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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Valorizar a escola: meio caminho para o sucesso escolar


Há múltiplas razões, de natureza pessoal, familiar, cultural e social, que determinam o valor que os próprios alunos e suas famílias atribuem à educação e à escola; aspeto que influencia, desde logo, as expectativas que têm e os esforços que estão dispostos a fazer.
Altas expetativas são meio caminho para o sucesso, mas claro, num sistema tão complexo, com tantas variantes muitos são os problemas que se colocam. A agora debatida questão dos professores (a contagem integral do tempo de serviço para progressão na carreira, uma justiça, a meu ver) é apenas mais uma.



sexta-feira, 14 de setembro de 2018

O que se está a passar em Pedrógão Grande?

Como é que pôde acontecer o que tem vindo a ser apresentado, primeiro pela revista Visão, em 19 de julho, e agora pela TVI: mentiras, irregularidades, contorno da lei...?
Parece que o raciocínio foi simples: no meio da confusão e da desgraça, quem é que vai dar conta ou importar-se se aquela casa foi destruída pelo incêndio ou estava há muito desabitada e em ruínas! Quem é que se vai chatear em saber se aquela casa é de primeira, segunda ou terceira habitação! Ninguém vai querer saber!
Mas com tantos organismos no terreno, com tanta gente a olhar para o que se passa, parece uma completa ingenuidade. Ora, aqueles senhores não são ingénuos!
E é esta ingenuidade que me surpreende. Não podia imaginar uma orquestração desta ordem. 


quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Somos todos responsáveis


Bastaria olhar para o problema dos refugiados, os que atravessam o Mediterrâneo para fugir da Síria e de outros países, onde a violência e a miséria são constantes, ou os que saem da Venezuela para os países vizinhos, para fugir da ditadura em que vivem, para se perceber que há uma responsabilidade primeira, anterior a qualquer resposta das organizações locais, nacionais ou internacionais; ou seja, há uma primeira responsabilidade que é daquele a quem batem à porta. De cada um, portanto.


segunda-feira, 10 de setembro de 2018

A jovem cigana de Avis que deixou a escola

Acabou de ser noticiado que uma jovem de quinze anos, no 7º ano de escolaridade, deixou a escola com o argumento da tradição cigana. Foi-lhe instaurado um processo, uma vez que a escola é obrigatória até aos dezoito anos. Mas, uma juíza do Juízo de Competência Genérica de Fronteira, da Comarca de Portalegre, acha que a tradição cigana justifica o abandono escolar. 
Eu acho que não. Há muito a fazer pela integração dos ciganos e, nesse longo processo, a educação é decisiva,  porque pode mudar mentalidades e dar ferramentas que de outro modo as comunidades ciganas não terão,


quinta-feira, 6 de setembro de 2018

A jovem cigana

Encontrei-a num centro de saúde. Disse-me que tinha dezanove anos, dois filhos e que vivia do rendimento mínimo. Disse-lhe: «Por que não se candidata um emprego»? Responde-me que é cigana. 
E eu fiquei sem saber o que dizer. Falou-me como se uma «essência cigana» determinasse a vida dela. Como se os ciganos não fossem cidadãos portugueses e não tivessem os mesmos direitos, desde logo, o direito a um emprego.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

A Venezuela – a cegueira de Maduro


A situação política, social e económica a que aquele povo chegou parece de não retorno. Sempre a descer, até ao precipício final. Pelo caminho, o que acontecerá ainda? Ninguém saberá dizer, ao certo; com um ditador daqueles que continua com a propaganda do costume, sem ter a noção, mínima que seja, de que não é a ideologia que dá comida ao povo, o que se espera, nem sequer é mais do mesmo, é sempre o pior. Os números começam a assustar, mais de um milhão já fugiu para os países vizinhos,  para pedir refúgio. 



sexta-feira, 31 de agosto de 2018

A morte de Kofi Annan


No dia 18 de agosto passado, morreu Kofi Annan. Natural do Gana, foi Secretário Geral das Nações Unidas, entre 1997 e 2006 e Prémio Nobel da Paz partilhado com a ONU, em 2001. Foi o primeiro negro a chefiar aquela organização, onde era um alto funcionário, desde há muito.
Annan era alguém a quem o mundo deve prestar homenagem, pela força, pela capacidade de falar com todos, na procura das melhores decisões. Sempre que se via Annan, via-se e sentia-se a presença de uma pessoa boa, de uma calma e de uma sensibilidade que poderiam tornar tudo menos difícil. E houve tempos muito difíceis, durante os dez anos à frente da ONU: as guerras do Ruanda, dos Balcãs, do Iraque... Em Portugal, já foi referido por muita gente o papel decisivo que teve na independência de Timor-Leste.