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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Os precários coletes salva vidas

A tragédia dos refugiados tem uma dimensão que assusta, não apenas pelos números, mas pela ganância e pela insensibilidade de tantos que fazem toda a espécie de negócio. Por aqueles que, aproveitando-se da fragilidade de quem não tem nada a perder, troca a fome, a doença e a morte debaixo dos intermináveis bombardeamentos, para se lançar ao mar, na mão de traficantes sem escrúpulos, enriquecendo com a miséria humana.
Mas, todos os dias descobrimos um pouco mais, agora é a falta de segurança dos coletes salva vidas, fabricados em fábricas turcas (sempre que há mercado, aparece o negócio); são de tal modo mal feios que passado uma hora no mar se desfazem e as pessoas afundam; levar um salva vidas daqueles, em caso de naufrágio,é quase o mesmo que nada.
É uma jornalista habitante da ilha de Lesbos que faz a denúncia, é uma jornalista que todos os dias, talvez por força do seu trabalho, vai até ao local dos desembarques, a mesma que ainda não se habituou ao que acontece com estes refugiados e continua a narrar o que vê com sentimentos. Enquanto isso, outros dos habitantes como que se anestesiaram para poderem sobreviver, é como se não vissem o que vêem, é como se não assistissem ao que assistem. Já não olham, já não querem ou não podem ver (faz lembrar os campos de concentração nazis, pessoas que habitavam a poucos quilómetros declaravam, “não sabia que se passava isto, nunca vi, não tinha ideia…”Que mecanismo mental é este?” Não sei dizer.).