Voltou ao lugar, onde já tinha ido,
muitas vezes, sempre, na esperança de a encontrar. Entrou no bar da estrada e
olhou fixamente os camionistas debruçados sobre o balcão, fumando e bebendo. Procurava
um, em especial:
- O senhor é de…, o senhor é o…,
o senhor é de…, o senhor chama-se…
- Não, não sou de… não me chamo…;
não sou, não me chamo…
A resposta não difere. A filha
pode estar morta, vítima de sida ou de outra qualquer doença, mas isso não a
impedirá de voltar de novo, enquanto não souber o que lhe aconteceu
- A sua filha saiu daqui, foi
para sul – diz-lhe o dono do bar.
- Para sul, para onde?
- Não sei dizer. Parece que
ninguém sabe.
Não sabe bem onde fica o sul,
será muito longe, não tem como ir, mas voltará a este e a outros bares da beira
de estrada, até saber o que se passou. Não desiste dela. Como poderia fazê-lo? Não
pode.
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