"Por que há crianças a sofrer?" - pergunta
a criança filipina numa mensagem que lia ao Papa. Mas, não aguentou. Mesmo com
o apoio do jovem que a acompanhava e lhe tocava levemente nas costas, como que a dar força e ânimo
para que prosseguisse, continuou soluçando.
A menina chorou e fez chorar. O Papa
disse: “ precisamos chorar”, com o sentido de que precisamos de sofrer com os que
sofrem. “Nós, todos os instalados na vida precisamos chorar”, continuou o Papa.
Não sei quem é aquela jovem. Sabemos
que foi abandonada, que cresceu nas ruas e foi resgatada por uma instituição.
O Papa abraçou-a e ela abraçou o Papa, por baixo da cintura, à sua altura, como
se não houvesse distâncias. Talvez, a humanidade toda esteja aqui, neste gesto,
nesta proximidade, neste encontro.
O que vimos é evangelho, anúncio, boa
nova. O Papa surpreende a cada passo, seja em visitas pastorais, encontros
diplomáticos, encontros com o clero, telefonemas ou cartas para gente anónima…;
surpreende pelo inusitado, pelo novo, pela surpresa. Mas, talvez, cada gesto
tenha sempre o mesmo sentido e a mesma fonte: a bondade do Papa.