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sábado, 14 de dezembro de 2013

Os refugiados sírios


Os 74 sírios que chegaram a Lisboa, vindos da Guiné Bissau, chegaram como refugiados, todos pediram asilo político ao nosso país. As autoridades investigarão e se forem realmente refugiados políticos serão acolhidos ao abrigo de legislação internacional que Portugal ratificou
Mas, o que já podemos dizer é que são pessoas que fogem da guerra e da maior pobreza e dão de frente com a exploração de poderosas máfias, organizadas e com cumplicidades ao mais alto nível político (por isso, é que o caso é realmente grave).
Pagaram 5000 dólares pela viagem, pelo passaporte turco…, parece uma desproporção entre o que têm e o que pagam.
Estão aterrorizadas, não falam, não dizem quem são, mostram papéis que não são fiáveis, “desidentificam-se”…. A minha questão é: como continuam por dentro, como os afetou esta forçada “desidentificação”, ou continuam a ser quem sempre foram?
Na verdade, há um em “si mesmo” que não abandona o indivíduo, vá para onde for, sofra o que sofrer, assine que papéis assinar, chegue a aeroporto ou a refúgio que chegar. Há uma parte deles que continua inteira, mesmo que, em muitos pontos, tudo pareça partido.
É por isso que confiamos que muitos refaçam a suas vidas, construam futuros, realizem sonhos, vivam com a dignidade que merecem todos os seres humanos.




terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Dia Mundial dos Direitos Humanos


- No dia 10 de Dezembro, de 1948, era assinada, em Paris, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Depois da II Guerra Mundial, dos milhões de mortos, da bomba de Hiroxima e Nagasáqui, de tanta destruição..., pensou-se que se tivesse havido uma Carta de princípios de toda a humanidade que a maioria das nações assinasse, a guerra não teria acontecido.


- Hoje, estivemos todos em Joanesburgo, no estádio do Soweto, a cantar e a dançar por Mandela. Celebrar um homem ímpar, que não morre, necessariamente, porque não podem morrer os valore por que viveu. 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A morte de Mandela

Já se disse tanto e dirá, nos próximos dias, sobre Mandela, que nada do que eu aqui dissesse acrescentaria alguma coisa. Mas há uma palavra que compreende todas as outras: DIGNIDADE.

"Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos..."= MANDELA

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Um direito especial, ser criança

Escrevo muitas vezes sobre crianças reais, embora com nomes fictícios. Encontrei-as na rua, na escola, no bairro, nalguma fotografia de jornal ou imagem de televisão.
Pensei e falei delas não para denunciar o drama humano, ele é tão visível que não é necessário, antes, para questionar a consciência de quem, hipócrita e cobardemente, deixa que isto aconteça. Assinam declarações, fazem convenções, mas nada cumprem. Não querem, nunca quiseram, fazem letra morta dos princípios e deveres, dos direitos humanos em geral e dos direitos das crianças em particular.
Falo de crianças vítimas inocentes, jogadas no meio das ambições e das crueldades daqueles que, por poder, dinheiro ou fama, as exploram, torturam e matam.
O que mais perturba é o olhar sentido destes meninos, como se tivessem nos olhos toda a tragédia do mundo. Impossível ficar indiferente. 



segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Traficantes de seres humanos

Foi notícia, o grupo de romenos, cerca de quarenta pessoas, trabalhadores sazonais no Alentejo, que vieram para a apanha da azeitona e estão em situação de grande vulnerabilidade. É sempre o mesmo esquema: vêm clandestinos, sem documentação regularizada, vivem explorados por diferentes mafias: quem os contrata, quem os traz, quem os recebe…, parece que não vivemos, nem nós nem eles, em Estados de direito, embora ambos os países pertençam à União Europeia, onde supostamente há leis a regularizar o trabalho com direitos. Não haverá possibilidade de outra assistência e outro cuidado para que o trabalho seja justamente pago e as suas estadias aqui tenha direito a habitação, comida, saúde…, o mínimo necessário? Tem de ser possível, espero que quem deve actuar o faça.



sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Quantos rostos tem a pobreza

Tinha vestido o casaco novo, as luvas e o cachecol da sua melhor amiga. Sentia-se outra:
 - Estou bonita? – Perguntou-me.
- Estás muito bonita.
- Eu não posso ter roupa nova, porque a minha mãe é pobre. Falava da situação familiar e da pobreza de forma desconcertante, como se isso normal,
- Tu tens roupa muito bonita, andas sempre muito vaidosa – digo-lhe.
 Saiu para intervalo, mas esse dia não brincaria com os colegas, não jogaria à bola, não jogaria à macaca… Esse dia iria subir e descer a rampa de acesso ao recreio e passear de um ao outro lados do parque como  se fosse uma modelo. Queria que a vissem, precisava disso, era uma maneira de passear a sua estima, de sentir-se elogiada…
Recordei uma história que na minha infância ouvi por várias vezes contar a uma vizinha: não tinha roupa, apenas um fato para a “cote”, um fato para os dias de semana, muitas vezes remendado, e um fato para o domingo.
Quando ia à casa da senhora, onde a mãe trabalhava, observava a roupa da filha da senhora e não resistia a vestir os vestidos da “menina”, que tinha a sua idade, e, às escondidas da mãe, punha-se à janela a ver se alguém passava e a via e também para ver a sua imagem reflectida nos vidros.
Ambas, com o espaço de quase um século, experimentavam sentimentos semelhantes: o desejo de ser bonitas, de ser vistas e  reconhecidas, que alguém as  valorizasse.

Violência de género,

Dia 25 de Novembro foi o dia internacional para a eliminação da violência de género. Por todo o lado se falou do tema. As estatísticas são negras, segundo dados da ONU, 70% das mulheres  sofrem em algum momento da sua vida violência de género,
Dois milhões de crianças, jovens e mulheres são vitimas de tráfico humano no mundo. Os dados são avassaladores. O problema tem uma amplitude que custa imaginar. Para fazer algo só através da mudança de mentalidades da educação para igualdade de  género desde a mais tenra idade.


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