Os 74 sírios que chegaram a Lisboa, vindos da Guiné Bissau,
chegaram como refugiados, todos pediram asilo político ao nosso país. As
autoridades investigarão e se forem realmente refugiados políticos serão
acolhidos ao abrigo de legislação internacional que Portugal ratificou
Mas, o que já podemos dizer é que são pessoas que fogem da
guerra e da maior pobreza e dão de frente com a exploração de poderosas máfias,
organizadas e com cumplicidades ao mais alto nível político (por isso, é que o
caso é realmente grave).
Pagaram 5000 dólares pela viagem, pelo passaporte turco…,
parece uma desproporção entre o que têm e o que pagam.
Estão aterrorizadas, não falam, não dizem quem são, mostram
papéis que não são fiáveis, “desidentificam-se”…. A minha questão é: como
continuam por dentro, como os afetou esta forçada “desidentificação”, ou
continuam a ser quem sempre foram?
Na verdade, há um em “si mesmo” que não abandona o
indivíduo, vá para onde for, sofra o que sofrer, assine que papéis assinar,
chegue a aeroporto ou a refúgio que chegar. Há uma parte deles que continua inteira,
mesmo que, em muitos pontos, tudo pareça partido.
É por isso que confiamos que muitos refaçam a suas vidas,
construam futuros, realizem sonhos, vivam com a dignidade que merecem todos os
seres humanos.
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