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sábado, 1 de abril de 2017

Olho aquele rosto concreto, sei que é um muçulmano

Mas podia ser cristão, judeu, hindu, budista, não crente..., podia ser o que fosse; é um ser humano que não se deixa prender em definições,  que não se deixa encerrar em categorias.  Há sempre, em cada rosto, um para lá. Uma transcendência de que não podemos falar.
Não sei se, aquele que me apelou, e de quem me aproximei, é vítima ou carrasco, explorador ou explorado, fundamentalista ou tolerante, chefe militar ou soldado, inimigo ou amigo...; sei, apenas, que preciso escutar o que tem para me dizer, sem  exigir nada em troca, sem ocupar o primeiro plano.

terça-feira, 14 de março de 2017

Fotografias de guerra

Sou a favor de que se editem reportagens e fotografias de guerra. Nem tudo o que é filmado ou fotografado pode ser exibido, pois, há um ponto em que se toca, profundamente, na dignidade de alguém. E isso não é possível acontecer.
Mas sou sensível ao argumento de que, sem o impacto de fotografias, como a da criança vietnamita, em chamas, nua, correndo numa estrada, fugindo de um ataque com napalm ou mais recentemente a daquela criança síria, dando à costa, numa praia, o mundo não tinha acordado, da mesma maneira, para o drama das guerras de que foram vítimas. Ao tornarem-se ícones, podem tornar-se decisivas para a tomada de consciência, para o debate e a reflexão sobre o absurdo da violência.
Ainda assim, a menina vietnamita e o menino sírio, não merecem ser exibidos, durante décadas ou sabe se lá quanto tempo, em exposições pelo mundo, se isso supuser perder essa integridade, de que falo, e que, temo, a banalização e a falta de contextualização possam destruir.

segunda-feira, 13 de março de 2017

A violência que não pára



A violência parece não ter limites. Bastaria rever as imagens, desses refugiados, a que já nos referimos, tantas vezes, para nos darmos conta da precariedade humana, para nos darmos conta de como é ténue a linha entre a liberdade e a repressão, entre o abrir portas e o levantar muros, entre a solidariedade e o pontapé, entre o acolhimento e a xenofobia..., mesmo em sociedades e países arautos da defesa incondicional dos direitos humanos.

sábado, 11 de março de 2017

Provérbios africanos



 (Depois de um interregno, estou de volta à escrita neste blog, que penso fazer com regularidade).

Deixo uns provérbios...

 - A união do rebanho obriga o leão a ir dormir com fome.



 - Ninguém pode despir um homem nu.



 - Se crias uma serpente, serás o primeiro a quem ela morde.



- Se ouves falar mal do teu amigo, escuta como se tratara de ti.



 - Quem deu à luz um monstro está obrigado a amamentá-lo.

                                                                                              Provérbios africanos


quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Maldade humana

Ninguém está a salvo. Somos todos carrascos e vítimas, exploradores e explorados, fundamentalistas e tolerantes... Todos, a não ser que escolhamos não o ser. Por que não o fazemos?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

As jovens iazidis, prémio Sakharov

As jovens testemunham horrores. Falam de si e de todas as outras meninas raptadas, escravizadas, violadas, traficadas…, pelos homens do Daesh. Ainda assim, o que é mais perturbador é o que não conseguem dizer. Adivinhamos em cada um delas um tormento interior, um mal que parece infinito, que calam e calarão por impossibilidade de encontrar palavras para o poderem descrever. Roubaram-lhes muito, mas não lhes roubaram a alma. Estão de pé, têm sonhos e vidas por viver.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Mais palmas para António Guterres

Já o disse aqui: acredito absolutamente neste homem. Pelo que é, pelo que sempre foi, pelo que se propõe ser: um homem de bem. Capaz de viver sem aplausos, sem luzes, sem ribaltas, mesmo que todas as luzes e todas as atenções se virem para ele. Guterres não vai dececionar, porque temos a certeza de que vai fazer tudo o que for possível para que os objetivos que enunciou: paz e segurança, desenvolvimento sustentado e reforma das instituições da ONU, vão cumprir-se, se tiver condições e são muitos os entraves, os interesses e os jogos.