Têm sido uns dias de grande convulsão: as greves dos enfermeiros que paralisam os principais blocos operatórios; a greve dos guardas prisionais que impedem as visitas aos presos e originam tumultos em vários estabelecimentos prisionais; as agressões a instruendos do curso de militares da GNR, em Portalegre, que parece uma coisa impossível de acontecer; a manifestação do senhor Eduardo Jorge, tetraplégico, frente à Assembleia da República, lutando pelo direito a uma vida independente, já consagrada em lei, mas sem concretização; a mulher grávida de nove meses, brutalmente agredida, na rua, pelo marido. E podia continuar, repetem-se os exemplos.
O país que na mesma semana ganhou não sei quantos prémios no turismo, é este que nega direitos, que não cuida dos seus cidadãos. É o mesmo país, e as mesmas assimetrias
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quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
Ser humano
Ao nível do senso comum, se
perguntássemos a alguém: - Quem somos? Todos responderiam: - Somos seres
humanos. Pertencer ao género humano é
o que nos identifica, independentemente de raças, etnias, culturas, crenças…
Se continuássemos a questionar, todos chegariam a dizer que ser humano
significa pensar, falar, escolher, decidir e agir – tudo um conjunto de características
que identificamos com o ser pessoa, com aquilo que é comum à humanidade.
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características humanas,
humanidade
terça-feira, 27 de novembro de 2018
Direitos Humanos - o acordo ético
Os
direitos humanos são, hoje, o acordo ético mais largamente partilhado. Praticamente, todos os países assinaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Constituem, por isso, uma importante base ética, de princípios universais, que o 1º princípio, desde logo, sintetiza de forma clara: «Todos os seres humanos nascem livres e iguais em igualdade e direitos. Dotados de razão e consciência deviam agir uns com os outros em espírito de fraternidade».
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Direitos Humanos,
universalidade humana
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
Contra atitudes racistas, deixo um poema
Num programa televisivo, pergunta Herman José à escritora Margarida Rebelo Pinto se já teve um namorado "colorido" , ela responde: "Não, não sou dada a etnias"). Dos presentes, só a artista Sara Tavares não achou piada. Eu também não achei.
A cor que se tem
Quando for crescida
Hei-de
inventar
Um perfume de encantar.
Quem o cheirar
há-de ficar
com a cor da pele
que mais gostar.
Branco ou amarelo
Se preferir
Preto ou vermelho
É só decidir.
Para alegrar
até vou pensar
Outras cores acrescentar.
Cor de rosa
Verde ou lilás
São cores bonitas
E tanto faz.
E assim,
Há-de chegar
O dia de acreditar
Que o valor de alguém
Não se pode avaliar
Pela cor que se tem.
E então,
Tudo estará bem.
(Poesia de Maria Cândida
Mendonça)
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
Quando as mortes são evitáveis...
Quando olhamos as imagens da estrada que abateu em Borba e
matou cinco pessoas, ladeada por duas grandes pedreiras, dois enormes buracos, um de 90 metros de profundidade, ao
comum dos cidadãos parece quase impossível que o desastre não tivesse
acontecido há mais tempo.
Degladiam-se agora as diferentes autoridades: de quem é a
culpa? Quem devia ter feito e não fez? Quem informou que era segura, não o sendo...? Ou
seja, vamos ver se, por entre os pingos da chuva, ninguém vai assumir
responsabilidades.
É tão triste esta situação! Espero que outras situações similares tenham das autoridades competentes o acompanhamento devido. Eu própria vivo perto de uma casa que ameaça continuar a ruir e pode cair para a estrada municipal, onde todos os dias passa gente.
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incúria pública,
segurança rodoviária
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
A greve dos estivadores
Os estivadores do porto de Setúbal, onde 90% são trabalhadores precários, ameaçam paralisar a
Autoeuropa, a grande fábrica alemã de automóveis.
De repente, a sua luta ganha dimensão, escala; de repente, o trabalho
deles torna-se visível, nas filas intermináveis de carros novos que não foram
embarcados. Agora, pode ser que alguém os receba e oiça, com atenção, o que têm
para dizer. Trabalham na precariedade mais absoluta, alguns há vinte anos, contratados
ao dia, através de uma mensagem no telemóvel, isto parece uma coisa impossível
de acontecer, mas acontece.
Espero mesmo que a fábrica pare. Espero que o problema deles seja
notícia não apenas cá, mas noutros sítios e se perceba a importância de um
trabalho com direitos. (Pena que tenha de ser assim, depois de muitos dias de
greve, com transtornos para os próprios e suas famílias).
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
O Centenário do Armistício
Sábado e domingo, decorreram, em Paris, com pompa e circunstância,
as comemorações do final da Primeira Grande Guerra. Nove milhões de soldados
mortos, uma tragédia incalculável. Muita gente não tinha a noção exata ou sequer
aproximada do que aconteceu.
Houve simbolismo e cerimónias tocantes. Foi bonito ver a
chanceler alemã emocionar-se, e Macron, também (vencidos e vencedores, agora juntos). Foi bonito perceber que os
discursos tinham um compromisso claro com a paz, entre os povos e os países. Uma
paz que não acontece por acaso, tem de se querer, tem de se construir.
Há uma maldade humana sempre à espreita; é muito ténue o que
separa a civilização da barbárie.
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1ª Guerra Mundial,
Armistício,
Paz
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