída, quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas da Lima Dourada moravam seus obreiros? No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde foram os seus pedreiros? A grande Roma está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio só tinha palácios para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida na noite em que o mar a engoliu viu afogados gritar por seus escravos. O jovem Alexandre conquistou as Índias Sózinho? César venceu os gauleses. Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço? Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha Chorou. E ninguém mais? Frederico II ganhou a guerra dos sete anos Quem mais a ganhou? Em cada página uma vitória. Quem cozinhava os festins? Em cada década um grande homem. Quem pagava as despesas? Tantas histórias Quantas perguntas Bertolt Brecht (Fonte: &Escritas.org)

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Um poema: A cor que se tem

A cor que se tem Quando for crescida Hei-de inventar Um perfume de encantar. Quem o cheirar há-de ficar Com a cor da pele Que mais gostar. Branco ou amarelo Se preferir Preto ou vermelho É só decidir. Para alegrar até vou pensar Outras cores acrescentar. Cor de rosa Verde ou lilás São cores bonitas E tanto faz. E assim, Há-de chegar O dia de acreditar Que o valor de alguém Não se pode avaliar Pela cor que se tem E então, Tudo estará bem. (Maria Cândida Mendonça, in A cor que se tem, Plátano Editora,

terça-feira, 29 de abril de 2025

A morte do Papa Francisco

Morreu alguém muito importante para o mundo atual, pelo que dizia, pelo que denunciava e fazia. O “Todos, todos, todos” do Papa convoca-nos a um compromisso de responsabilidade e de ação, pessoal e social, com todos os outros, sejam quem forem! É um programa religioso, ético e devia também ser político: os que têm o poder de mandar, deviam ser obrigados a entender-se a favor da paz e da justiça

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Ataque a Sumy, Ucrânia

No domingo passado, quando muitos ucranianos se dirigiam para a igreja para celebrar a festa dos Ramos, dois mísseis russos atingem a cidade e matam, até ao momento, 35 pessoas e ferem 119, algumas ainda em estado grave. É assim, sem qualquer tipo de piedade, que Putin e os seus lacaios atuam. Aos americanos, dizem que foi um erro. Mas, como foi um erro, se o ministro dos negócios estrangeiros russo e o porta-voz do Kremlin já tinham dito que o ataque visava uma reunião clandestina de comandantes ucranianos e europeus e que não existiu! Foi barbárie pura e simples. À beira de Putin, todos são aprendizes!

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Tagore

Rabindranath Tagore (1861-1941), poeta indiano, prémio Nobel da literatura em 1913, escreve sobre a cultura e a paz universais, a partir do concreto, apelando ao infinito que povoa a mais simples das coisas ou das situações. Deixo um dos seus aforismos: "Se de noite chorares pelo sol, não verás as estrelas" ( in " Coração da Primavera, p.130). ... se cada um pudesse dar valor e desfrutar do que tem, rentabilizando ao máximo aquilo de que pode dispor, talvez entendesse que há sempre alternativas.

sexta-feira, 21 de março de 2025

Somos relações e lugares

Habitar o mundo (Imagem da internet) A relação do ser humano com a vida é sempre de “morada”, de sentir-se em casa, familiarizado, confortável.… Por isso, criamos sentidos, através da filosofia, ciência, técnica, economia, política, religião... As pessoas inovam, imaginam, inventam, constroem, reconstroem, projectam e fazem. Constroem cultura, modos de habitar o mundo!

quarta-feira, 19 de março de 2025

Não andamos à deriva...

Todas as nossas atitudes e comportamentos têm por base princípios, crenças e valores, a partir dos quais a nossa vida ocorre e ganha sentido. Sabemos o que fazemos e porque o fazemos. Se dizemos: “esta pessoa é boa”, “este pão é delicioso”, “esta montanha é deslumbrante”, mais não fazemos que juízos de valor, sobre o que vemos, experimentamos e sentimos. Perceber que valores são estes e qual a sua importância na nossa vida, é perceber o que nos sustenta, motiva, equilibra, emociona..., e também o que nos define, ou, melhor dizendo, o que somos para nós e para os outros.