O desconhecimento da realidade cultural
dos ciganos, tem dificultado o sucesso de inúmeros programas de integração, por
toda a Europa e também em Portugal. Continuam, em relação aos ciganos, os
estereótipos, as intolerâncias, as dificuldades de integração social que vê fechadas
as oportunidades, tanto no mundo do trabalho, como no acesso à habitação…
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quinta-feira, 11 de julho de 2019
Ainda sobre o reconhecimento cultural (2)
Na etnia cigana, a cultura determina quase tudo. Sem se perceber
o papel das tradições – o menino que vai ao cemitério pôr flores frescas todos
os dias, na campa do pai, pelo menos nos primeiros tempos, da menina que deixa a escola, porque
vai casar dai a nada com um rapaz a quem está prometida desde criança; os
conflitos entre famílias; a hierarquia do mais velho… - nenhuma política
pública será bem sucedida.
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os ciganos
segunda-feira, 8 de julho de 2019
Ainda sobre o reconhecimento cultural (1)
Recordo um jovem de origem cabo-verdiana que, há algum tempo, me
disse: - “Chamam-me luso-africano, mas isso é o quê? Significa o quê? Já não
sou o que os meus pais e os meus avós foram e são, mas também não sei o que
sou. Afinal, sou quem? Pertenço a onde?”
Não são só jovens de origem africana que têm dificuldades de
identidade, se questionam e se sentem, por vezes, marginalizados, são todos
aqueles que, tendo raízes em culturas minoritárias, se sentem desconfortáveis
na sua própria pele, tanto em casa, como na escola ou no meio onde vivem.
E
assim se iniciam processos de desadaptação e de reacção contra o que encontram
e não lhes dá as respostas que precisam, de modo a sentirem-se incluídos e
valorizados.
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terça-feira, 2 de julho de 2019
O reconhecimento cultural: para sociedades mais inclusivas
Um dos temas que mais tenho trabalhado, nos últimos tempos, tem a ver com o reconhecimento cultural. Acaba de sair um artigo que escrevi sobre isso. Deixo a referência para o caso de alguém ter interesse em ler.
http://www.revistasisifo.com/2019/06/o-reconhecimento-cultural-para.html
http://www.revistasisifo.com/2019/06/o-reconhecimento-cultural-para.html
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sábado, 29 de junho de 2019
Milton Nascimento
Fui ver, ao Coliseu dos Recreios, Milton Nascimento.
Tem 76 anos, quase não se pode movimentar, canta sempre sentado e precisa ajuda
para se levantar, sair do palco e agradecer no final. Mas a voz está como sempre:
límpida, segura, única, transcendente... Foi Elis Regina que um dia disse: «Se Deus
quisesse cantar, escolheria a voz do Milton». Está tudo dito.
Os temas são os de sempre: a vida, os sentimentos, a liberdade, os direitos, a discriminação, a exploração… (por isso, parece
estranho que este espetáculo passe por Telavive).
Houve duas convidadas especiais: Carminho, a fadista, cantou duas canções, muito tocantes - Milton abraçou-a, numa
cumplicidade invulgar; Fáfa de Belém, artista brasileira, falou da
amizade com Milton e da importância incomparável da sua música. Foi muito bonito.
Fiquei a pensar no valor e
no poder da música. Fiquei a pensar na «eternidade» do Milton.
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sexta-feira, 21 de junho de 2019
20 de junho - Dia Internacional do Refugiado
O
número de deslocados, dentro do próprio país, e de refugiados, os que pedem
refúgio em países estrangeiros, atingiu este ano números impressionantes: 70
milhões. São pessoas que deixaram as suas casas, a sua terra, por causa da guerra, da fome, da insegurança, de catástrofes naturais ou de perseguições
política, religiosa ou outra.
Impossível,
sequer, imaginar, o que isto significa. Olhamos os rostos, as chagas, os corpos,
mas não imaginamos o tormento interior de cada uma delas: o que lhes vai na
alma, as tragédias que carregam, as vidas desfeitas, os sonhos troncados…
Mesmo
assim, uma grande parte do mundo tenta não ver; constrói muros, vigia
fronteiras, cria barreiras. Em Portugal, há estruturas do Estado e da sociedade
civil para ajudar os refugiados que o governo recebe, no âmbito do programa europeu
de recolocação, vindos sobretudo da Grécia.
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quinta-feira, 13 de junho de 2019
Sentidos de pertença...
Nalguns
discursos do dia 10 de Junho – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Portuguesas – mais do que dissertar sobre a nação, a pátria, o sentido
identitário do ser português, apareceu, no discurso do responsável pelas
comemorações deste ano – João Miguel Tavares – um sentido de pertença plural,
diverso e nem sempre inclusivo, às vezes, até, de não pertença, quando, como
referiu, há tanto a fazer no sentido da equidade e da igualdade de
oportunidades.
O Presidente
da República fala de vários “Portugais”: O que será isto? Serão diferentes
culturas, diferentes desenvolvimentos, diferentes espaços geográficos...? – e, sempre, na crença de que podemos ser excelentes, aos mais diferentes níveis. Não chega acreditar, diria eu.
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quarta-feira, 5 de junho de 2019
O massacre de Tiananmen – trinta anos depois
Pequim,
praça de Tiananmen, 4 de junho de 1989: jovens que aí se manifestam, há já algum
tempo, pela abertura do regime e por liberdades individuais e políticas, que não tinham e
ainda hoje não têm, apesar do boom económico ocorrido na sociedade chinesa, são
reprimidos e mortos (muitos) com tanques de guerra.
Quantos
morreram, em Tiananmen? Ninguém sabe. Há vários números, desde várias centenas até
10 mil. Tal como não se sabe, hoje, quantas são as pessoas a quem o regime censura,
vigia, reprime, prende, mata…(voltarão os tanques, se acharem necessário). E tudo,
como se nada fosse, sempre o desgraçado argumento da não ingerência externa: «trata-se
de assuntos internos da China».
Mas,
como ficar impávidos, quando a violação de direitos humanos é tão evidente e
tão generalizada? Denunciar, é uma obrigação.
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