Sou a favor de que se editem reportagens e
fotografias de guerra. Nem tudo o que é filmado ou fotografado pode ser
exibido, pois, há um ponto em que se toca, profundamente, na dignidade de
alguém. E isso não é possível acontecer.
Mas sou sensível ao argumento de que, sem o
impacto de fotografias, como a da criança vietnamita, em chamas, nua, correndo numa
estrada, fugindo de um ataque com napalm ou mais recentemente a daquela criança
síria, dando à costa, numa praia, o mundo não tinha acordado, da mesma maneira, para
o drama das guerras de que foram vítimas. Ao tornarem-se ícones, podem tornar-se
decisivas para a tomada de consciência, para o debate e a reflexão sobre o absurdo da violência.
Ainda assim, a menina vietnamita e o
menino sírio, não merecem ser exibidos, durante décadas ou sabe se lá quanto
tempo, em exposições pelo mundo, se isso supuser perder essa integridade, de
que falo, e que, temo, a banalização e a falta de contextualização possam destruir.
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