O sol brilha, intensamente; tudo resplandece, tudo se liga, como se o tempo contasse de outro modo e as vidas decorressem de outra maneira. É assim, lá longe, no fundo de um vale, a minha aldeia. Pessoas conversando, meninos correndo..., um lugar a que pertenço, mesmo que a vida me leve para outros mundos e outros lugares.
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sábado, 4 de maio de 2019
Lá longe, um país sentido (2)
O barco navega, às vezes depressa, às vezes devagar,
afastando-se, mais e mais, até, de repente, desaparecer. Já não vejo o barco,
nem quem o conduzia, desapareceram. Surge, como por encanto, um grande jardim,
um campo de flores brancas ou, melhor, quase brancas, a puxar para um dourado claro, muito claro!
O sol brilha, intensamente; tudo resplandece, tudo se liga, como se o tempo contasse de outro modo e as vidas decorressem de outra maneira. É assim, lá longe, no fundo de um vale, a minha aldeia. Pessoas conversando, meninos correndo..., um lugar a que pertenço, mesmo que a vida me leve para outros mundos e outros lugares.
O sol brilha, intensamente; tudo resplandece, tudo se liga, como se o tempo contasse de outro modo e as vidas decorressem de outra maneira. É assim, lá longe, no fundo de um vale, a minha aldeia. Pessoas conversando, meninos correndo..., um lugar a que pertenço, mesmo que a vida me leve para outros mundos e outros lugares.
quinta-feira, 2 de maio de 2019
Lá longe, um país sentido (1)
Um dia um trabalhador migrante que pinta, há anos, prédios altos em Lisboa, falou-me, num inglês perfeito, do seu país como se fosse um sonho. Reescrevo o que me disse, em homenagem a todos os trabalhadores migrantes que deixaram a sua terra, mas, na verdade, nunca saíram dela.
O dia está a despertar, as nuvens, ainda rasteiras, junto às montanhas, afastam-se de mansinho, esfumando-se no ar, passando de cinzento-escuro a um cinzento quase branco e depois a um azul, cada vez mais azul, que se confunde com o céu. Já não são nuvens. É o céu. É dia claro.
Cá em baixo, a planície é um infinito campo de arroz, de um verde tão forte que, às vezes, cansa o olhar, mas que sempre nos anima a alma; a meio do campo, um canal estreito, onde uma barcaça, a remos, se move sem parar. Anda, distancia-se...
O dia está a despertar, as nuvens, ainda rasteiras, junto às montanhas, afastam-se de mansinho, esfumando-se no ar, passando de cinzento-escuro a um cinzento quase branco e depois a um azul, cada vez mais azul, que se confunde com o céu. Já não são nuvens. É o céu. É dia claro.
Cá em baixo, a planície é um infinito campo de arroz, de um verde tão forte que, às vezes, cansa o olhar, mas que sempre nos anima a alma; a meio do campo, um canal estreito, onde uma barcaça, a remos, se move sem parar. Anda, distancia-se...
Sempre o mesmo campo, no mesmo arrozal, debaixo do mesmo sol. É um lugar muito longe, num sítio não sei onde, se
calhar, na Ásia, porque a única pessoa que vejo, a que conduz o barco, tem uns
olhos rasgados, uma pele escura e um chapéu com abas largas, preso ao pescoço
com uma fita. Nunca me olhou, se calhar não sabe que eu estou aqui.
domingo, 28 de abril de 2019
Carta de Zeca Afonso à filha Joana
(Talvez, eu já tenha divulgado, aqui, este texto. Não recordo. A emoção que nos provoca é do mais belo que há).
“Querida Joana
Como sabes eu estou preso mas também não sou um homem mau.
Viste como foi. Não sejas rabugenta e ajuda o Pedro. Se ele estiver birrento
lembra-te que ainda é bebé e tu mais crescida que ele. O que não gosto é que
sejas egoísta porque é muito feio. Se alguma das tuas amigas querem tudo para
elas deixa lá. Elas fazem mal mas tu não. Explica-lhes que não devem ser
egoístas. Tem cuidado com os sugos e
outras porcarias iguais porque podes ficar sem dentes. Depois mesmo que os
queiras ter já ninguém te os pode pôr.
Ficas como os velhinhos. Alguns deles tinham a mania de
comer guloseimas, gelados e caramelos. E também chocolates. Eu lembro-me muito
de ti e do Pedro. O Zé ainda não cortou as barbas? Diz à Lena que eu não gosto
que ela seja desarrumada. Todos têm que ajudar a mãe e a Dina.
Muitos beijos do
Zeca Pai"
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presos políticos,
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sábado, 27 de abril de 2019
Valores democráticos - respeito pelas diferenças e o papel da lei e da justiça
O respeito pelas diferenças: em
democracia, ninguém deve ser ou sentir-se discriminado. Não só os indivíduos têm
direitos iguais, também os grupos, independentemente das diferenças sociais e
culturais, devem ser protegidos. As diferenças caracterizam-nos e isso não nos
diminui, pelo contrário, confere-nos identidade. Temos que pensar que somos
diferentes uns dos outros e não que os outros são diferentes de nós. A frase,
tantas vezes ouvida: todos diferentes, todos iguais, é mesmo verdadeira e faz
todo o sentido.
O papel da lei e o direito à
justiça: numa democracia, todos os cidadãos estão sujeitos à lei, ninguém pode
agir achando que está acima e que nada lhe vai acontecer. Os que violarem as
leis do Estado democrático devem ser julgados, independentemente dos cargos e
poderes que exerçam; as democracias asseguram a todos o acesso à justiça e à legítima defesa.
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democracia; valores democráticos
quarta-feira, 24 de abril de 2019
Valores democráticos - eleições livres e transparência
As eleições livres: são actos
regulares na vida política democrática. Periodicamente, há eleições
legislativas, presidenciais e autárquicas. Os cidadãos, com mais de 18 anos de
idade, podem manifestar o seu desejo, quanto ao destino político do
seu país. Através delas, elegemos os deputados que nos vão representar na
Assembleia da República. A nossa democracia é representativa, são os deputados
com mandato eleitoral conferido pelo povo que decidem da vida política, social e
económica do país. .
A aceitação dos resultados
eleitorais: em democracia a vontade expressa dos eleitores é indiscutível. Não
se podem pôr em causa os resultados eleitorais, faz parte das regras
democráticas. Os que ganham governam, os que perdem vão para a oposição. A
maioria deve criar condições para que os partidos da oposição cumpram o seu
papel e estes não devem impedir o governo de governar e aprovar as leis. A
tolerância e o respeito pelas regras democráticas são fundamentais.
A transparência: um governo
democraticamente eleito, através de eleições livres, responde perante os
deputados e também perante todos nós, por isso devemos estar informados daquilo
que acontece: o quê e o porquê das decisões, o modo como atuam e tomam as
decisões. Neste aspecto, é muito importante o papel da comunicação social, chamado nas democracias de 4º poder.
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democracia; valores democráticos
terça-feira, 23 de abril de 2019
Valores democráticos - os direitos humanos e a cidadania
Os direitos humanos: todas as
democracias têm o dever de proteger a vida e a dignidade da pessoa humana. A
Declaração Universal dos Direitos Humanos consagra um conjunto de valores
comuns a toda a humanidade, por isso, é a referência fundamental para todos
os Estados e governos democráticos do mundo. A democracia ao defender a
liberdade, a igualdade, a justiça e a identidade cultural está a defender os direitos
humanos.
A cidadania:
um dos pilares da democracia, é a participação
de todos os cidadãos na vida pública, começando pelos ambientes e locais onde desenvolvemos o nosso trabalho - a escola, a família, o bairro, a
associação, o clube... A participação tem de ser informada e responsável; quando debatemos um assunto, participamos numa reunião, manifestação ou
campanha, temos de saber porque o fazemos, quais as razões que justificam o
nosso empenhamento e o nosso compromisso e, também, quais as consequências. Temos todos o dever de ajudar a construir uma sociedade melhor e mais justa.
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domingo, 21 de abril de 2019
Valores democráticos - a justiça social e a diversidade
A justiça social: só há verdadeira
liberdade e igualdade se a justiça social existir. As sociedades democráticas
devem assegurar aos cidadãos as condições mínimas para uma vida digna. A
equidade é um valor muito importante em democracia, pois para existir igualdade
na distribuição dos benefícios sociais - educação, saúde, emprego, tempos
livres, cultura... - é necessário, muitas vezes, diferenciar o apoio, em
relação aos mais desfavorecidos.
A diversidade: as sociedades
democráticas integram diferentes grupos étnicos, culturais e religiosos, com
distintos pontos de vista e modos de vida. A multiculturalidade é uma realidade
das nossas sociedades, não pode ser causa de conflitos, mas antes uma forma de
todos nos sentirmos socialmente enriquecidos. O nosso país acolhe cada vez mais imigrantes que vêm contribuir não só para a riqueza económica do país, mas
também para a sua riqueza cultural e cívica.
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democracia; valores democráticos
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