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quinta-feira, 3 de março de 2016

O outro


Um ser humano só deve olhar outro ser humano de cima para baixo se for para o ajudar a levantar.
                                                        Gandhi

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Os precários coletes salva vidas

A tragédia dos refugiados tem uma dimensão que assusta, não apenas pelos números, mas pela ganância e pela insensibilidade de tantos que fazem toda a espécie de negócio. Por aqueles que, aproveitando-se da fragilidade de quem não tem nada a perder, troca a fome, a doença e a morte debaixo dos intermináveis bombardeamentos, para se lançar ao mar, na mão de traficantes sem escrúpulos, enriquecendo com a miséria humana.
Mas, todos os dias descobrimos um pouco mais, agora é a falta de segurança dos coletes salva vidas, fabricados em fábricas turcas (sempre que há mercado, aparece o negócio); são de tal modo mal feios que passado uma hora no mar se desfazem e as pessoas afundam; levar um salva vidas daqueles, em caso de naufrágio,é quase o mesmo que nada.
É uma jornalista habitante da ilha de Lesbos que faz a denúncia, é uma jornalista que todos os dias, talvez por força do seu trabalho, vai até ao local dos desembarques, a mesma que ainda não se habituou ao que acontece com estes refugiados e continua a narrar o que vê com sentimentos. Enquanto isso, outros dos habitantes como que se anestesiaram para poderem sobreviver, é como se não vissem o que vêem, é como se não assistissem ao que assistem. Já não olham, já não querem ou não podem ver (faz lembrar os campos de concentração nazis, pessoas que habitavam a poucos quilómetros declaravam, “não sabia que se passava isto, nunca vi, não tinha ideia…”Que mecanismo mental é este?” Não sei dizer.).


segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Como recuperamos sentidos?

Um dos males que Taylor aponta às sociedades modernas é a perda de significados. Na verdade, temos vindo a perder as referências, antes, estáveis (família, estado, igreja...), que nos permitiam pensar e viver de forma coerente e sem grandes ruturas. Cada vez menos procuramos abrigo em transcendentes, heróis e mitos que antes criavam sentido e davam segurança. Fomos perdendo valores e construindo ilhas, muitas vezes apenas virtuais, mesmo que vivamos vinte e quatro horas ligados a computadores e a telemóveis de última geração. Paradoxalmente, o acesso a tudo em tempo real cria excessos e ruídos que muitas vezes mais não são do que incomunicação. Ora nada mais desumano. 

sábado, 26 de dezembro de 2015

Olhar à volta, violação de direitos

Queria falar sobre o Natal, contar uma história feliz, mas só me ocorriam episódios tristes. É, assim, um mundo violento e desigual, onde todos os dias os direitos humanos são espezinhados. Por isso temos de repetir à exaustão que: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Dotados de razão e consciência, devem agir uns com os outros em espírito de fraternidade" - 1º artigo da Declaração Universal.

Nem a dignidade nem os direitos nos são concedidos por uma qualquer vontade política, religiosa, económica ou outra; são da natureza humana, “nascemos livres e iguais em dignidade e direitos, independentemente da família, local, situação ou particularidade em que esse nascimento ocorra.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Haverá algum dia paz?

A guerra, o conflito e a luta são uma constante ao longo da história da humanidade. Esta é uma constatação não apenas de ontem, mas de hoje mesmo – as sucessivas mortes, os movimentos incessante de refugiados - não precisamos de recuar muito na história, basta pensar nas barbáries do século XX (as devastadoras consequências da bomba de Hiroxima, os Gulags dos totalitarismos soviéticos, os campos de concentração de Auschwitz) ou mais próximo do nós as contínuas violações aos direitos humanos que quotidianamente podemos testemunhar, como o racismo, a xenofobia, a violência, a insegurança e, por estes dias, a multidão de refugiados que atravessa a Europa, procurando um sitio seguro para viver. 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A interação é o fulcro

As vidas, as origens, os percursos..., podem ser e são muito diferentes, mas quando olhamos alguém, por mais estranho e desconhecido que seja, em qualquer ponto da cidade ou do mundo, a expectativa que temos é a de que se trata de alguém com autonomia, significados de vida boa,  ou seja, quando sorrio, cumprimento, dirijo a palavra a alguém, espero reciprocidade. Espero que me sorriam, cumprimentem, falem... Espero poder interagir.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

A ditadura de Havana

Foram presas, ontem, dia mundial dos direitos humanos,  pessoas em Havana para evitar que se manifestassem. As ditaduras são muito cobardes, não aguentam  enfrentar-se com quem não lhes faça a vénia, com quem não grite revolução. Mas, pode lá haver maior revolução do que a luta pela liberdade, pelas liberdades! Às mulheres de branco e a todos os que se quiseram manifestar e não puderam a minha solidariedade. Haverá um dia em que se anunciará a morte dos ditadores (desse e de outros), mas às vezes parece tão longínquo!