Recordo um jovem de origem cabo-verdiana que, há algum tempo, me
disse: - “Chamam-me luso-africano, mas isso é o quê? Significa o quê? Já não
sou o que os meus pais e os meus avós foram e são, mas também não sei o que
sou. Afinal, sou quem? Pertenço a onde?”
Não são só jovens de origem africana que têm dificuldades de
identidade, se questionam e se sentem, por vezes, marginalizados, são todos
aqueles que, tendo raízes em culturas minoritárias, se sentem desconfortáveis
na sua própria pele, tanto em casa, como na escola ou no meio onde vivem.
E
assim se iniciam processos de desadaptação e de reacção contra o que encontram
e não lhes dá as respostas que precisam, de modo a sentirem-se incluídos e
valorizados.